segunda-feira, julho 28, 2008

Cenas engraçadas do cinema. Feliz Natal, seu porco imundo.



O inesquecível Macaulay Culkin em Esqueceram de mim 2.

domingo, julho 27, 2008

Cenas engraçadas do cinema. Ratoburguer.



Cena do filme O Demolidor. Traduzo o trecho mais importante do diálogo entre Sandra Bullock (SB), Sylvester Stallone (SS) e a vendedora hispânica (H):

SB - Só não pergunte de onde vem a carne.
SS - O que isso significa?
SB - Você vê alguma vaca por aqui, detetive?
SS ( para H ) - De quê é esta carne?
H - É carne de rato.
SS - Rato? Isto é um ratoburguer?... Nada mal. Para dizer a verdade, é o melhor hamburguer que como faz anos.
H - Obrigado, senhor.
SS - Até mais.

sexta-feira, julho 25, 2008

Tartufo
















O filme Tartufo, de 1925, é uma obra-prima do expressionismo alemão, que produziu tantas obras-primas. Trata-se de uma adaptação para o cinema da peça de Molière -- a qual não li nem assisti, desculpe -- com uma história por trás. Carl Mayer escreveu um roteiro em que a trama de Moliére será apresentada para desmascarar uma outra farsa. É um filme dentro do filme. O neto de um senhor percebe que a senhora que cuida dele está tirando proveito de sua debilidade física e quer expô-la a uma cena poética a fim de desmascará-la, o que dá um caráter hamletiano à obra. O neto do senhor é um Hamlet que usa Molière para revelar a farsa. Emil Jannings interpreta Tartufo de modo brilhante e a direção cabe à figura máxima do cinema F. W. Murnau.

Cenas engraçadas do cinema. Dança da aranha



Cena do filme Nada a perder, de 1997, com Martin Lawrence e Tim Robbins. O comediante negro tira um sarro de seu colega branco.

Não havia legendas em português, além desse havia apenas um vídeo com o som ruim e legenda numa língua da europa oriental que desconheço ( tomara que não seja alemão ). Mas dá para entender bem a cena sem as legendas.

"There's a spider on your mutha fucking head, man."

For justice, we must go to Don Corleone

Foi preso essa semana o deputado estadual fluminense Natalino Guimarães, do partido Democrata, acusado de comandar uma milícia. As milícias surgiram como grupos formados sobretudo por policias que atuavam como polícia privada informal, à margem do Estado, protegendo e expulsando traficantes de drogas de regiões da cidade do Rio de Janeiro. Muitos desses grupos agora achacam e extorquem os moradores, colocando-se de modo frontal contra a lei. Ocorreu no Rio um processo semelhante ao da Colômbia, onde um grupo paramilitar formou-se para combater o tráfico de drogas frente à inépcia do Estado em fazê-lo. Lá o líder do paramilitarismo Carlos Castaño foi visto como vilão por alguns e herói por outros.

Na Colômbia o paramilitarismo quase desapareceu devido à política agressiva do Estado colombiano contra a guerrilha que trafica drogas. No Rio, não se vislumbra no horizonte próximo uma política firme de combate ao tráfico de drogas pelo Estado.


terça-feira, julho 22, 2008

Entrevista com Silvio Grimaldo



















Silvio é diretor do Espaço Humanitas, onde ministra curso de educação pela leitura dos clássicos em Londrina, Paraná, e consultor do sítio Aristoi, empenhado em ser guia para a educação liberal no Brasil bem como em lançar livros sobre educação que faltam nas prateleiras de nossas livrarias. Antes de iniciar a leitura da entrevista, é preciso saber que educação liberal tem o mesmo significado de educação clássica, qual seja, formar o aluno pela leitura das grandes obras do gênio humano a fim de que ele consiga se situar frente às discussões de sua época e participar delas se o desejar.


1. Qual a sua formação intelectual?

Em primeiro lugar, devo dizer que ainda estou me formando intelectualmente e que a educação liberal é um programa de aprendizado para durar toda a vida.
Sou formado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo, mas não saberia dizer em que medida o curso foi importante na minha formação. Quase todos meus interesses, durante e depois da graduação, devem-se a influências estranhas ao currículo regular de um estudante de ciências sociais, com exceção talvez do meu grande interesse pela sociologia da religião.

