terça-feira, julho 05, 2011
Comunismo, capitalismo, democracia e família
sexta-feira, junho 24, 2011
Duas medidas para dois pesos
quarta-feira, junho 22, 2011
Hospitas psiquiátricos soviéticos
segunda-feira, junho 20, 2011
Sobre o artigo O futuro que a Rússia nos promete, de Olavo de Carvalho
domingo, junho 12, 2011
Tragédia de Brasília
sábado, junho 04, 2011
De novo Schuon
Refletir em agradecimento é um método melhor de aproximação com o Pai.
quarta-feira, junho 01, 2011
Old Boy e o espírito, ou sua falta
Tudo transcorrido, Dae-su apenas quer esquecer o que aconteceu e recorre à mesma hipnose que o castigou.
domingo, maio 29, 2011
sábado, maio 28, 2011
quinta-feira, maio 26, 2011
"Parece real"
Como faltou coragem a Yasser Arafat em 2000, quando não assinou o acordo de Camp David. Não o fez porque sabia que seria assassinado em seguida. Mas seria um grande homem; morreu do mesmo jeito, como qualquer ser humano, mas sem ser grande, ao contrário.
sexta-feira, maio 20, 2011
quinta-feira, maio 19, 2011
"Demasiado belo para não ser verdade"
terça-feira, maio 17, 2011
Essa subida e descida desde o pináculo do Um pela multiplicidade a que Ele dá início e quer totalizar em Supremacia, não precisa necessariamente ser feita simbolicamente. A revelação está aí para quem quiser ler. A dialética simbólico-analógica apenas a reconhecerá, adequando a seu mundo imaginal aquilo que já nos foi revelado objetivamente.
......
*Conferir SCHUON, De l'unité transcendante des religions, préface.
Talibães, go home!
O partido talibã do Paquistão promoveu uma passeata contra a operação americana que matou Bin Laden. Chegaram a falar em infração à sua soberania. Ora, se você quer ser tratado como um gentleman, aja como um, abrigar terroristas não condiz com sua pretensão.
Se uma moça é seqüestrada, o pai não vai deixar de entrar na casa do seqüestrador porque ele tem direito a propriedade. Não, ele vai entrar em sua casa e resgatá-la. Igualmente, a polícia não vai dizer: "Ô de casa", ao entrar na casa do traficante de drogas. Assim, os EUA entram em território paquistanês e capturam Bin Laden.
Não venham com essa de falar em soberania. Vocês, talibães, usam conceitos de respeito entre as nações que os ocidentais criaram; mas não titubeariam um minuto antes de atroplear a soberania alheia se tivessem a força suficiente. O Islam tem várias qualidades, mas uma delas não é seu militarismo. Praticam, assim, a guerra assimétrica, valendo-se dos parâmetros morais adversários para desarticulá-lo. Para os ocidentais e muçulmanos de bem, vale o conselho do Mestre: "Sejam sagazes com as serpentes e simples como as pombas."
sábado, maio 14, 2011
Frithjof Schuon e o Livro de Urântia
A filosofia é uma técnica para resolução, até os seus princípios, de questões que a vida nos coloca, de modo a descobrir os significados em nossa experiência dos valores. Ela procura unificar nossa experiência de modo a chegarmos a uma visão da realidade completa. Para isso, devemos nos tornar capazes de refazer pessoalmente os caminhos das questões que a própria vida nos coloca, indagando-lhes as origens em nossa experiência, procurando estudar o que outros disseram a seu respeito, e relacionando-as com a visão de realidade completa que temos, seja para confirmar o lugar que já lhes era imaginado, seja ajustando o quadro geral para que se responsabilize por elas também.
Metafísica é o conhecimento daquilo que a natureza física, não se bastando a si mesma para explicar-se, indica que haja. É o conhecimento dos princípios que coordenam as experiências humanas material e espiritual, interna e externa. Como a alma, que não ocupa espaço, pode estar no corpo? Essa é uma questão que a metafísica, sucedânea da mota, tentou responder. A alma não está no corpo propriamente. Descartes errou ao dizer que ela está na glândula pineal. Ela se relaciona à mente material e ao espírito.
