terça-feira, fevereiro 26, 2008

A democracia no olho do furacão

No mundo moderno, a democracia nasce da transposição da vida dentro da comunidade eclesiástica cristã para a vida civil. É o reconhecimento de que difrenças eclesiástico-organizacionais não devem afetar a boa convivência entre cristãos das variadas denominações. O modo de vida eclesiástico cristão amplia-se ao recusar a disputa estéril acerca de diferenças dogmáticas e os cristãos tratam na vida secular com o empenho e dedicação que têm em sua Igreja. A famosa frase de Abraham Lincoln proferida no discurso de Gettysburg: “Governo do povo, pelo povo, para o povo,” na realidade não é dele, mas de John Wycliffe, no prólogo de sua tradução da Bíblia de 1384. O governo não trabalha pelo povo, o povo trabalha pelo governo. Forte também era a noção de uma nova Canaã, a terra prometida, que inspirava os peregrinos colonizadores da América.

A inversão demoníaca da idéia democrática cristã, que nasce num ambiente cultural maduríssimo, é o Comunismo. Alguns homens, eruditos quanto sejam-Lênin e Stálin eram, decidem que sabem o que é bom para o povo. A partir daí, permitem-se toda espécie de artifícios pelo bem maior do Comunismo. Na frase reveladora de Bertold Brecht: “Mentir em prol da verdade.” Chamam de democracia popular a pior tirania que houve na história humana.

A idéia democrática está presente no coração do homem Ocidental. Tantos os cristãos mais dedicados quanto os mais ferrenhos anti-cristãos aprovam a forma de governo. Empenhados em realizar a palavra do Evangelho que os manda ir pelos quatro cantos do mundo anunciar a Boa Nova, os cristãos constróem redes de solidariedade que gradualmente resvalam para a política democrática. George Soros e cia., pelo lado dos anti-cristãos, fomentam organizações pró-democráticas em tiranias mundo afora.

O presidente americano George W. Bush perde-se em meio aos dois grupos. Não é capaz de adotar uma política francamente cristã, como a praticada pelo amado Ronald Reagan, nem de trair por completo a base eleitoral que o elegeu. Fugindo da briga interna, ele assume então a política de espalhar através da força a liberdade no mundo. A liberdade conseguida pela força, que trouxe bons resultados na Alemanha Ocidental e Japão no pós-guerra, agora é testada no Iraque, conforme o programa dos neoconservadores.

O perigo é de o mundo inteiro viver numa democracia chocha. Aquela verdadeira democracia pode desaparecer, enfraquecida pela perseguição à cultura cristã e pela efeminação do homem que vai à Igreja.

Ps. No Brasil, o ranço entre Católicos e Protestantes, que existe de parte a parte, prejudica a formação de uma elite conservadora cristã.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Histórias de sala de aula

Aula de direito internacional.

Discutíamos o que era genocídio. Perguntei se Osama Bin Laden poderia ser condenado por genocídio.

-Mas ele atacou apenas as Torres Gêmeas.

-Sim, mas a intenção dele é matar todos os americanos.

-Ora, matar todos os americanos eu também quero.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Furo na reportagem

Fundações são alvo de CPI das ONGs
Comissão analisa indícios de irregularidade detectados em 25 entidades ligadas à universidades públicas.

............

Essa é manchete da versão digital do Jornal do Brasil de hoje. Perceberam o erro? Não há crase antes de “universidades públicas”. Poderia haver mas o trecho final seria mudado, pois a crase teria que ficar no plural: “entidades ligadas às universidades públicas.” É pedir de mais que um jornal de grande porte, ou que o foi pelo menos, escreva em bom português sua manchete de capa?

Há um blog feito por dois jornalistas experientes que analisa furos, não de reportagem, mas na reportagem, da imprensa. xingatorio.blogspot.com

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Revolução parte final
















Liberdade, de Delacroix, pintura símbolo da Revolução Francesa.

