segunda-feira, agosto 09, 2010

Cícero sobre o estudo

"Ainda quanto a ti, meu filho Marco, que naquele ano freqüentaste Crátipo, na própria Atenas considera-se preciso abundar em preceitos e pelos institutos de filosofia em busca de apogeu e da autoridade de doutor e da cidade, capaz de progredir na ciência de um, e outros exemplos ainda, entretanto, para a minha utilidade, sempre conjugo as idéias latinas com as gregas, tampouco fico apenas com a filosofia, além de me exercitar com discurso, realizei-os, igualmente para teu proveito, julgo para fazer, que tenhas igual habilidade em qualquer discurso. E no que deveras nos toca, como somos vistos, prestamos grande ajuda a nossos próximos, não como na maneira rude dos livros gregos; que os doutores, entretanto, em alguma medida se justifiquem para adeptos e para quem se deva falar e expor considerações.

Quão vantajosamente estudas ao menos sobre o principal da geração dos filósofos e estudas durante muito tempo o que queres; no entanto, deverás querer muito durante este longo tempo, até o ponto em que conquanto avances não será o bastante. Todavia, nossos escolhidos não dissentem muito dos peripatéticos, porque tanto os socráticos quanto os platônicos devem ser queridos, faz uso no teu julgamento das próprias coisas -- nada o impede deveras --, proferirás com êxito discurso na língua latina para nossos leitores satisfeitos. Que eu não queira superestimar-me deveras. A seu turno, não se concede a muitos a ciência de filosofar, sejas consagrado ao que é próprio da oratória, apto, distinto e ornamentado, uma vez que pelo estudo se atravessa a vida inteira, se para mim o assumo, sou considerado em meu dever apto de alguma maneira a reivindicá-lo."

-- Cícero, em De Officiis, ou Dos Deveres, tradução minha, com revisão de José Serrano.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito obrigado por ter colocado meu nome "in fine".

Danielhenlou disse...

De nada.