"A mota é uma sensibilidade à realidade supramaterial que está começando a compensar o crescimento que não se completou, tendo por substância o conhecimento-razão e por essência o discernimento clarividente da fé. A mota é uma reconciliação suprafilosófica das percepções divergentes da realidade que não é alcançável pelas personalidades materiais; ela é baseada, em parte, na experiência de haver sobrevivido à vida material na carne." (LIVRO DE URÂNTIA, doc. 103, 6, p. 1136)
"A metafísica", diz o Livro de Urântia, "mas muito mais seguramente a revelação, proporciona um terreno comum de confluência para as descobertas tanto da ciência quanto da religião, e torna possível a tentativa humana de correlacionar logicamente esses domínios separados, porém, interdependentes, do pensamento, em uma filosofia bem equilibrada de estabilidade científica e de certeza religiosa." (LIVRO DE URÂNTIA, doc. 103, 7, p. 1139)
A revelação não é parcial, mas se subordina à capacidade que o fiel tem de recebê-la. Achar que a metafísica é uma via de acesso a Deus melhor do que a revelação é um erro. Se as religiões que surgem da revelação misturam-se, depois, com crendices e doutrinas duvidosas, cumpre à filosofia ajudá-las a evoluir, afastando do trigo o joio, aos poucos, se preciso, para não causar escândalo -- como fez Moisés, ao falar, embora muito incomodado, de um Deus iroso, ao invés do Deus que ele sabia ser amigo, porque os hebreus não o aceitariam -- e coordenando-a com as descobertas científicas.
"A metafísica tem-se revelado como sendo um fracasso; a mota, o homem não a pode perceber. A revelação é a única técnica que pode, em um mundo material, compensar pela ausência da verdadeira sensibilidade da mota. A revelação esclarece, com toda a autoridade, a desordem da metafísica desenvolvida pela razão em uma esfera evolucionária." (LIVRO DE URÂNTIA, doc. 103, 6, p. 1136)
O que Schuon, inspirado em Mestre Eckhart, chama de Inteligência, nas palavras desse "algo que na alma é incriado e incriável" (SCHUON, De l'Unité Transcendante des Religions, préface) é o Ajustador do Pensamento, o fragmento do Pai que em cada um de nós trabalha assoprando-nos a vontade do Pai Universal.
Schuon parece acreditar que essa Inteligência seja um princípio divino a ser compartilhado pelas criaturas que consigam e queiram acessá-lo. Os eus intelectuais têm sua origem na mente cósmica, a qual é a fonte dos potencias intelecto-espirituais que se especializam nas mentes humanas. Ela explica a afinidade entre várias mentes humanas. Nossa mente é um intelecto emprestado, a ser usado em nossa vida material. Nela se escolhe cumprir ou não a vontade do Pai.
Mas o Ajustador do Pensamento não é comum a vários homens. Cada homem é dotado com o seu no decorrer dos seus cinco anos de vida, uma vez que haja tomado sua primeira decisão moral.
Parece então que as mentes humanas compartilham da mente cósmica, ao passo que o Ajustador é uma graça personalíssima do Pai, embora, claro, aja sempre com o mesmo propósito, qual seja o de elevar a mente humana à adoração e agradecimento ao Pai, dispondo-se a fazer sua vontade.
Pelo trabalho de ambos, se apenas aspirar a ser como o Pai, o ser humano pode tomar posse da promessa de sobrevivência eterna.
Schuon está certo ao dizer que nesta vida muitos fiéis não conseguirão se comunicar, por pensamentos, com seu Ajustador, em processo que o Livro de Urântia chama de auto-revelação, e que acontece pari passu com as revelações epocais, como as de Jesus de Nazaré ou de Melquisedeque, ou as que têm a participação de outros agentes celestes para dar voz ao profeta. Mas podem os fiéis, não obstante, sobreviver, porque mais importante que estar consciente do Pai é querê-lo estar. "Sede perfeitos como o Pai é perfeito".
O homem não precisa ser especificamente diferente do fiel para ter uma visão mais clara do divino. Cumpre-lhe, ao revés, extremar sua relação com o Pai do céu, seguindo suas aptidões e dons natos.
sexta-feira, maio 06, 2011
O que é um milagre? -- II
segunda-feira, maio 02, 2011
sábado, abril 23, 2011
Fundação Ford na faculdade de direito da UERJ
*Ivy League é o nome que se dá ao grupo de oito universidades de maior prestígio na costa leste dos Estados Unidos.
......
Alguns anos mais tarde, a influência das fundações se faria sentir também no resto do mundo.
Não deve surpreender, portanto, que no contexto da Aliança para o Progresso, nos anos 60, o Centro de Estudos e Pesquisas no Ensino de Direito (CEPED), ligado a faculdade de direito da UERJ, tenha recebido apoio da Agência de Desenvolvimento Internacional do governo dos EUA (USAID) e da Fundação Ford -- confira aqui, na seção História.