“Assim toda forma de iniqüidade criou raízes nos países Helênicos por causa dos problemas. A antiga simplicidade a que se juntava em grande parte a honra era desdenhada e desapareceu; e a sociedade ficou dividida em campos em que homem algum confiava em seu próximo. Para colocar um ponto final nisso, não havia esperança a que se agarrar, nem imprecação exigindo respeito; mas todos partidos lidando antes com cálculos sobre o desespero de um estado de coisas permanente, estavam mais resolvidos à auto-defesa do que capazes de passar confiança. Nessa disputa, as percepções embotadas eram mais bem sucedidas. Apreensivos de suas próprias deficiências e da esperteza de seus antagonistas, eles temiam levar a pior no debate e ser surpreendidos pelas combinações dos oponentes mais versáteis, e portanto recorriam de uma vez para a ação: enquanto seus adversários, imaginando de forma arrogante descobrir a tempo seus artifícios, e que era desnecessário garantir pela ação o que a política estabelecia, com freqüencia caíam vítimas de suas falta de precaução.”

“Nesse ínterim a Córcira deu o primeiro exemplo da maioria dos crimes a que aludimos; das represálias exigidas pelos governados que nunca haviam experienciado tratamento equitativo ou qualquer coisa menos insolência contra os governantes–quando sua hora chegou; das decisões iníquas daqueles que desejavam se ver livres de sua pobreza costumeira, e cobiçavam com ardor os bens do vizinho; e por fim, dos excessos selvagens e sem compaixão em que os homens que começaram a luta, não com um espírito de classe mas de partido, eram alimentados por suas paixões ingovernáveis. Na confusão agora reinante sobre as cidades, a natureza humana, sempre se rebelando contra a lei e agora sua mestra, mostrava-se de bom grado ingovernável na paixão, superior ao respeito pela justiça, e inimiga de toda superioridade; desde que a vingança não teria sido colocada acima da religião, e se sobreposto à justiça, não fosse o poder fatal da inveja. De fato os homens com muita freqüencia dedicam-se à perseguição de sua vingança dando o exemplo de pôr fim àquelas leis gerais a que todos podem procurar salvação na adversidade, ao invés de permitir que elas subsistam no dia de perigo em que sua ajuda será necessária.”

Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.

Tradução minha da tradução em inglês de Richard Crawley.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.



















As crenças gnóstico-revolucionárias crêem conhecer a essência da história. Mas aqui há um problema que surge de imediato. A história, ou melhor o tempo, se estende para o futuro, e portanto a história não é uma coisa como uma pedra ou uma vaca cuja essência pode ser conhecida. Uma colega leitora do blog lançou a questão de que a verdade mudaria sempre. Respondi-lhe que ela tem razão em parte. Um ser humano carrega consigo caracteres que permitem identificá-lo mesmo com as mudanças de aparência provocadas pelo corte de cabelo ou por mudanças imperceptíveis como a troca de células de todo o corpo. Há uma forma ou essência que dá ordem àquele conjunto de moléculas e permitem a identificação. Nem o Michael Jackson escapa disso. Com a história isso não acontece. Muitos ideólogos creram ter descoberto o sentido da história, o rumo que ela está seguindo. Eles passam a interpretar toda a história de acordo com o sentido que teriam descoberto, ao invés de buscar sentido nos fatos que realmente aconteceram. E mais: ao enxergar um sentido único para a história, acabam com o fator cultura, que é exatamente a esfera das escolhas humanas. A história aconteceu de determinado modo, porém poderia ter acontecido de outro, fossem outras as escolhas. In limine, a ideologia conduz a loucuras totalitárias. O ideólogo da história acredita ser o portador da verdade histórica–veja leitora do blog, a verdade histórica não existe se a entendemos como o significado da história, só existe com referência aos fatos que já aconteceram e que não vão deixar de ter acontecido mesmo que algum tiranete obrigue a relevá-los ou negá-los– e por isso reúne todas as forças e meios vis para realizar o sentido que deu para a história. Hitler, mais modesto que Karl Marx, disse que o Terceiro Reich duraria mil anos. Durou doze. O barbudo alemão apostou que o Comunismo era o fim da história. É por isso que em Cuba, passados quarenta e cinco anos da revolução Cubana, o coma andante Fidel Castro disse que a revolução ainda estava em curso. O Comunismo é o paraíso, como o paraíso não chegou, a culpa é do sr. George Bush.

