domingo, junho 12, 2011

Tragédia de Brasília

Com cabeça diferente do pai, Paulo Mendes postula a candidatura de deputado pelo PT. Hojé à noite ele e outros possíveis candidatos têm reunião com cacifes do partido.

Achille Lobo e Cesare Battisti levam vidas pacatas como editores da revista comunista Adital. Mas não se conformam em viver assim, querem ação, querem ver algo acontecer. O PT se lhes tornou acomodado, parece-lhes ter abandonado a luta revolucionária. Enxergam ainda tentativa de intelectuais do partido de fazer uma revisão histórica do partido, para adequá-lo à classe pequeno-burguesa da classe média ascendente. Estão dispostos a agir e recrutam jovens para formar uma organização revolucionária mais pura, crêem.

Cacifes do partido rearranjam o orçamento partidário. A revolução já era, o mundo é outro. As FARC estão dando de mais na vista, é hora de parecer mais moderado. Cancelam portanto o financiamento da revista Adital para inaugurar uma ONG voltada ao combate à discriminação de judeus. Achille Lobo e Cesare Battisti estão na rua.

Eles não deixarão por menos. Arquitetam um ataque com bomba à sede do partido, hoje à noite, apenas para assustar. Mas sai tudo errado. Os jovens executores colocaram nitroglicerina demais. O andar do prédio vai todo pelos ares. Há um incêndio, pessoas descem correndo.

O repórter anuncia: o ex-presidente Lula está morto! Também o governador Tarso Genro morreu, o país pára, estupefato. Entrementes os bombeiros trabalham para apaziguar o incêndio.

Sai lista provisória de vítimas: além de Lula e Tarso Genro, contam-se entre os mortos o deputado federal Tuca do PT, Pedro Garcia e João Carlos Barbosa, filhos dos ministros Marco Aurélio Garcia e Joaquim Barbosa, do STF, e Joaquim Pedrosa, servente do edifício. Aguarda-se confirmação dos nomes de outras pessoas que compareceriam ao evento.

Paulo Mendes esqueceu em casa sua ficha de preenchimento. Ele chega atrasado, cai de joelhos chorando. Está aliviado, irado, espavorido e agradecido.

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