sábado, dezembro 29, 2007

Quer entender o espírito do capitalismo?

Então leia esse post no sítio de Antonio Fernando Borges.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Um novo tipo de amor














Essa é uma mensagem para a oitava de Natal. O texto foi escrito por Dinesh D'Souza, que é autor do livro What's so Great About Christianity (O que há de tão formidável no Cristianismo), o qual pode ser adquirido na livraria virtual amazon.com. A página de Dinesh é dineshdsouza.com e já consta na seção de links ao lado.
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Em seu belo livro Os quatro amores, C. S. Lewis descreve os quatro tipos distintos de amor. Três deles são universais e portanto familiares a todos. Primeiro há o STORGE ou amor familiar. Essa é a afeição que sentimos por parentes, vizinhos e as pessoas que convivem conosco. O amor entre pais e filhos provavelmente é o caso clássico de amor familiar. Curiosamente não escolhemos aqueles que serão objeto de amor familiar; por conseqüência, Storge nos introduz a pessoas com quem talvez não tivéssemos escolhido para conviver e cujas virtudes talvez jamais aprendamos a apreciar.

Segundo, há EROS ou o amor romântico. Tão poderosa é sua força que as pessoas feqüentemente se descrevem enamoradas[1], como se estivessem presas a uma força externa. Os personagens Paolo e Francesca de Dante buscam justificar seu adultério argumentando, de fato, que “Eros nos fez fazer isso.” O amor romântico parece encarnar uma espécie de altíssima moralidade que derruba as regras convencionais. O apelo de Eros é que ele nos dá aquela consciência momentânea de transcendência. Traz consigo a sugestão e até a explícita alegação de eternidade: “Eu sempre te amarei.” No entanto sabemos por experiência que Eros pode ser muito volúvel. Lewis escreve, “Eros é levado a prometer o que Eros não pode cumprir.”

A seguir há a FILIA ou amizade. A amizade não é um amor natural no sentido de que não necessitamos dela para sobreviver. Ao contrário dos pais e vizinhos, os amigos são realmente escolhidos. Os amigos não estão unidos muito por um interesse um no outro mas porque compartilham interesse em outra coisa: xadrez quem sabe ou a arte ou uma percepção comum daquilo que é importante na vida. Enquanto os amantes podem ser flagrados olhando intensamente um para o outro, os amigos podem ser flagrados lado a lado olhando intensamente na mesma direção.

Em seu máximo, argumenta Lewis, essas três formas de amor exigem de nós o mais alto compromisso. Cada um faz exigências que procura sobrepujar o outro e qualquer afeição competidora. Lewis mostra ainda que cada um contém severas limitações. O amor familiar pode ser tão forte a ponto de nos cegar para as necessidades dos outros fora desse atrativo círculo. Eros é um famoso mentiroso. A amizade pode se degenerar rapidamente em exclusividade mesquinha. Os três amores universais, escreve Lewis, devem ser integrados, reconciliados e governados por um quarto tipo de amor.

Esse amor é AGAPE ou a caridade. É o amor que temos para com aqueles que não são nada para nós. É o menos egoísta de todos os amores e também o menos natural. Simplesmente não há explicação darwinista sobre por que as pessoas se preocupam e procuram ajudar aqueles que são completos estranhos. Agape é quem mais se aproxima do amor de Deus por nós. Deus nos amou por nenhuma outra razão a não ser porque Ele escolheu nos amar. Nós somos chamados a experimentar e nos aproximar desse amor na maneira com que tratamos os outros. Nenhuma outra religião ensina Agape, que é uma invenção toda do Cristianismo. Pouco se dão conta as pessoas seculares de que quando fazem coisas boas que não as beneficiam de maneira alguma, estão agindo de acordo com o legado do Cristianismo.

