sábado, dezembro 08, 2007

Os EUA na Nova Ordem Mundial

Os EUA são o país onde a resistência à Nova Ordem Mundial se dá com mais intensidade. Embora hajam nascido nesse país diversos movimentos político-ideológicos contemporâneos, também nesse país se construiu a mais forte resistência a esses movimentos.

Quando a URSS se dissolveu, muitos analistas apontaram os EUA como a única superpotência do planeta, a que exerceria uma hegemonia sobre outras nações. Até mesmo o ultra perspicaz Olavo de Carvalho apontou os EUA como o novo Império. Na década de 90, porém, outros centros de poder consolidaram-se e passaram a exercer influência enorme. A ONU e entidades transnacionais como a União Européia pressionam governos a adotarem aquele rol de direitos citado no post anterior. Fundações bilionárias, as mais conhecidas dentre elas de origem americana, dão apoio financeiro a projetos relacionados. O Centro de Estudos e Pesquisas no Ensino do Direito (CEPED) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro foi fundado com apoio da Fundação Ford. Deve ser um dos motivos pelos quais minha ex-faculdade é tão liberal...

A origem de vários desses movimentos da Nova Era é americana. O feminismo, o ambientalismo, o movimento homossexual, se não tiveram suas origens nos EUA, ao menos tornaram-se bandeiras globais pelo barulho que fizeram nesse país. Por esse motivo muitas pessoas tomam os EUA como o criador da Nova Ordem Mundial. Essa idéia, porém, não é correta. Esses movimentos não são exatamente apoiados pela população. Na década de 70, a chamada “maioria silenciosa” já mostrava que não compartilhava desses valores relativistas elegendo o presidente Richard Nixon. Na década seguinte, a eleição do presidente Ronald Reagan tirou a “maioria silenciosa” do armário e o movimento conservador começou a ganhar força. Antes disso, autores conservadores como Russell Kirk e Eric Voegelin, entre outros, conquistavam o coração de estudantes sinceros. Ronald Reagan disse as seguintes palavras de Russell Kirk: “Como profeta do conservadorismo americano, Russell Kirk ensinou, estimulou e inspirou uma geração. Desde... Piety Hill, ele foi fundo nos valores americanos, escrevendo e editando trabalhos centrais de filosofia política. Sua contribuição intelectual foi um profundo ato de patriotismo. Aposto que no futuro seu trabalho continuará a exercer profunda influência na defesa de nossos valores e de nossa estimada civilização.”

Mês passado completaram-se 20 anos da publicação do livro “The closing of the american mind”, de Allan Bloom, que foi um marco na crítica à burrice universitária. Desde 1987, dois movimentos são bastante claros na sociedade americana. Por um lado, o Estado tem cada dia mais controle sobre a vida do cidadão. Por outro, no meio intelectual, a esquerda sofre derrotas atrás de derrotas. Christopher Hitchens não tem como discutir com Dinesh D' Souza a não ser apelando para um senso comum barato ao qual não falta cinismo. (ver o vídeo do debate entre os dois na página de Dinesh D' Souza, com link ao lado). O primeiro desses movimentos é o refexo político de décadas de domínio liberal da cultura, bem como das enormes somas de capital investidas pelas Fundações bilionárias. A reação a esse movimento pode ser ilustrada pelo convite feito pela American Family Association, organização conservadora americana, a boicotar os produtos da Ford, o que resultou, dentre outras causas, em queda vertiginosa no faturamento dessa empresa. O mais importante evento, no entanto, foi o surgimento dessa geração fantástica de jornalistas e escritores, que inclui Ann Coulter, Thomas Sowell, Sean Hannity - e vários outros que o autor conhece só de nome, os quais desmascaram uma a uma as artimanhas de políticos desejosos de exercer controle enorme sobre a vida do homem. Até George W. Bush não escapa da mira desses jornalistas. Se você acredita que ele é direitista, passe a ler os artigos dessa turma da pesada. Mais do que a guerra contra o Iraque, o presidente George W. Bush talvez entre para a história como o homem que permitiu o fim da soberania e identidade americanas, dissolvendo-as numa entidade transnacional chamada North American Union, que é um arremedo de União Européia para a América do Norte.

Olavo de Carvalho já disse que precisaria reescrever o capítulo de seu livro em que aponta os EUA como o novo Império. Ele tem razão. Os EUA são a bucha de canhão da Nova Ordem Mundial. A própria hegemonia americana é usada como forma de aumentar o poder do Concerto das Nações. Eu imagino se a Inglaterra do século XIX aceitaria discutir assuntos polêmicos com Brasil, China, Japão..

Presidentes dos EUA confusos aceitam políticas que vão de encontro aos valores mais americanos. A Nova Ordem Mundial é uma época de desordem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente texto. Parabéns ao blog!e estou surpreso pela idade e perfil do blogueiro , há esperança para a juventude do país!

marcilio leão