Assim se ajuda a explicar a ascendência do pensamento politicamente correto, ao modo do liberalismo norte-americano praticado nas universidades da Ivy League e apoiado pelas fundações bilionárias, sobretudo pela Ford, naquela instituição e, de resto, mundo afora.
sexta-feira, abril 15, 2011
Petização oca
No Brasil, para fazer negócios com instituições estatais controladas por petistas, as quais já somam um número enorme, com freqüência é pedido carteirinha do partido. Se você não tem, não vai conseguir o contrato.
Bom, eu e nem você, leitor, quer ficar de fora dessa boquinha. Então filiar-se ao partido dos trabalhadores pode ser um bom negócio.
A petização do Brasil é evidenciada pela quantidade de bandeiras do Brasil que havia na posse de Dilma, muito baixa em comparação com o número de bandeiras do partido.
Na despedida de José Sarney da presidência, por exemplo, viram-se muitas bandeiras verde-amarelas. Elas andam em falta em Brasília!
quarta-feira, abril 13, 2011
Outro plebiscito?
Rodrigo Pimentel, você é inteligente o bastante para achar que o desarmamento evitaria a tragédia de Realengo. O assassino adquiriu sua arma ilegalmente.
No vídeo abaixo, Alexandre Garcia comenta sobre um novo plebiscito no fim do ano.
terça-feira, abril 05, 2011
Amor aos fatos
terça-feira, março 29, 2011
segunda-feira, março 28, 2011
quarta-feira, março 23, 2011
domingo, março 20, 2011
Entre também em um grupo de discussão (veja o ELUB), para conhecer -- e quiçá depois compartilhar -- as experiências de colegas urantianos; e para tirar dúvidas, conforme você lê. Procure também um grupo de leitura.
Confie em seu amigo interior, o Ajustador do Pensamento, e converse com ele.
......
Atualização de 22/08/2011. Ler o livro de trás para frente foi como eu fiz, mas vários colegas percorreram o caminho habitual. Não vá por mim, faça como melhor se sinta.
segunda-feira, março 14, 2011
segunda-feira, fevereiro 28, 2011

sexta-feira, fevereiro 25, 2011
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
sábado, fevereiro 12, 2011
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
recortam as medeixas tesoira e canivete
e eu a relaxar enquanto passa a charrete
lá fora. Pudesse cochilar, fá-lo-ia..
Pronto, toalha sacudida, espelho à nuca,
tome, pro café. Lembranças à dona Lia!
Agora um banho e depois namorar pela Urca.
Lá ra lá ra lá, mas se não tenho dinheiro?
Lá ra lá ra lá.
domingo, janeiro 16, 2011
quinta-feira, janeiro 06, 2011
Conversation Galante by T. S. Eliot |
I OBSERVE: “Our sentimental friend the moon! |
Or possibly (fantastic, I confess) |
It may be Prester John’s balloon |
Or an old battered lantern hung aloft |
To light poor travellers to their distress.” |
She then: “How you digress!” |
And I then: “Someone frames upon the keys |
That exquisite nocturne, with which we explain |
The night and moonshine; music which we seize |
To body forth our own vacuity.” |
She then: “Does this refer to me?” |
“Oh no, it is I who am inane.” |
“You, madam, are the eternal humorist, |
The eternal enemy of the absolute, |
Giving our vagrant moods the slightest twist! |
With your air indifferent and imperious |
At a stroke our mad poetics to confute—” |
And—“Are we then so serious?” |
But the lady with whom he talks discredits his poetical images and divagations.
In the second stanza, he is already upset with her and drop a hint saying there is music which exists to fill "our own vacuity". She feigns attention to the hint, then he gets more and more impatience until in the third stanza he explicitly says she trivializes all, "You, madam, are the eternal humorist,/ The eternal enemy of the absolute," but she minimizes the talking: "Are we then so serious?"
quarta-feira, janeiro 05, 2011
domingo, janeiro 02, 2011
terça-feira, dezembro 28, 2010
quinta-feira, dezembro 16, 2010
quarta-feira, dezembro 15, 2010
sábado, dezembro 04, 2010
quarta-feira, novembro 17, 2010
A cidadela do espírito
que va a mi lado sin yo verlo
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.