Por isso fico com meu Jesus Cristo: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai.”

Andres Segovia - Asturias

domingo, fevereiro 17, 2008

Revolução 2a parte

“(...)A Revolução portanto fez seu caminho de cidade em cidade, e os lugares onde chegou por último, de terem ouvido o que fora feito antes, levaram a um excesso ainda maior o refinamento de suas invenções, como manifestado na astúcia de suas iniciativas e na atrocidade de suas represálias. As palavras tinham que mudar seu significado ordinário e assumir aquele que lhes era dado agora. A audacidade temerária passou a ser considerada coragem de um leal aliado; hesitação prudente, covardia camuflada; a moderação foi considerada um disfarce para a fraqueza; a habilidade de enxergar todos os lados de uma questão, inaptidão para agir em algum deles. A violência desvairada tornou-se atributo da virilidade; a cuidadosa intriga, um meio justificado de auto-defesa. O advogado de medidas extremas era sempre confiável; seu oponente um homem de quem suspeitar. Para suceder numa intriga era requisito a cabeça astuta, para armar uma intriga uma mais astuta ainda; mas para tentar não precisar fazer qualquer uma das alternativas era necessário dissolver seu partido e então ficar com medo de seus adversários. Nos dias bons, evitar um futuro criminoso, ou sugerir a idéia de um crime onde ele era necessário, eram atitudes igualmente louváveis até que o próprio sangue se tornava um elo mais fraco que o do partido, pela presteza soberba daqueles unidos pelo partido a afrontar tudo sem reserva; pois tais associações não tinham em vista as bençãos derivadas de instituições estabelecidas mas eram formadas pela ambição de destruí-las; e a confiança de cada membro um no outro apoiava-se menos em alguma sanção religiosa do que na cumplicidade pelo crime. As propostas justas de um adversário eram recebidas com ciumentas precauções pelo mais forte dos dois, e não com uma confiança magnânima. A vingança também era mais bem considerada que a auto-preservação. Juras de reconciliação, proferidas por ambos os lados apenas como resposta a uma dificuldade imediata, só eram mantidas enquanto outra arma não estava a mão; mas quando a oportunidade surgia, aquele que primeiro se aventurava a agarrá-la e a surpreender a guarda do inimigo, imaginava essa vingança pérfida como mais doce do que uma vingança aberta, desde que, deixadas de lado as considerações de segurança, o sucesso pela traição rendia-lhe o triunfo da inteligência superior. De fato geralmente acontece de os homens considerarem os vigaristas mais inteligentes que honestos simplórios, e são tão envergonhados de serem o segundo como orgulhosos de serem o primeiro. A causa de todos esses males era a cobiça pelo poder nascendo da ganância e da ambição; e dessas paixões procedia a violência dos partidos ocupados na disputa. Os líderes nas cidades, cada qual munido com as confissões mais justas, de um lado com o brado da igualdade política do povo, do outro com o de uma aristocracia moderada, buscavam prêmios para si naqueles interesses públicos de que alegavam cuidar, e recaindo para a falta de meios nas suas lutas por ascensão entregavam-se aos mais tristes excessos; em seus atos de vingança foram a limites ainda maiores, não detendo-se ante o que a justiça ou o bem do estado requeria, porém fazendo do partido seu único critério no capricho do momento, e invocando com igual presteza a condenação de um veredicto injusto ou a autoridade da arma forte para saturar as animosidades do momento. Assim a religião não tinha lugar de honra em quaisquer dos partidos; mas o uso de frases justas para chegar a fins criminosos gozava de alta reputação. Enquanto isso o partido moderado dos cidadãos perecia entre os dois, seja por não entrar na disputa, seja porque a inveja não os deixava escapar.”

Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Revolução 1a parte

“Os Peloponésios assim partiram com pressa à noite para casa, margeando a costa; e puxando seus navios ao lado do Istmo de Leucas, de modo a não serem vistos dobrando-o, desta forma partiram. Os Corciranos, conscientes da aproximação da frota Ateniense e da partida do inimigo, trouxeram os Messenianos de fora das muralhas para a cidadela, e ordenaram a frota que eles haviam tripulado a navegar em volta em direção ao porto Hilaico; e enquanto o estava fazendo, matou os inimigos conforme colocava as mãos neles, despachando em seguida, ao pô-los em terra, aqueles que persuadiram a subir a bordo dos navios. Em seguida foram ao santuário de Hera e convenceram cerca de cinqüenta homens a experimentarem seu teste, e os condenaram todos à morte. A massa dos suplicantes que se recusaram a fazê-lo, vendo o que estava acontecendo, mataram-se uns aos outros no solo consagrado; enquanto alguns se enforcavam nas árvores, e outros destruíam-se do modo que eram capazes. Durante os sete dias que Eurímedo permaneceu com seus sessenta navios, os Corciranos se dedicaram a assassinar aqueles de seus conterrâneos a quem consideravam seus inimigos: e embora o crime atribuído era o de tentar derrubar a democracia, alguns foram mortos por ódio privado, outros pelos devedores por causa do dinheiro que lhes deviam. A morte pois assolava de toda maneira; e, como freqüentemente acontece em tempos como este, não havia limites aonde a violência não chegava; os filhos eram mortos por seus pais, e suplicantes arrastados para fora do altar ou mortos lá mesmo; enquanto alguns eram até mesmo emparedados no templo de Dionísio e morriam ali.”

“Então o sangue era a marcha da revolução, e a impressão que causava era maior por ser a primeira a acontecer. Mais tarde, poder-se-ia dizer, todo o mundo Helênico estava em convulsão; lutas feitas em toda parte pelos chefes populares para trazer os Atenienses, e pelos Oligarcas para introduzir os Lacedemônios. Na paz não haveria nem o pretexto nem a vontade de fazer tal convite; mas na guerra, com uma aliança sempre no comando de quaisquer das facções para prejuízo dos adversários e sua vantagem correspondente, oportunidades para trazer o estrangeiro nunca faltavam aos partidos revolucionários. Os sofrimentos que a revolução impunha às cidades eram muitos e terríveis, como ocorreram e sempre ocorrerão enquanto a natureza da humanidade for esta; embora de uma forma mais severa ou menos severa, e variando nos sintomas, de acordo com a variedade dos casos particulares. Na paz e prosperidade, estados e indivíduos têm melhores sentimentos, porque não se encontram confrontados de modo repentino com necessidades imperiosas; mas a guerra acaba com a fácil provisão das necessidades diárias, e então prova-se uma mestra bruta, que conduz o caráter da maioria dos homens para um mesmo nível junto com suas fortunas(...)”

Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.

Pergunta que se quer calar















Político de um partido revolucionário discursava para uma atenta audiência:
“(...)Pois quando chegarmos ao poder, todo mundo vai poder comer sorvete de manga.”
Lá atrás, um rapaz levantou com humildade o dedo e perguntou:
“Mas siô dotô e quem não gosta de sorvete de manga?”
O político, então, arrematou:
“Meu filho, quando chegarmos ao poder, você vai gostar de sorvete de manga.”