Esse é o amor que o menino Jesus trouxe ao mundo, uns dois mil anos atrás. Ateus pugilistas como Richard Dawkins e Sam Harris brigam longe de Jesus, não acertando nele um golpe sequer e revelando no processo sua ríspida insignificância. De modo que se todas as pessoas - incluindo cristãos professos - tomassem com mais seriedade os ensinamentos de Cristo, e buscassem incorporar em suas vidas a virtude cristã por definição, Agape, não seria essa terra um lugar mais doce e amável?

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[1] Nota do tradutor: no original, “in love”.

tradução de Daniel Lourenço

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Entrevista com Tom Jobim

Essa semana assisti a uma entrevista concedida pelo mestre Antonio Carlos Brasileiro Jobim nos seus 60 anos de idade. O repórter, talvez pensando que o músico se torna automaticamente um sábio por ser um ancião, fez-lhe perguntas sobre problemas atuais como desmatamento, guerra, e o músico não se fez de rogado, dando seus pitacos em tom levemente indignado, ao sabor carioca. Eis aí um homem sábio naquilo que sabe fazer, que é a música, opinando sobre aquilo que não sabe. Cena ruim de se ver.

A entrevista foi concedida em 1987. Compreende-se que nessa época as pessoas quisessem opinar sobre tudo e falar sobre qualquer coisa, pois haviam recém saído de um regime ditatorial.
O que não se aceita é que vinte anos depois esse desejo tenha crescido.

Essa idéia de que toda opinião tenha que ser respeitada é uma defesa contra o dever de buscar a verdade sem se acomodar com o sabido e de calar quando não se sabe. Mas o importante não é a opinião, e sim a verdade, entendida aqui como correspondência entre pensamento e realidade. Como a realidade não se transforma no pensamento, o pensamento tem que se transformar na realidade e isso exige um esforço contínuo de humildade, que é condição básica para o aprendizado seja do que for.

Ao invés de noticiar, jornalistas incitam os consumidores a tomar parte naquilo que estão mostrando, e o homem mal sabendo o que está acontecendo já se sente louco para “fazer algo a respeito.” É que não se trata de interpretar o mundo, mas de transformá-lo.

domingo, dezembro 23, 2007

Dez anos do Indivíduo

O jornal eletrônico O Indivíduo completou 10 anos. Leia aqui o texto de Lucas Mafaldo que faz um balanço da influência da Internet na cultura brasileira. Está crescendo..

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Liberais e conservadores

Vez ou outra utilizo o termo liberal contraposto ao de conservador, sem maiores explicações. Minha intenção é que os termos ganhem a mesma conotação que têm nos EUA, onde o liberal é o esquerdista, ou seja, aquele que defende o relativismo moral, e todas as implicações disso em políticas que vão desde a liberalização do aborto até a defesa do casamento de homossexuais, e o conservador é aquele que acredita que existem o certo e o errado, muito embora possa ser super difícil identificá-los na situação concreta. No Brasil o termo liberal se identifica em primeiro lugar com o defensor do livre-mercado, da tradição da economia clássica. Ocorre que não necessariamente, no entanto, um defensor do livre-mercado também acredita em valores morais, por isso a definição política de liberal é precária, dado faltar-lhe explicação sobre componente que é essencial no caráter político, qual seja, o componente moral (ou amoral).

Mais sobre o tema, e melhor explicado por homem da área de tradução, ver em http://www.pedrosette.com/2007/03/08/liberals-e-liberais-conservatives-e-conservadores/.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Dez princípios conservadores.

por Russell Kirk, traduzido por Paulo Ricardo.
Clique aqui e baixe o texto.

sábado, dezembro 08, 2007

Os EUA na Nova Ordem Mundial

Os EUA são o país onde a resistência à Nova Ordem Mundial se dá com mais intensidade. Embora hajam nascido nesse país diversos movimentos político-ideológicos contemporâneos, também nesse país se construiu a mais forte resistência a esses movimentos.