(Juan Ramón Jiménez)
"Jesus retratou a profunda segurança do mortal sabedor de Deus ao dizer: “Para um crente do Reino, que conhece Deus, que importa se todas as coisas terrenas entrarem em colapso?” As seguranças temporais são vulneráveis, enquanto as seguranças espirituais são inexpugnáveis. Quando as torrentes da adversidade humana, do egoísmo, da crueldade, do ódio, da malícia e da inveja afluírem à porta da alma humana, podeis manter-vos na certeza de que há um bastião interior, a cidadela do espírito, que permanece absolutamente inatingível; e isso é verdadeiro, ao menos, para todo aquele ser humano que tenha entregado a guarda da sua alma ao espírito residente do Deus eterno." (Livro de Urântia, 2007, doc. 100, II, p. 1096)
domingo, novembro 14, 2010
Poder Próprio e Poder Alheio
sábado, novembro 06, 2010
Um bastardo de Tarantino
segunda-feira, outubro 25, 2010
A unidade espiritual
"Desse modo podeis experimentar a unidade perfeccionada de propósito espiritual e compreensão espiritual, que nasce da consciência comum da identidade dos vossos espíritos residentes vindos do Paraíso; e podeis desfrutar de toda a profunda unidade espiritual, mesmo havendo grande diversidade entre vossas atitudes individuais de pensamento intelectual, sentimentos, temperamento e conduta social. As vossas personalidades podem ser diversas de um modo animador e mesmo marcadamente diferentes, enquanto as vossas naturezas espirituais e frutos espirituais, de adoração divina e amor fraterno, podem ser tão unificados que todos aqueles que contemplarem as vossas vidas certamente tomarão conhecimento dessa identidade de espírito e dessa unidade de alma; (...)" (Livro de Urântia, doc. 141, 5)
sexta-feira, outubro 22, 2010
"Quando deveras a utilidade desaparecer, então se verá o honesto reaparecer."
Cícero, Dos Deveres.
segunda-feira, outubro 18, 2010
quarta-feira, outubro 13, 2010
As primeiras letras de Agostinho
domingo, outubro 03, 2010
O que acha meu alterego?
(Machado, Antonio. Campos de Castilla)
(...)
(...) É inteiramente apropriado, quando faz uma prece, que o homem se esforce para captar o conceito do Pai Universal no Paraíso. Mas a técnica mais eficaz, para os propósitos mais práticos, será retornar ao conceito de um alterego próximo, exatamente com a mente primitiva tinha o hábito de fazer, e então reconhecer que a idéia desse alterego evoluiu de uma mera ficção até a verdade, que é Deus, residindo no homem mortal, por meio da presença factual do Ajustador, de um modo tal que o homem pode colocar-se face a face com Ele, como se fosse um alterego real, genuíno e divino, que reside nele e que é a própria presença e a essência do Deus vivo, o Pai Universal." (Livro de Urântia, doc. 91, 3)
terça-feira, setembro 28, 2010
A língua que não conversa
Indicar o significado de algo já realizado, ao invés do apelo, do chamado à realização ou à compreensão e ao reconhecimento de algo na vida criativa interior é uma das críticas de Rosenstock tanto à teoria naturalista-representativista quanto à estruturalista de Saussure e quejandos.
O pai que ampara seu bebê pelos braços incentivando-o a andar, o chefe que manda seu empregado buscar papéis, ou o estudioso da língua que diz "Eu te amo" à sua esposa não estão apenas transmitindo significados, estão encorajando, dando ordens, trocando experiências com a pessoa a quem se dirigem -- e que lhes presta mais ou menos atenção --, conforme a situação. Muitas vezes, aliás, troca-se uma experiência melhor pelo silêncio do que por palavras -- "Espera que cada um se realize e consume / com seu poder de palavra / e seu poder de silêncio" (Drummond). Por isto, os limites da linguagem não são os limites da interação com o cosmos, como queria Wittgenstein. O contrário seria mais justo. O homem intenta através da linguagem -- uma de suas melhores maneiras de fazê-lo --, dizer sua interação com o cosmos, 'no matter how short of it he may be'. As palavras são, ou deveriam ser, nossa tentativa de melhor nos fazer entender -- e também de entender --, de relacionar-nos em suma, com o semelhante, o Superior e até com o inferior -- você nunca conversou com um cão? Quando sei que Viktor Frankl conversava com sua esposa já falecida, a linguística saussuriana parece-me surda à experiência real do homem no amor do Cosmos.
......
sábado, setembro 25, 2010
O sonho da borboleta
quinta-feira, setembro 23, 2010
A psicologia transpessoal de Wilber e o Livro de Urântia
"Da mesma maneira, olhando com profundidade para dentro da mente, na parte mais interior do eu, quando a mente fica bastante, bastante tranqüila, e, naquele infinito Silêncio, se ouve calmamente, a alma começa a sussurrar, e sua voz de pluma leva a um ponto a mais do que a mente jamais poderia imaginar, além de qualquer coisa que a racionalidade poderia tolerar, além de qualquer coisa que a lógica suportaria. Em seus sussurros gentis, estão as míseras pistas do amor infinito, lampejos de uma vida que o tempo esqueceu, coriscos de felicidade que não se mencione, uma interseção infinita onde os mistérios da eternidade sopram vida no tempo mortal, onde o sofrimento e a dor esqueceram como pronunciar seus próprios nomes, a interseção calma e secreta do tempo com o próprio atemporal, uma interseção chamada alma." (Wilber, idem, p. 106, tradução minha)
Uma descrição belíssima.