Quando estava no segundo ano de faculdade, o Embaixador José Osvaldo de Meira Penna enviou-me seu livro O Dinossauro, uma análise da cultura brasileira desde um ponto-de-vista liberal, que era uma perspectiva ausente no meu curso. Depois de ler esse livro, mergulhei nos clássicos do liberalismo, principalmente em Ludwig von Mises, Friedrich Hayek, Milton Friedman e Roberto Campos. Meu interesse nesses autores, porém, não era tanto a economia política, mas a possibilidade sintetizar suas teorias com os insights dos grandes interpretes do Brasil - Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda e Raymundo Faoro – seguindo assim os passos dados pelo próprio Meira Penna. Estive enfiado nesses assuntos até dois anos atrás, quando minha atenção voltou-se quase toda para problemas ligados à educação.

À mesma época, li O Imbecil Coletivo, do filósofo Olavo de Carvalho, vários de seus textos e apostilas e passei a freqüentar algumas de suas aulas e palestras. O contato com Olavo foi decisivo na minha formação. Com ele descobri um universo intelectual até então desconhecido, cheio de vida e completamente diverso daquele que eu experimentava na USP. Descobri também quão miseravelmente ruim era a educação que eu havia recebido durante esses anos todos. Felizmente, junto com essa última descoberta veio outra, a de que era possível, por meio da educação liberal, remediar os danos. Então, sob influência do Olavo, comecei a estudar e praticar os exercícios de leitura de Mortimer Adler, adaptando seu método e programa às minhas circunstâncias.


2. Como surgiu o projeto de criação do sítio Aristoi?

A coisa toda foi idéia do Lucas Mafaldo e é ele na verdade o responsável pelo projeto. Naquela época, nós vínhamos conversando muito a respeito de educação liberal e, cientes de sua importância, concluímos que seria uma boa idéia montar um site para divulgá-la no Brasil. De um simples grupo de divulgação da educação liberal, o Lucas resolveu fazer do Aristoi uma editora voltada para a publicação de livros importantes à formação intelectual e para o estabelecimento de uma cultura conservadora no país.

Um empreendimento como esse é absolutamente indispensável para a cultura brasileira, mas infelizmente ele vem esbarrando numa série de empecilhos burocráticos, financeiros e logísticos. O Lucas pretende livrar-se desses problemas levando o Aristoi para São Paulo, onde provavelmente encontrará mais apoio, e ultimamente tem dedicado-se quase exclusivamente a essa mudança.


3. Você e Lucas Mafaldo organizaram grupos de leitura e discussão dos clássicos. Qual o procedimento que você utiliza para debater os livros? Sendo mais específico, você ministra uma palestra inicial sobre o enredo do livro e em seguida propõe perguntas para os alunos? Em suma, como a aula é preparada?

O que eu descobri no pouco tempo em que tenho ministrado cursos de educação liberal é que não existe uma receita aplicável a todos os casos, cada turma tem um ritmo diferente, necessidades e dificuldades diversas. Eu procuro seguir metodologia utilizada por Adler nos seminários do Aspen Institute, fazendo as adaptações necessárias para cada turma.

O núcleo dessa metodologia consiste na leitura individual do livro em casa e em encontros de leitura em grupo. Esses encontros de leitura funcionam da seguinte maneira: na primeira parte da aula, os alunos lêem trechos selecionados da obra e são incentivados a recontar a história tal qual ela aparece no livro; na segunda parte, com a obra ainda viva na memória, conduzo aquilo que Adler chama de seminário socrático, ou seja, a partir de algumas perguntas tento fazer com que o aluno reflita sobre o que foi lido. Essa divisão em duas partes corresponde às duas preocupações que orientam todo meu trabalho: certificar-me que o aluno compreendeu o que leu e fazer com que a compreensão da obra se torne um instrumento de autoconhecimento e reflexão sobre questões humanas fundamentais.


4. Li sua entrevista no sítio Espaço Humanitas, onde agora você ministrará o curso de educação pela leitura dos clássicos. Além do diálogo Apologia de Sócrates, de Platão, notei que nenhum outro livro de filosofia está no currículo. Você crê que a melhor maneira de iniciar uma educação é incentivar a imaginação moral do aluno para só então abordar questões filosóficas?

Sim. Estou convencido de que a educação liberal proposta por Adler é excelente, mas percebo que lhe faltava uma teoria pedagógica que orientasse de maneira mais clara as etapas do estudo. Encontrei essa pedagogia na teoria dos quatro discursos de Olavo de Carvalho, apresentada em Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução a Teoria dos Quatro Discursos. No livro, Olavo não está preocupado com uma pedagogia, mas suas teses podem ser aplicadas à educação com grande proveito. Para entender melhor o que é essa teoria dos quatro discursos, recomendo a leitura deste texto.