Quando a URSS se dissolveu, muitos analistas apontaram os EUA como a única superpotência do planeta, a que exerceria uma hegemonia sobre outras nações. Até mesmo o ultra perspicaz Olavo de Carvalho apontou os EUA como o novo Império. Na década de 90, porém, outros centros de poder consolidaram-se e passaram a exercer influência enorme. A ONU e entidades transnacionais como a União Européia pressionam governos a adotarem aquele rol de direitos citado no post anterior. Fundações bilionárias, as mais conhecidas dentre elas de origem americana, dão apoio financeiro a projetos relacionados. O Centro de Estudos e Pesquisas no Ensino do Direito (CEPED) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro foi fundado com apoio da Fundação Ford. Deve ser um dos motivos pelos quais minha ex-faculdade é tão liberal...

A origem de vários desses movimentos da Nova Era é americana. O feminismo, o ambientalismo, o movimento homossexual, se não tiveram suas origens nos EUA, ao menos tornaram-se bandeiras globais pelo barulho que fizeram nesse país. Por esse motivo muitas pessoas tomam os EUA como o criador da Nova Ordem Mundial. Essa idéia, porém, não é correta. Esses movimentos não são exatamente apoiados pela população. Na década de 70, a chamada “maioria silenciosa” já mostrava que não compartilhava desses valores relativistas elegendo o presidente Richard Nixon. Na década seguinte, a eleição do presidente Ronald Reagan tirou a “maioria silenciosa” do armário e o movimento conservador começou a ganhar força. Antes disso, autores conservadores como Russell Kirk e Eric Voegelin, entre outros, conquistavam o coração de estudantes sinceros. Ronald Reagan disse as seguintes palavras de Russell Kirk: “Como profeta do conservadorismo americano, Russell Kirk ensinou, estimulou e inspirou uma geração. Desde... Piety Hill, ele foi fundo nos valores americanos, escrevendo e editando trabalhos centrais de filosofia política. Sua contribuição intelectual foi um profundo ato de patriotismo. Aposto que no futuro seu trabalho continuará a exercer profunda influência na defesa de nossos valores e de nossa estimada civilização.”

Mês passado completaram-se 20 anos da publicação do livro “The closing of the american mind”, de Allan Bloom, que foi um marco na crítica à burrice universitária. Desde 1987, dois movimentos são bastante claros na sociedade americana. Por um lado, o Estado tem cada dia mais controle sobre a vida do cidadão. Por outro, no meio intelectual, a esquerda sofre derrotas atrás de derrotas. Christopher Hitchens não tem como discutir com Dinesh D' Souza a não ser apelando para um senso comum barato ao qual não falta cinismo. (ver o vídeo do debate entre os dois na página de Dinesh D' Souza, com link ao lado). O primeiro desses movimentos é o refexo político de décadas de domínio liberal da cultura, bem como das enormes somas de capital investidas pelas Fundações bilionárias. A reação a esse movimento pode ser ilustrada pelo convite feito pela American Family Association, organização conservadora americana, a boicotar os produtos da Ford, o que resultou, dentre outras causas, em queda vertiginosa no faturamento dessa empresa. O mais importante evento, no entanto, foi o surgimento dessa geração fantástica de jornalistas e escritores, que inclui Ann Coulter, Thomas Sowell, Sean Hannity - e vários outros que o autor conhece só de nome, os quais desmascaram uma a uma as artimanhas de políticos desejosos de exercer controle enorme sobre a vida do homem. Até George W. Bush não escapa da mira desses jornalistas. Se você acredita que ele é direitista, passe a ler os artigos dessa turma da pesada. Mais do que a guerra contra o Iraque, o presidente George W. Bush talvez entre para a história como o homem que permitiu o fim da soberania e identidade americanas, dissolvendo-as numa entidade transnacional chamada North American Union, que é um arremedo de União Européia para a América do Norte.