No Livro de Urântia, o Espírito mencionado por Wilber equivale ao Ajustador do Pensamento, um fragmento do Pai Eterno nas mentes de Seus filhos mortais planetários, Seu amor "tornado realidade e encarnado nas almas dos homens." (Livro de Urântia, idem, doc. 107, p. 1176) O destino do homem que haja escolhido com firmeza cumprir a vontade do Pai ao longo de uma carreira eterna é fusionar-se com Ele. Dir-se-á então que o homem se torna Ajustador, ou que o Ajustador se torna homem? "Nenhuma das duas coisas", "as duas identidades transformaram-se numa única." (Livro de Urântia, idem, doc. 112, p. 1238) Cada homem, lembremos a Wilber, deve ter seu Ajustador de Pensamento, ele não é um espírito comum aos homens em geral. Viktor Frankl, sem o saber, referir-se-ia a Ele ao dizer que "quando você estiver conversando consigo com plena sinceridade e suprema solidão -- este a quem você se dirige pode ser adequadamente chamado de Deus." As diferenças com Ken Wilber podem ser detalhes técnicos de nomenclatura, ao invés de uma discordância fundamental, mas a alma humana terá se tornado imortal pela aceitação sem reservas dos desejos do Espírito, ou seja, do Pai.
Ken Wilber considera também o caráter pessoal do homem em cada nível do "Great Nest of Being" que lhe acontece viver:
"Mas dizer que as mais profundas ondas do eu estão arqueologicamente expostas não significa em absoluto dizer que elas estão simplesmente dadas de antemão, como um tesouro enterrado no peito e à espera de excavação. Apenas significa que essas ondas mais profundas são todas potenciais básicos da condição humana (e sentiente). (...) cada indivíduo descobre as profundezas criando as características de superfície de cada onda que será unicamente sua (o que você faz com seu corpo, mente, alma e espírito cabe a você trabalhar). Como sempre, devemos construir o futuro que nos é dado; e o terapeuta que trabalha por todo o espectro ("full-spectrum therapist") é um assistente nesta extraordinária viagem ao mesmo tempo de descoberta e de criação." (Wilber, idem, pp. 109-110, tradução minha)
Sobre o tema, o Livro de Urântia dirá que a personalidade "unifica todas as atividades e que, por sua vez, lhes confere as qualidades de identidade e de criatividade." (Livro de Urântia, idem, doc. 112, p. 1227) "O propósito da evolução cósmica é conseguir a unidade de personalidade, por meio da predominância crescente do espírito, que é a resposta da vontade ao ensinamento e ao guiamento do Ajustador do Pensamento." (Livro de Urântia, idem, doc. 112, p. 1229) A personalidade, portanto, efetiva o caráter único do desenvolvimento de cada homem.
segunda-feira, setembro 20, 2010
Direita
Defesa dos valores tradicionais, sobretudo na medida em que comunguem dos valores supremos. "Os costumes têm sido o fio de continuidade a manter a civilização unida." (Livro de Urântia, 2007, doc. 68, p. 767) Peter Drucker dizia que o progresso deve ser acompanhado da continuidade. "(...) Nenhuma civilização que haja abandonado as suas tradições sobreviveu, a não ser adotando costumes melhores e mais adequados." (Livro de Urântia, doc. 68, p. 767) Um partido de direita deve gostar do bom, seja novo ou velho. Se for novo, ótimo, se for velho, tão logo o novo seja testado e estimado como inferior na comparação, prevaleça o velho.
1 E se relaciona à idéia aristotélica de justiça distributiva. Ver Shields, Leo. History and Meaning of a Social Justice, dissertação para obtenção do grau de doutor em filosofia. Notre Dame, Indiana: 1941.
sábado, setembro 18, 2010
Não se conserve o pensamento politicamente correto
Não, Sergio Aguiar, o pensamento politicamente correto surge no bojo do marxismo cultural dos anos 20, quando Antonio Gramsci, Georg Lukács e a Escola de Frankfurt advogam que a superestrutura da civilização ocidental é o obstáculo ao êxito da ideologia. Alcançará o auge e a partir de então uma hegemonia relativa nos anos 60, como a teoria da contra-cultura.
