sábado, outubro 24, 2015

Como a esquerda assassina sessenta milhares de pessoas todo ano

Ela incentivou culturalmente a criminalidade, cultuando tipos como o jovem criminoso rebelde que luta contra os ricos, o sistema, o capitalismo, e que deseja apenas se expressar ao cometer assassinatos e roubos. Ele é um herói que segue seus instintos contra o moralismo careta burguês.

Ao mesmo tempo, retirou os meios da população de se defender dos criminosos; concretamente, desarmou-a.

Junto com isso, neutralizou moralmente a polícia e os militares, medida que ia ao encontro da glorificação do crime, mas que tinha um propósito estratégico próprio. 

A primeira estratégia tem também um efeito que realiza um desejo celerado e inconfessável da esquerda: eliminar os que considera indesejáveis, uma vez que as maiores vítimas da criminalidade sabidamente são pobres e negros. Este desejo histórico da esquerda, em Marx e Che Guevara, por exemplo, foi psicologicamente reprimido, mas retorna à superfície num lapso aqui, um deslize ali, para logo em seguida ser ocultado como acusação projetiva de racismo à sociedade em geral e a direitistas em particular. Neurotizam o desejo, ao invés de trabalharem sua sublimação. 

Neutralizar moralmente a polícia e os militares não ajuda a dar o salto qualitativo rumo ao totalitarismo soviético, porque as ditaduras comunistas precisam ser sustentadas na tora. Esta é a sinuca de bico petista, que eles tentam sobrebor, por um lado retirando poder político dos militares, por outro seduzindo a cúpula carreirista com cargos e salários, na esperança de que a corporação, se não irá apoiá-los deliberadamente, pelo menos omita-se de intervir em qualquer ocasião; sem Anás, ao menos Pilatos.

Mesmo esta tática, porém, pode sair pela culatra, porque se os militares afirmam peremptoriamente que não interviriam, o povo pode se sentir mais encorajado a ocupar prédios públicos e tirar de sua poltrona Ricardo Lewandowski, dizendo-lhe: "Cai fora, o povo não quer você aqui, para você acabou".

O MST correria ao primeiro grito dos Gladiadores de Cristo, por exemplo. Mais preocupante seria uma invasão militar boliviano-venezuelana. Se isto acontecesse, ou os militares destruiriam os exércitos comunistas latino-americanos ou adeririam ao projeto da Pátria Grande. Em ambos os casos ficarão bem, no primeiro, com honra e poder político, no segundo, como burocratas montados em direitos especiais, embora odiados na surdina pela população. 

segunda-feira, agosto 17, 2015

Fuck up the whole thing

O estamento burocrático-empresarial, de que fazem parte blógues sujos, jornalistas comprados nas redações da PIG, donos de veículos de mídia conchavadores, movimentos sociais que não arrecadam dinheiro da sociedade, todos estes assediadores moral-psicológicosprecisa ser destruído.

terça-feira, abril 21, 2015

Vida de casado

Findo o almoço, relaxava tomando um café e lendo um conto de Machado de Assis.

Ela entra na sala e sobressalta: "Ai, credo"!

-- O que foi?

-- Tem uma lagartixa na parede.

-- Ah é, tem mesmo.

Fez menção de voltar-se consigo no sofá.

-- !?!! -- porém ela olhou-o até que ele desse por isso.

-- Ah, deixa para lá, daqui a pouco ela vai embora.

Saiu resignada, contrariada. Triste um pouco.

Ele se acomodaria mais uma vez, tornou a ler, inclusive, mas não foi longe. Pousou o livro.

Daí tomou um gole de café e foi ver a lagartixa.

quinta-feira, março 12, 2015

O Corão à luz do Livro de Urântia

Jesus, o Filho do Homem, foi o último profeta de Israel porque o sinédrio judaico o rejeitou, não porque ele seria a coroação da longa lista de profetas. Já havia rejeitado outros, é certo, mas o Filho do Homem, e da maneira que foi, descredenciava a nação a segurar a tocha da profecia em Urântia.