Eu acredito que toda educação deve começar oferecendo ao estudante os símbolos e imagens, o universo mito-poético, que são o fundamento da cultura. Essas imagens são a matéria-prima de toda as idéias e pensamentos e podem ser acessadas, como discurso, nas grandes obras de arte, nos clássicos da literatura e nas tradições religiosas. O discurso poético, aquele que está na base dos quatro discursos, tem como objetivo alimentar a imaginação, para que ela depois seja trabalhada pelos discursos retórico, dialético e analítico. A discussão filosófica apresenta-se, quase sempre, no nível dialético, operando a matéria-prima fornecida pelo discurso poético, sem o qual ela é apenas um palavrório sem sentido. É como nosso sistema digestivo: quando você come algo, seu organismo digere aquilo, absorve os nutrientes, as coisas que lhe fazem bem e elimina o resto, mas quando seu organismo faz a digestão sem que haja alimento no seu estômago, o que você ganha é uma úlcera.

A Apologia de Sócrates, que eu sempre escolhe como o primeiro da lista, apesar de ser um livro da tradição filosófica, é uma obra com potencial mito-poético excepcional. Ela mostra a essência da vida intelectual não através de teorias e discussões dialéticas, mas pela narrativa da vida e morte de Sócrates. E no final das contas, nada mais fazem os filósofos senão discutir e tentar compreender essa narrativa.

segunda-feira, julho 21, 2008

Sensação de violência

Fora à locadora alugar um filme. Na rua ouviram-se tiros. Pá, pá, pá. O senhor que vinha na direção contrária fez cara de consternado. Continuou andando e dobrou na esquina. Novos tiros, pá, pá, pá. Vinham da direita, parecia. Da direita e do alto; do morro, por certo. Nas lojas, os vendedores saíam para espiar o que acontecia. Algumas senhoras e moças paravam na calçada, sem saber se continuavam andando ou se procuravam abrigo. Ele sentia medo, porém seguia andando. Na sua direção agora vinha um negro de sorriso aberto. Do que será que ele ria? Alguns idiotas gostam da intimidação. Novos tiros, pá, pá, pá. Entrou na locadora, pegou o filme e foi para casa. Lembrou da moça do churrasco que dissera que a sensação de violência é maior que a violência. Nesse momento, caiu um trovão e não pensou mais. O carro de polícia passou com os fuzis apontados para o lado de fora. Chegou em casa, cumprimentou no elevador o senhor que mora em frente. Abriu a porta, ligou a TV, onde se discutia segurança no programa Sem Censura. A Lêda entrevistava dois sociólogos que tinham críticas à formação dos seguranças. Mudou de canal e ficou assistindo ao Cháves. Uma canção antiga encontrou freqüência em seu cérebro: "Eu só quero ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci."

quarta-feira, julho 16, 2008

A transformação da água em vinho

Maria, a mãe de Jesus, ficou abatida; estava atordoada! Enquanto ela permanecia ali, imóvel diante dele, com as lágrimas caindo em seu rosto, o coração humano de Jesus tinha sido dominado de compaixão pela mulher que o tinha concebido na carne; e, inclinando-se para frente, ele colocou a sua mão ternamente na cabeça dela, dizendo: “Espere, espere, Mãe Maria, não lamentes pelas minhas palavras aparentemente duras, pois eu já não te disse muitas vezes que eu vim apenas para cumprir a vontade do Pai celeste? Eu faria de bom grado o que me pediste, se fosse uma parte da vontade do Pai” – e Jesus logo parou, hesitando. Maria pareceu sentir que alguma coisa estava acontecendo. Num pulo, ela jogou os braços em volta do pescoço de Jesus, beijou-o e correu para a sala dos serviçais, dizendo: “O que quer que meu filho tenha dito, façam-no”. Mas Jesus não tinha dito nada. Ele agora compreendia que tinha já dito demais – ou melhor, que tinha imaginado, desejando –, por demais.

Maria dançava de júbilo. Ela não sabia como o vinho seria produzido, mas confiante acreditava que finalmente tinha persuadido o seu primeiro filho a afirmar a sua autoridade, a ousar dar um passo adiante e reivindicar a sua posição, e a exibir o seu poder messiânico. E, por causa da presença e da coligação de certos poderes e personalidades do universo, das quais todos os presentes ignoravam totalmente, ela não ficaria decepcionada. O vinho, que Maria desejara e que Jesus, o Deus-homem fez, humana e compassivamente, por aspirar, estava sendo produzido.