O conservadorismo se opõe ao pensamento politicamente correto, o qual freqüentemente o taxa, bem a seu feitio, de "hate speech" (discurso de ódio).
Está na hora de parar de considerar qualquer tema que desagrade como conservador.
segunda-feira, agosto 30, 2010
I will give you all that you ask.
For I desire you to have all you need
though I cannot give all you want,
Until all you want is what I want for you."
(Horn, Merritt. The Call of the Spirit)
"Se o que pedes tem valor espiritual,
Dar-te-ei tudo que pedires.
Porque desejo que tenhas tudo que precises
embora não possa dar-te tudo que queiras,
Até quando tudo o que queiras é o que quero para ti."
Tradução minha.
terça-feira, agosto 24, 2010
No debate promovido pelo canal Canção Nova, da Igreja Católica, gastou o latim. Lamento que um de seus momentos felizes, quando disse que rotular as pessoas é uma maneira de se afastá-las de um debate, e que, como numa igreja, dentro de um partido há pessoas boas, pessoas mais ou menos, e pessoas difíceis, momento em que chegou a ser aplaudida, não foi disponibilizado em vídeo pela emissora de TV. Abaixo, a partir do oitavo minuto, ela diz como o político pode ser a favor da vida e respeitar o procedimento democrático, e, citando Cristo Jesus, que os cristãos podem ser contra a prática homossexual mas não devem discriminar injustamente homossexuais, o que, ressalva, padres e pastores não fazem.
sexta-feira, agosto 20, 2010
Lirilizando a política
ó poeta moderno, à rosa,
não lhes tira a beleza.
A tua sanha imprevista
contra a vítima formosa,
é um mero ponto de vista.
Pode a sanha ser moderna,
pode ser louvada, a glosa:
mas sendo a Beleza eterna,
que vos julgue o Tempo sábio:
entre os espinhos, a rosa,
entre as palavras, teu lábio.
(Meirelles, Cecília. Metal Rosicler, 35)
......
"Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda a gente,
Nem é deste Planeta... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...
E enquanto o mundo em torno se esbarronda,
Vivo regendo estranhas contradanças
No meu vago País de Trebizonda...
Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
nossos comuns desejos e esperanças!...
(Quintana, Mario. A Rua dos Cataventos, IV)
segunda-feira, agosto 09, 2010
Cícero sobre o estudo
Quão vantajosamente estudas ao menos sobre o principal da geração dos filósofos e estudas durante muito tempo o que queres; no entanto, deverás querer muito durante este longo tempo, até o ponto em que conquanto avances não será o bastante. Todavia, nossos escolhidos não dissentem muito dos peripatéticos, porque tanto os socráticos quanto os platônicos devem ser queridos, faz uso no teu julgamento das próprias coisas -- nada o impede deveras --, proferirás com êxito discurso na língua latina para nossos leitores satisfeitos. Que eu não queira superestimar-me deveras. A seu turno, não se concede a muitos a ciência de filosofar, sejas consagrado ao que é próprio da oratória, apto, distinto e ornamentado, uma vez que pelo estudo se atravessa a vida inteira, se para mim o assumo, sou considerado em meu dever apto de alguma maneira a reivindicá-lo."
-- Cícero, em De Officiis, ou Dos Deveres, tradução minha, com revisão de José Serrano.
sexta-feira, agosto 06, 2010
Tanto Dilma Roussef quanto José Serra deveriam ter-lhe respondido que o preço da carne no supermercado custa R$10,00 o quilo, porque o agronegócio alcançou níveis impressionantes de produtividade. O brasileiro pode adquirir alimentos por um preço relativamente baixo porque o latifúndio consegue produzí-los.
Algumas palavras-mantras inibem e envergonham o pensamento humano. No caso brasileiro, evoca-se latifúndio para imantar o pensamento numa irrealidade carregada de pseudo-significados, a respeito da qual supõe-se que se deva ter uma "atitude". Ora, quem é a favor do latifúndio é mal, não é verdade? Mas se o latifúndio for produtivo e alimentar a população brasileira, não parecerá ser tão ruim assim.
O pensamento ideológico pode fazer uma mixórdia de significados em palavras esvaziadas de sentido, "tubos vazios onde cada um coloca o que quer", assim Pirandello entendia o fascismo. Às vezes, no entanto, sequer se lhes pode colocar o que quer, porque a corrupção de significado já se implementou e direcionou de tal maneira que à mente humana resta ou aderir a ela, ou, o que aqui tento fazer, buscar decodificá-la, mostrando que o rei está nu.