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Os números e a realidade

Ontem assisti a uma reportagem que dizia que o número de mortos por parada cardíaca no Brasil alcançava o número de 200.000 pessoas. O telespectador pode ficar alarmado com esse número. Mas será que essa é uma atitude inteligente? A reportagem não dizia qual seria um número razoável de mortos no universo dos quase 190 milhões de brasileiros. Faltou um termo de comparação. Sem ele, os números não dizem nada e podem trazer um alarme injustificado. A reportagem poderia dizer que em outros países o número de mortos por parada cardíaca por cem mil habitantes é tanto, e então comparar com a taxa brasileira. Mas sem um ponto de referência não podemos saber se os 200.000 brasileiros mortos por parada cardíaca são um número baixo, dentro da normalidade ou alto. As medidas em geral têm a característica de não bastar por si para descrever uma realidade. Por exemplo, pode-se dizer que o estado do Paraná é um estado grande, pois é maior do que países europeus como a Suiça por exemplo. Mas em comparação com o estado do Amazonas, o Paraná é um estado de médio porte. Também as sensações do frio e do calor têm essa característica. A temperatura que faz um alemão sentir frio é mais baixa que a temperatura que faz um carioca sentir frio. Grande, pequeno, frio, calor, precisam de um termo de comparação para fazerem sentido real. Quando se diz que uma pessoa é alta, deve-se entender que ela é mais alta que a maioria das pessoas dentro de um universo-pode ser falso ou verdadeiro o enunciado, mas seu sentido é esse. Dentro de outro universo, porém, talvez ela não fosse alta. Assim, certo mesmo é dizer que uma pessoa é mais alta que outra. O Oscar Schmidt é mais alto que o Pelé, isso é real, visível e inegável.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Vida em condomínio e a justiça

Ontem o Fantástico apresentou uma reportagem sobre a legalidade da utilização da piscina do condomínio pelas babás. Só assisti ao final da reportagem, onde um casal de senhores considerava inconstitucional a proibição do uso da piscina pelas babás mesmo que a justiça dissesse que esse assunto deva ser tratado na reunião dos condôminos e decidido por cada condomínio. Ou seja, a justiça decide que os próprios moradores resolvam a questão. Não vou aqui dizer que o casal de senhores não tem o direito de afirmar que a decisão da justiça é inconstitucional, afinal a liberdade de expressão é um direito constitucional e portanto um direito 'forte' como aprendi na Argentina, mas também tenho o direito de simplesmenete ignorar o que o casal disse. Ah, justiça brasileira, até quando acertas és criticada? As próprias pessoas envolvidas na questão do seu dia-a-dia devem tentar resolver seus problemas. Bertrand de Jouvenal ressaltava a importância dos poderes intermediários da sociedade como contraponto ao poder avassalador do estado. Os clubes, condomínios, escolas, igrejas, associações de moradores formam uma rede de colaboração que ameniza e inibe a atuação estatal.

Uma coisa é óbvia: o juiz não mora no condomínio para saber as nuanças de uma situação que afeta os moradores. Pode-se objetar que o juiz também mora em um condomínio e portanto conhece a dinâmica dessa relação. Mas ele mora com outras pessoas, em outro lugar, e terá a chance de com elas decidir o que é melhor para o seu condomínio.

Alguém ainda poderia dizer que a justiça se omitiu por fraqueza ou por não saber o que fazer. Prudência não é fraqueza, a super intensidade emocional o é. Se a justiça apenas não sabia o que fazer, agiu bem de não se meter na questão. Mas talvez soubesse bem o que estava fazendo: reconhecendo sua menor capacidade de resolver um problema do que as pessoas que estão envolvidas diretamente com a questão.