Digo isso porque muita gente não entende o que é que Maomé foi fazer, por que é que foi entrar na história e fundar uma religião, uma vez que Jesus já tinha aparecido e concluído sua missão.

Essa uma questão que pessoas relutantes a acreditarem na possibilidade do Livro de Urântia ser uma revelação também levantam.

Jesus veio e concluiu sua missão, mas isso não significa que nenhuma outra revelação vai acontecer. Vai e ainda serão várias.

Quer dizer então que o Corão é uma revelação? Se não for, como pode o profeta iletrado ter dito aquelas coisas todas?

O Corão se insere e confirma a mitologia profética judaica, criada por escribas no séc. VI antes de Cristo de uma história sagrada de seu povo, a qual, já vimos, não é histórica, não aconteceu realmente. Israel não tinha doze tribos, por exemplo, algo que o Corão reafirma.

Mas então todo o livro é algo saído da mente de Maomé, não uma inspiração profética? Será que sua mente estava em erro, da mesma maneira que mentes em transe que pretendem dizer coisas profundas também estão?

Não.

Ele é tanto uma revelação como a Bíblia o é, com a diferença de que o discurso dos profetas judaicos não foi copiado quase que ipsis litteris, como o de Maomé.

O discurso dos profetas judaicos passou pela mediação dos escribas.

Não se pode alegar que o discurso de Maomé foi alterado, desvirtuado pelos escribas, o que está no Corão foi o que ele disse mesmo.

Então, se Maomé não é um falso profeta, realmente não acredito nisso, nem sua mente está em erro ("Não refletem no fato de que seu companheiro não padece de demência alguma? Que não é mais do que um elucidativo admoestador"?), me surgiram essas linhas de investigação:

Me ocorreu antes que Maomé poderia ter revelado tudo o que escutou, mas segundo o que foi capaz de lembrar, da mesma maneira que o pastor a quem foi sussurrado o salmo 23; isso explica desvirtuamentos menores, que pouco ou nada comprometem o sentido do discurso.

Mas não explicaria a história que contou dos patriarcas, a qual é a versão dos escribas judaicos, não a que realmente aconteceu. Não se trata de desvirtuamentos menores, trata-se de outro discurso.

Poderia ser que Maomé tenha revelado a seu povo aquilo que eles tinham condição de ouvir, de receber, da mesma maneira que fizera antes Moisés, guardando para si aquilo que ele sabia que eles não eram capazes de receber. Se assim fosse, o Corão não é a expressão cuspe e giz de revelações proféticas, ele é a reelaboração de Maomé daquilo que ficou sabendo.

Essa explicação é ótima, mas vai de encontro à tradição islâmica que diz que Maomé repetiu ipsis litteris as revelações.

Mas pode ser que Gabriel mesmo tenha confirmado o mito da história de Abraão e Moisés. Não é o LU que nos diz que as teorias sobre o cosmos que nos revelou deverão num prazo que eles chamam de curto ser reelaboradas em face de novas descobertas? 

Os próprios reveladores do LU nos dizem que nos revelaram o que estávamos prontos a saber naquele momento e que nosso conhecimento deverá ser expandido sob um novo quadro de referência depois de algum tempo. Pode ser que Gabriel mesmo tenha feito o papel de Moisés, narrando a história do mundo de um modo que os povos arábicos pudessem reconhecê-la e aceitá-la naquele momento, um modo que depois precisaria ser revisto. A diferença é que a advertência dos reveladores de Urântia diz respeito a uma teoria sobre o cosmos, não sobre eventos históricos. A diferença, claro, é que eles nos advertiram.

Mas nem toda revelação corânica acontece com uma pessoa, Gabriel, dizendo a Maomé algo que ele deveria repetir, como num telefone sem fio. Não. Wahy podia acontecer-lhe a partir dessa experiência que ele metaforiza como o dobrar do sino ou mesmo confiada diretamente a seu coração. (Introdução, Maariful Quran)

Ora, em sendo assim, a revelação deveria acontecer ao superconsciente de Maomé. Sua mente então poderia interpretá-la dentro do contexto de tradições judaicas subconscientizadas. Fiel e sinceramente.