Uma hora os conceitos precisam descer de seu "palácio matemático" para beber da água da vida.
quinta-feira, agosto 05, 2010
Lá atrás, quando Moisés repassou os mandamentos para o povo hebreu, qual era o primeiro? "Amar a Deus sobre todas as coisas". Indignar-se com uma injustiça pode ser importante, desde que o sentimento se subordine a um dever para com a presença do Pai.
quarta-feira, julho 28, 2010
A política estadunidense de construir mais presídios visa a alojar criminosos, sejam eles brancos ou negros. Se os negros cometem mais crimes, é óbvio que eles serão a população carcerária majoritária. Não ignoro o fato de que negros possam ser condenados a prisão em processos que em algum momento foram movidos segundo um automatismo racista, não obstante, valendo-me aqui da teoria realeana sobre o direito, o fato não implica o valor, tampouco a norma. Dificilmente se pode dizer que a construção de presídios se inclui dentro de uma política de segregação do negro. Talvez ainda não seja uma realidade a 'post-racial America', sobretudo em estados do Sul, porém as baterias da Administração Pública estadunidense estão menos voltadas contra que a favor do negro.
terça-feira, julho 27, 2010
Bem-te-vis de São Luís


Dá gosto ouvi-los, ainda cedo, à primeira luz matutina, ou depois de uma pancada de chuva, assim que o sol se abre, esses bem-te-vis de São Luís. Umas cidades têm as suas andorinhas; outras, os seus pardais; São Luís tem os seus bem-te-vis, que nascem com a luz do sol e parecem cantar com ela pelo resto do dia. De relance, dir-se-ia que voam em bando. Na verdade, ao contrário das andorinhas, voam solitários, sem prejuízo das reuniões eventuais no mesmo fio telegráfico, no beiral do mesmo telhado, nos ramos da mesma árvore. Destemidos, apesar de medirem pouco mais de meio-palmo, lançam-se aos urubus em pleno vôo, e os afugentam. Cá embaixo parecem passarinhos bem comportados.

Um deles grita, escandindo as sílabas:
-- Bem-te-vi!

Embora circunscrito às três sílabas inconfundíveis, o grito nada tem de monótono, porque varia de inflexão e disposição oral. Assim: bem-em-em-em-te-vi! Ou simplesmente: te-vi! Por vezes, ouvindo-os ao raiar do dia ou ao cair da tarde, salteia-nos a impressão de que um deles, mais moleque e jovial, zomba do outro, com este grito diferente: eh, eh, eh. E logo ouve a réplica, depois de um ruído repetido de asas no ar: bem-te-vi! bem-te-vi!" (Montello, Josué. Os tambores de São Luís)
sábado, julho 24, 2010
"Eis a razão do horror que o Brasil inspira ao capital europeu e americano. Os homens de negócios preferem 3% lá a 12% aqui, porque 3 lá são 3, e os 12 de cá valem tanto como uma parada em roleta. Podem ser muito, podem ser zero." (LOBATO, Monteiro. Mr. Slang e o Brasil)
O britânico referia-se à oscilação violenta da moeda nos anos 20, mas suas palavras adequar-se-iam com justeza se tratassem do padrão de juros.
quarta-feira, julho 14, 2010
Ética clássica por Shakespeare
Mi perdonato, meu gentil senhor, pois concordo nisso tudo, contente de que persista no intento de aspirar às doçuras da doce filosofia. Apenas, meu bom amo, por mais que admiremos essa virtude, essa disciplina moral, rogo-lhe que não nos tornemos estóicos ou insensíveis. Nem tão devotos da ética de Aristóteles a ponto de achar Ovídio desprezível. Apóie a lógica nos seus conhecimentos do mundo e pratique a retórica na conversa usual; inspire-se na música e na poesia e não tome da matemática e da metafísica mais do que o estômago pode suportar; o que não dá prazer não dá proveito. Em resumo, senhor, estude apenas o que lhe agradar."
(Extraído de A Megera Domada, tradução de Millôr Fernandes)
quarta-feira, julho 07, 2010
Conselho a um autor
“Aqueles que não recebem qualquer ajuda do aprendizado para observar os períodos mais amplos ou revoluções humanas, as alterações que ocorrem nos costumes, e o fluxo e refluxo da polidez, espirituosidade, e arte, estão sempre prontos a fazerem da sua própria época a padrão, e não imaginam barbaridade ou selvageria alguma, a não ser o que é contra os costumes de seu tempo. Os mesmos pretensos juízes, houvessem eles aflorado na nossa Bretanha ao tempo em que César realizou sua primeira incursão, teriam condenado, como um crítico extravagante, o homem que tivesse sido corajoso para censurar nossas deficiências de vestuário ou rir de nossas bochechas azuis e peles coloridas que eram moda entre nossos ancestrais então. Este deve necessariamente ser o juízo daqueles que são críticos apenas por um modismo. Mas para um justo naturalista ou humanista, que conhece a criatura Homem, e julga o seu desenvolvimento e progresso na sociedade, parece evidente que nós homens britânicos éramos tão bárbaros e incivilizados em comparação com os romanos sob César, quanto os romanos, eles próprios, o eram em comparação com os gregos, quando invadiram aquela nação sob Múmio.