À mão estavam seis grandes potes de pedra, cheios de água, em cada um cabendo quase oitenta litros. Essa água estava ali para ser usada nas cerimônias da purificação final da celebração do casamento. A agitação dos serviçais por causa desses vasos imensos de pedra, sob o comando ativo da sua mãe, atraiu a atenção de Jesus que, indo até lá, observou que eles estavam tirando vinho delas, com jarras repletas.

Gradativamente Jesus tomava consciência do que acontecera. De todos aqueles, que estavam presentes à festa de casamento de Caná, Jesus era o mais surpreso. Os outros tinham aguardado que fizesse algo prodigioso, mas isso era exatamente o que ele tinha como propósito não fazer. E então, o Filho do Homem lembrou-se da advertência que o seu Ajustador Personalizado do Pensamento lhe tinha feito nas colinas. Ele lembrou-se de como o Ajustador o tinha prevenido sobre a incapacidade, que qualquer poder ou personalidade tinha, de privá-lo das suas prerrogativas de criador, na independência do tempo. Nessa ocasião, os transformadores do poder, os seres intermediários e todas as outras personalidades imprescindíveis estavam reunidos perto da água e de outros elementos necessários e, em presença do desejo expresso do Soberano Criador do Universo, não havia como evitar o aparecimento instantâneo do vinho. E essa ocorrência fez-se duplamente certa, pois o Ajustador Personalizado tinha sinalizado que a execução do desejo do Filho não era em nada uma contravenção à vontade do Pai.

Mas isso, em nenhum sentido, era um milagre. Nenhuma lei da natureza foi modificada, ab-rogada ou mesmo transcendida. Nada aconteceu a não ser uma ab-rogação do tempo, em ligação com a reunião celeste dos elementos químicos necessários à elaboração do vinho. Em Caná, nessa ocasião, os agentes do Criador fizeram o vinho, exatamente pelo modo como é feito comumente, pelo processo natural, exceto que eles o fizeram independentemente do tempo, e com a intervenção de agências supra-humanas para reunir, do espaço, os elementos químicos necessários.

Ademais estava evidente que a realização desse chamado milagre não era contrária à vontade do Pai do Paraíso, ou então não teria acontecido, posto que Jesus se submetia a si próprio, para todas as coisas, à vontade do Pai.

Quando os serviçais tiraram esse novo vinho e o levaram ao padrinho, o “mestre-de-cerimônias”, ele o provou e chamou o noivo dizendo: “O costume é servir primeiro o melhor vinho, e, depois, quando os convidados já tiverem bebido o bastante, oferecer o vinho do fruto inferior; mas tu seguraste o melhor dos vinhos para o fim da festa”.

Maria e os discípulos de Jesus estavam grandemente jubilosos com o suposto milagre, pois pensavam que Jesus o tinha executado intencionalmente, mas Jesus retirara-se para um canto abrigado do jardim e entrou em pensamento sério, por uns poucos breves momentos. Ele tinha finalmente decidido que o episódio acontecera fora do seu controle pessoal, dadas as circunstâncias, e, não sendo adverso à vontade do seu Pai, tinha sido inevitável. Quando ele retornou ao povo, foi olhado com temor; eles todos acreditaram nele como sendo o Messias. Contudo, Jesus estava dolorosamente perplexo, sabendo que eles acreditaram nele apenas por causa da ocorrência inusitada que tinham inadvertidamente presenciado. De novo, Jesus retirou-se para uns momentos no terraço de modo que pudesse pensar em tudo.

Jesus agora compreendia totalmente que devia ficar constantemente em guarda, para que a indulgência da compaixão e da piedade não se tornasse responsável por repetidos episódios desse tipo. Contudo, muitos eventos similares ocorreram, antes que o Filho do Homem deixasse finalmente a sua vida mortal na carne.


Documento 137, O tempo de espera na Galiléia, do Livro de Urântia. Retirado da página Associação Urântia do Brasil.

sábado, julho 12, 2008

Apocalypto




















Apocalypto é um filme excelente, muito bem filmado, que mostra o fim da civilização maia, não pela chegada dos espanhóis, como era de se supor, mas pela luta e determinação de um jovem guerreiro de uma das tribos que os maias perseguiam e escravizavam para serem sacrificados aos seus deuses sedentos de sangue.