Como o Ajustador do Pensamento falando para ouvindo moucos como os nossos.

O Corão nunca se autorizou como o verbo de Allah, ele autoriza Jesus como o verbo de Allah; o Corão se autoriza como Livro de Allah, da mesma maneira que autoriza o Pentateuco como Livro de Allah.

Essa explicação tem conseqüências profundas para o Islam. Significa que ele pode e deve evoluir.

A tradição de considerar todo o Corão como a palavra do arcanjo Gabriel meramente repetida por seu mensageiro Maomé foi estabelecida pelo próprio Maomé?

Estudar as origens do Corão me fez querer estudar mais as origens do próprio LU.

Todo mundo sabe sobre o sujeito adormecido, que o casal de doutores William e Lena Sadler foi visitar no andar de baixo de seu apartamento provisório em Chicago tão logo sua esposa bateu em sua porta pedindo avaliação médica para o estranho estado de seu marido enquanto dormia.

Quem era o sujeito adormecido, ninguém sabe. Seria bom investigar os moradores dos andares de baixo dos prédios em que moraram o casal Sadler entre 1906 e 1911.

O sujeito adormecido é o mesmo que a personalidade de contato?

No excelente livro "Dr. Sadler and the Urantia Book", Sioux Oliva argumenta que William Sadler era o sujeito adormecido.

A hipótese é plausível, mas implica que Sadler tenha mentido sobre a origem do LU, algo em que não acredito. Mas também é difícil de acreditar que nenhum membro do Fórum não tenha xeretado os encontros da Comissão de Contato para descobrir quem era seu sétimo membro, o sujeito adormecido. Será então que o contato através do sujeito adormecido se deu até o início das revelações dos documentos em 1924, quando então Sadler passou a ser a personalidade de contato? Isso manteria a palavra de Sadler, de ter visitado em 1911 o sujeito adormecido, depois de ser acordado no meio da noite por sua preocupada esposa.

Curioso notar que os estudiosos que procuraram padrões de escrita em documentos do LU para identificar seu autor humano, não fizeram o mesmo para confirmar se dois documentos assinalados ao mesmo autor celeste foram realmente escritos pela mesma pessoa. O método científico vai às cucuias. 

Tanto no Corão quanto no Livro de Urântia parece ter sido necessária a intermediação de um ser humano para a elaboração do livro. Se a materialização dos documentos de Urântia não precisou de uma mão humana para escrevê-los (Bill Sadler, filho do casal William e Lena, acreditava que se fosse possível ver a materialização dos documentos, ver-se-ia um lápis escrevendo sozinho no papel), as criaturas intermediárias responsáveis diretas pela revelação realmente usaram um ser humano em seu projeto. A pergunta que fica é: Esse ser humano serviu apenas de contato das personalidades celestes com as humanas ou de alguma maneira sua mente foi usada para que conceitos fossem vertidos para a compreensão humana?

O LU não está ligado diretamente a um homem, não existe um profeta, um guru. A mente humana tem um papel mínimo na revelação do LU, algo que nem na revelação de Jesus de Nazaré ocorreu. Quem quer que haja sido o sujeito adormecido, ele não foi um profeta, a não ser que atribuamos a William Sadler ou à Comissão de Contato a autoria do livro, o que eles negam peremptoriamente.


Adendo: A maneira com o que o profeta fica sabendo as coisas que sabe é intrigante. A própria vida de Jesus, não esqueçamos que Jesus não nasceu sabendo quem era; Jesus ouviu claramente alguém lhe dizendo: "Sua hora chegou", quando ia a Jerusalém aos doze anos. Ou João Batista. De que maneira ele soube que devia preparar o caminho para o Libertador, que inclusive era seu primo? Quem lhe disse? Como ficou sabendo o que fazer e o que dizer? Será que disse bem (o que lhe foi dado dizer)?