segunda-feira, outubro 18, 2010

O professor disse que era etnocentrismo considerar a cultura euro-americana mais avançada que a antropogenia ameríndia. O aluno perguntou-lhe se algum índio não aceitaria luz elétrica em sua oca.

2 comentários:

Jessé de Almeida Primo disse...

Caro:

Bem lembrado numa época em que os antropólogos não hesitariam em oferecer seu próprio pescoço ao cutelo indígena só para não ofender os povos da floresta. Ademais, se alguém quer entender de fato a psicologia indígena, nenhum estudo moderno superou "Notícias do Brasil", de Gabriel Soares de Souza, publicado no século XVI. O sujeito é tão exato e tão franco na sua exposição que os amantes dos povos da florestas o chamariam de eurocêncrico.

Danielhenlou disse...

Sem falar, Jessé, nos europeus que adoravam ver a floresta como o paraíso terrestre perdido. Um europeu veio tirar a prova e viu que não era bem assim. O português Ferreira de Castro viveu como seringueiro junto a uma fazenda de extração de borracha. Seus relatos não são lá animadores, como Rousseau et caterva imaginariam que fossem. Na verdade, no romance A selva, ele descreve a experiência de viver no coração da floresta, no meio da mata fechada, quase como o inferno na terra. Embora transpire uma tristeza talvez amarga, é bastante bom. Os passeios de barco pelos igarapés na época das cheias valem a pena.

Um abraço.