quarta-feira, julho 14, 2010

Ética clássica por Shakespeare

"(...)

Mi perdonato, meu gentil senhor, pois concordo nisso tudo, contente de que persista no intento de aspirar às doçuras da doce filosofia. Apenas, meu bom amo, por mais que admiremos essa virtude, essa disciplina moral, rogo-lhe que não nos tornemos estóicos ou insensíveis. Nem tão devotos da ética de Aristóteles a ponto de achar Ovídio desprezível. Apóie a lógica nos seus conhecimentos do mundo e pratique a retórica na conversa usual; inspire-se na música e na poesia e não tome da matemática e da metafísica mais do que o estômago pode suportar; o que não dá prazer não dá proveito. Em resumo, senhor, estude apenas o que lhe agradar."

(Extraído de A Megera Domada, tradução de Millôr Fernandes)

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