Não sou lá entendido de técnicas de cinema, mas a impressão com que fiquei foi de que o filme consegue tirar o máximo de cada cena, filmando a nu os passos de Jaguar Paw, um jovem que vê sua tribo ser exterminada pelos maias e depois é levado até o centro do império para ser sacrificado. Na batalha de sua tribo contra os maias, Jaguar Paw consegue esconder sua esposa e filho dentro de um buraco, do qual no entanto eles não conseguem mais sair depois. O filme narra portanto a luta de Jaguar para voltar à floresta e salvar sua esposa e filho.

Um filme eletrizante, que, pela quantidade de cenas feitas dentro da floresta, fez-me lembrar do romance A selva, do português Ferreira de Castro, o qual conta as agruras de um português que foi morar no coração da selva amazônica.

A direção é assinada por Mel Gibson, bem como o roteiro, em companhia de Farhad Safina. Não se pode deixar de lembrar também a história da conquista do império Azteca por Hernán Cortez, o qual foi ajudado por tribos vizinhas que eram escravizadas há séculos pelos aztecas. A história da colonização da América não é exatamente como contam para a gente na escola.

Ah, e quando virem o filme, atenção à genial cena da menina profetiza. Os aztecas também tinham uma profecia de que um dia chegaria um deus vindo do leste para derrotar seu império.

Apocalypto é um filmaço.

quinta-feira, julho 10, 2008

Nunca na história deffe país...

se prendeu tanta gente graúda. O ministro da justiça, senhor Tarso Genro, elogia a ação da Polícia Federal. Eu pergunto se não continuam pegando os ladrões de galinha. Daniel Dantas e Naji Nahas foram parar no xadrez porque têm informações privilegiadas sobre o mercado financeiro. Sua Fealdade - essa eu devo a um colega de curso, muito obrigado Cid! - o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, junto com uma cepa de membros do Partido dos Trabalhadores, prestou apoio político à organização colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, notória produtora e exportadora de tóxicos mundo afora, inclusive para o Brasil.

Esses políticos devem ser indiciados pela prática dos crimes previstos no art. 33, parágrafo primeiro, inciso terceiro, e no art. 37, acrescidos de agravantes dispostos no art. 40, transcritos a seguir, todos da Lei 11.343, de 2006, dita a Lei de Tóxicos.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.


Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.


Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

terça-feira, julho 08, 2008

por Bernardo Veiga


Se sonho, a natureza faz-me rei;

Acordo desejando a profecia

– Sem ter de recorrer ao que dormia –

De ser em tal futuro o que já sei.



E imploro que outro ser permute a lei,

Que salve o meu destino por magia,

Que faça por meu nome o que eu faria

Se fosse tão valente quanto amei.



Espero no que passa como eterno

E morro sem, contudo, ter a vida,

Mas vivo pelo amor que faz morrer.



Descanso na mentira concebida

De quem se mostra o céu, mas traz inferno

E faz da minha fé um falso crer.



_________________________________________




Quando a sorte do mundo descontenta

E o mudo pensamento implora um guia,

Invoco na memória a fantasia

De nunca no futuro ter tormenta.



Mas, eis, que a Providência me apresenta

Num vale da desgraça ou cada dia

Um doce amor que muito é tirania

E ao pobre coração me violenta.



Ó doce amor, tirano e piedoso,

Macula e causa dor de sepultura

E deixas infeliz o não ditoso;



E assim tudo é movido à formosura

Co’efeito de gemido doloroso

E ao pobre coração lhe nega cura.

..........

Esses dois poemas, sem título, são de meu amigo Bernardo Veiga. Bernardo tem um sítio, onde disponibiliza suas poesias, peça de teatro e notas de filosofia.

Para contato, seu endereço de email é bvoa@hotmail.com.

terça-feira, julho 01, 2008

César Borges festeja o 2 de julho, dia da "independência popular do Brasil"
















O senador César Borges (PR-BA) festejou, em discurso, o 2 de julho, "a data da independência popular do Brasil", quando as forças brasileiras finalmente conseguiram, com o apoio da esquadra do almirante inglês Thomas Cochrane, depor o governador da Bahia, Madeira de Melo, fiel aos portugueses.

Lembrou que, ao contrário da idéia "um tanto idílica" de que a independência do Brasil ocorreu no 7 de setembro de 1822 "com apenas um grito", a independência teve muito sangue na Bahia. A data, disse o senador, é comemorada todo ano na Bahia, quando autoridades se juntam ao povo para um desfile pelas ruas de Salvador.