Olavo de Carvalho já disse que precisaria reescrever o capítulo de seu livro em que aponta os EUA como o novo Império. Ele tem razão. Os EUA são a bucha de canhão da Nova Ordem Mundial. A própria hegemonia americana é usada como forma de aumentar o poder do Concerto das Nações. Eu imagino se a Inglaterra do século XIX aceitaria discutir assuntos polêmicos com Brasil, China, Japão..

Presidentes dos EUA confusos aceitam políticas que vão de encontro aos valores mais americanos. A Nova Ordem Mundial é uma época de desordem.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

O Brasil na Nova Ordem Mundial

O Brasil é o país que se adequou perfeitamente ao projeto da Nova Ordem Mundial. Desde que George Bush o anunciou, pouco antes de a cidade do Rio de Janeiro receber a Eco-92, o Brasil vem adotando um a um os programas da ONU sobre direitos sexuais, ambientais, raciais, indígenas e outros - sem querer discriminar esse OUTROS, é que o autor dessas linhas não consegue lembrá-los agora.

O ambientalismo talvez seja a ideologia que mais forte toca o coração das pessoas. Inteligente articulista do site Mídia sem Máscara comparou o projeto TAMAR com o projeto de legalizar o aborto, chamando-o, em feliz trocadilho, de projeto MATAR. Não se toca nos ovos de tartaruga, porém o feto humano pode ser cortado com tezoura e jogado em um balde. Aquecimento global é quase um mantra, muito embora aqui e ali vozes se levantem para dizer que talvez esse seja apenas um ciclo passageiro, como o de ligeiro esfriamento global nos anos 50, o qual o jornal NY Times anunciava então com estardalhaço..

A Nova Ordem Mundial é a ordem da liberdade irrestrita. Faz-se o que quer, e ninguém tem nada com isso. Nessa era em que só se fala de democracia, seria bom voltar a ler o velho mestre Platão, cujas advertências sobre os riscos da liberdade irrestrita são bastante atuais... Traduzo do livro VIII de A República: "E a sua humanidade para com os condenados não chega a ser charmosa? Você não reparou que, em uma democracia, muitas pessoas, embora tenham sido sentenciadas à morte ou ao exílio, continuam no lugar que estão e caminham livres e soltas - os cavalheiros posam de heróis, e ninguém repara ou se importa?"

Nenhuma sociedade bem organizada se funda na idéia de liberdade, mas na de virtude. A liberdade irrestrita, o relativismo, e o ateísmo militante invariavelmente conduzem à tirania.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Hitler era um esquerdista

(Clique no título e suba com o mouse na tela que aparecer)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Notas sobre A República de Platão

Mais do que o desenho que faz do Estado em A República, é importante notar em Platão sua idéia de fundo de sociedade. Há pessoas que consideram Platão um tirano, mas essa é uma visão muito superficial. Algumas frases de A República são significativas para derrubar essa tese. Quando, ao ser perguntado por seu interlocutor se o guardião não rejeitaria a vida contrita que lhe é designada tornando-se um tirano, Sócrates - o personagem-voz de Platão no livro - responde, citando Hesíoso, que a "metade é melhor que o todo", ou seja, que viver as paixões com parcimônia é melhor que vivê-las desregradamente. Essa frase indica que Platão não acreditava nesse Estado modelo de uma forma utópica, muito menos imposta, mas demonstra que Platão lamenta que o guardião - o governante - possa abandonar a vida contrita feliz que tem para tiranizar os governados, tornano-se ao final infeliz também. De nada adianta todo o desenho constitucional do Estado se o guardião não estiver disposto a levar uma vida contrita. É coisa a se lamentar apenas, pois fará mal a si mesmo e à cidade. Platão sabe que a lei é feita para os homens. Uma lei boa não faz um homem bom. Ao contrário, o homem bom faz a lei boa. De forma intuitiva talvez, Platão prescreveu uma lei fundamental de conduta ao guardião a qual é a tentativa de captar a lei moral que rege o coração do grande homem, e que só esse pode conhecer. O grande homem é que ele chama de o guardião.