(…)
Porém deixem que nossos autores e poetas reclamem sempre demais do gênio de nosso povo, é evidente que não somos tão bárbaros ou góticos quanto eles pretendem. Não somos por natureza um solo ruim; e temos partes musicais, que podem ser cultivadas com grande vantagem, se estes senhores usassem a arte dos mestres na sua composição. Eles têm poder para atuar sobre nossas melhores inclinações, e podem saber por certos indícios que sua audiência está disposta a receber temas mais nobres, e a apreciar uma melhor performance do que aquela que, por indulgência para consigo mais do que para com o mundo, eles se satisfazem em escolher.
À parte algumas tentativas louváveis feitas com sucesso tolerável, nos últimos anos, ao encontro de uma maneira justa de escrever, tanto nos estilos heróico quanto no familiar, temos provas mais antigas de uma disposição correta em nosso povo para o caminho moral e instrutivo. Nosso poeta dramático antigo1 pode testemunhar em favor de nosso bom ouvido e apetite valoroso. Não obstante sua natural rudeza, seu estilo impolido, seu discurso e engenho antiquados, sua falta de método e coerência, e sua deficiência em quase todas as graças e ornamentos deste gênero; ainda assim, pela justeza de sua moral, a argúcia de muitas de suas descrições, e a simplicidade e naturalidade de caráter de vários de seus personagens, ele agrada sua audiência, e com freqüência ganha sua atenção, sem um único suborno da luxúria ou do vício. Aquela sua peça2, a que mais parece ter influenciado os corações ingleses, e que talvez tenha sido representada com mais freqüência dentre quaisquer que já tenham subido ao palco, é quase uma moral contínua; uma série de reflexões profundas, tirada de uma boca, sobre o tema de um único acidente e calamidade, naturalmente capaz de instigar horror e compaixão. Deve ser dito, com propriedade, sobre essa peça, se eu não me engano, que ela tem apenas Um personagem ou parte principal. Não contém qualquer adoração ou lisonja ao sexo; qualquer ataque aos deuses; qualquer heroísmo facúndio; nem qualquer coisa daquela mistura curiosa do feroz com o terno, que faz a marca da tragédia moderna, ela varia gostosamente entre os pontos de amor e honra.
No todo: Uma vez que nos dois grandes gêneros poéticos, o épico e o dramático, podemos observar o gênio moral tão naturalmente prevalente: uma vez que nosso3 poema heróico mais louvado não tem a delicadeza de linguagem, nem o caráter perspicaz, na moda; mas apenas pensamento consistente, raciocínio forte, paixão nobre, e um fio contínuo de doutrina moral, piedade e virtude, para recomendá-lo; podemos inferir com justiça que não é tanto o ouvido público, do que a mão ruim e maneiras viciosas de nossos poetas, que precisa ser repensada.
E assim, por fim, voltamos ao nosso artigo de Conselho antigo, aquela preliminar principal de auto-estudo e convivência interior, que descobrimos muito em falta nos autores de nosso tempo. Eles deveriam somar a sabedoria do coração à tarefa e exercício do cérebro, para trazer proporção e beleza aos seus trabalhos. Se a sua composição e talento para a escrita podem ser naturais e livres, eles precisam acertar-se, em primeiro lugar, consigo mesmos. E tendo ganho uma mestria aqui, eles podem facilmente, com ajuda de seu gênio, e um uso correto da arte, comandar sua audiência, e estabelecer um bom gosto.”
1Shakespeare
2A tragédia de Hamlet.
3Paraíso Perdido, de Milton.
(Lord Shaftesbury, Characteristics of men, manners, opinions, times with a collection of letters; Advice to an author, part. 2, sect. 3, pp. 234, 235, 237-239, tradução minha)
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Anthony Ashley Cooper, o Lord de Shaftesbury, escreveu este opúsculo no início do século XVIII.
quinta-feira, julho 01, 2010
"Não se trata de acreditar nele, mas com ele."
Eu acredito no que ela diz.