Uma das conseqüencias da badalada 'constitucionalização do direito civil' é que agora qualquer questiúncula pode ser tachada de inconstitucional. Os senhores a quem a decisão legal desagradou não eram bacharéis em direito e mesmo assim asseveraram que a decisão era inconstitucional. Isso mostra que de uns anos para cá criou-se uma certa cultura de respeito à Constituição, como aliás o professor de direito constitucional Luiz Roberto Barroso gosta de ressaltar. Mas será que a Constituição merece esse respeito todo? A Constituição é um sistema que deriva proposições de axiomas. Os axiomas, segundo o dicionário Aurélio, são premissas imediatamente evidentes que se admitem como universalmente verdadeiras sem exigência de demonstração. 'A dignidade da pessoa humana' é um axioma. Mas pergunto eu: como resolver a questão das babás tendo em vista a dignidade da pessoa humana? Difícil não é mesmo? Certas questiúnculas fogem do guarda-chuva sistemático e devem ser resolvidas segundo a conveniência política do dia. O risco é que os axiomas e as proposições de direito se tornem “tubos vazios onde cada um coloca o que quer”, que é a definição mesma de fascismo para Pirandello.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Aquecimento global

A China está passando pelo inverno mais rigoroso em cinqüenta anos. Ano passado nevou em Buenos Aires, fato que não acontecia há noventa anos.

Os metereologistas muitas vezes erram sobre a previsão de chuva no dia de amanhã. Por que depositar tanta confiança em cientistas que afirmam que a onda de aquecimento na Terra é causada pelo ser humano, sendo este um fenômeno muito mais complexo do que aquele? Há um vasto desejo de tornar o mundo num grande laboratório, onde tudo pode ser medido, explicado e alterado. Só esqueceram de contar para a natureza, que sem saber de nada, continuará funcionando com um fator chamado indeterminação. Certo tipo de homem pode ter tanto medo da natureza. Mais fácil seria se ele reconhecesse sua incapacidade estrutural de conhecer tudo e se abrisse confiante ao desconhecido. A despeito de querer mudar o mundo, o mundo é que está mudando o homem, cada dia mais burrinho e ambicioso (aqui no Brasil, nossa!). Lembra o personagem Cérebro do desenho animado Pinky e Cérebro, que todas as noites executa um plano para tentar dominar o mundo, os quais malogram invariavelmente, ao invés de bolar um plano mais modesto para escapar do laboratório. Ou o personagem Jack do seriado LOST, que tendo conseguido sair da ilha em que estava perdido agora não sabe como conduzir sua vida e quer voltar para lá. Um ratinho de laboratório voluntário é o que o homem vem se tornando. E falam tanto de liberdade... Mas a natureza humana, como a natureza de qualquer coisa, não muda, inventem as técnicas de manipulação comportamental que inventarem. O homem novo só pode existir desde uma perspectiva transcendental, que renova o espírito (lembrem o Cristo dizendo: “Eu torno todas as coisas novas”). Os credos de cunho escatológico imanentista, que inclui desde o Nacional Socialismo e o Comunismo até o liberalismo progressista de tipo anglo-saxão, o qual se diferencia daqueles pelo grau de moderação mas não na essência de pretender transformar a natureza humana, continuarão dando com os burros n'água, produzindo pelo caminho porém muita destruição e aflição geral.

E o aquecimento global? Ora, assista ao vídeo a seguir: A grande farsa do aquecimento global, produzido pela TV britânica.



O jornalista Jerry Carlson chegou a dar muita atenção à “New Little Ice Age” dos anos 30 aos 70, porém dados mais apurados mostraram se tratar de um pequeno ciclo aquele esfriamento. Nessa época havia políticos querendo controlar a emissão dos aerosóis poluentes, que estariam causando o esfriamento...

Aqui, o jornalista americano Glenn Beck apresenta Climate of fear.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Rolando Lero



Lição para o estudantado brasileiro: quando forem metidos e puxa-sacos, usem de garbo e elegância, pois além de não baixarem o nível, podem ainda conseguir arrancar risadas acolhedoras dos colegas (falo da vida real).

Abaixo, reportagem do Jornal Nacional na morte do saudoso Rogério Cardoso.