César Borges lembrou que a independência na Bahia teve expressiva participação popular, especialmente dos negros, sendo lançada a semente da idéia do fim da escravidão. A história, acrescentou o senador, registra os nomes de duas mulheres, heroínas da independência - a da abadessa do Convento da Lapa Joana Angélica (assassinada pelos portugueses) e de Maria Quitéria de Jesus. Esta cortou os cabelos e vestiu-se de homem para lutar pela independência e, mais tarde, foi condecorada pelo próprio dom Pedro I.

Conforme o senador, questões levantadas há 185 anos na Bahia, como a participação das classes populares, dos negros e das mulheres na política, continuam atuais.

- É esse o espírito igualitário que precisamos invocar ao celebrar o 2 de julho - frisou. Ele informou que estará em Salvador, nesta quarta-feira (2), para os festejos.

.......

Notícia publicada na Agência do Senado de notícias.

Comento: Para quem não sabe, houve uma guerra de independência, que se travou sobretudo nos estados da Bahia, Pernambuco e Maranhão. Apenas em 1825 a independência brasileira foi reconhecida por Portugal, em tratado com a Inglaterra. O almirante escocês Thomas Cochrane, que recebera o apelido de "Lobo do Mar" do próprio Napoleão Bonaparte, na época estava afastado do serviço na marinha real britânica e foi contratado como mercenário pelo governo de Dom Pedro I após haver servido a causa semelhante de independência no Chile, tendo sido condecorado Marquês do Maranhão pelo primeiro imperador do Brasil.

Sobre a demagogia do senador, bom...

PS: Em tempo, aqui na Tijuca, bairro do Rio de Janeiro onde moro, há uma rua cujo nome é Almirante Cochrane.

A águia, a galinha e o pato

Malgrado a metáfora utilizada pelo autor Leonardo Boff que dá nome ao livro e percorre suas páginas ser válida, o mesmo não se pode dizer da linguagem empregada, que é sempre de uma simplicidade irritante, como se tratasse o leitor como criancinha. Ao que veremos, não condiz com o intuito do autor de transformar homens-galinha em homens-águia. As dimensões galinha e águia estão presentes em todos os homens, mas em alguns se destacam uma ou outra, sendo a galinha a dimensão cotidiana, prática e terrestre, enquanto a águia representa a visão de futuro e espiritual.

No primeiro parágrafo o autor já mostra suas credenciais marxistas, analisando a vida e obra de dois ganenses que se defrontaram contra a ocupação britânica de seu país, ressaltando a frase de N'Krumah ao tonar-se primeiro-ministro: "Sou socialista, sou marxista, sou cristão."

No quinto capítulo, Leonardo Boff demonstra conhecimentos de física citando as mudanças de paradigmas teóricos no século XX, fazendo uma comparação com a física praticada por Newton e Galileu em séculos anteriores. No fim do capítulo ele, que até então fizera distinções razoáveis entre a águia e a galinha, entrega-se ao discurso fácil de afirmar que falta ao homem atual a dimensão águia, devendo esse dedicar-se à luta contra o jugo dos dominadores. Eis aí a síntese da religião boffeana, cujo outro nome é revolta. Até mesmo o irmão de Leonardo Boff se deu conta que a teologia que dá primazia ao pobre sobre Deus não tem valor algum. A pobreza é uma qualidade acidental de um ser humano, é algo que chega e pode passar. O pobre não é uma realidade em si. Leonardo Boff abraça uma quimera confortável contra a difícil tarefa de entender o mundo, suas relações de poder, e a existência de Deus face a essas dificuldades. É tão simples o mundo de Leonardo Boff: há pessoas que não têm dinheiro porque os ricos, por serem maus, não querem deixar. Pensava eu assim quando tinha quatorze anos. O senhor Luiz Longuini, que ministrou a disciplina de Ética e cidadania para mim nas faculdades Moraes Júnior, acredita nisso.

Quando o senhor Longuini afirmou em sala de aula que a colonização era uma forma de exploração, retorqui dizendo que nem toda colonização envolve exploração, algo de uma obviedade ululante. Para citar um exemplo, os italianos que colonizaram o sul do Brasil vieram com o intuito de plantar uvas, não de expulsar indígenas ou portugueses de terras. O senhor Longuini disse que eu tinha mente de colonizado, no que foi respondido em tom firme com as mesmas palavras em seguida. E pensar que o homem tem doutorados mundo afora. Ou mái Gódi!