No mundo moderno, a democracia nasce da transposição da vida dentro da comunidade eclesiástica cristã para a vida civil. É o reconhecimento de que difrenças eclesiástico-organizacionais não devem afetar a boa convivência entre cristãos das variadas denominações. O modo de vida eclesiástico cristão amplia-se ao recusar a disputa estéril acerca de diferenças dogmáticas e os cristãos tratam na vida secular com o empenho e dedicação que têm em sua Igreja. A famosa frase de Abraham Lincoln proferida no discurso de Gettysburg: “Governo do povo, pelo povo, para o povo,” na realidade não é dele, mas de John Wycliffe, no prólogo de sua tradução da Bíblia de 1384. O governo não trabalha pelo povo, o povo trabalha pelo governo. Forte também era a noção de uma nova Canaã, a terra prometida, que inspirava os peregrinos colonizadores da América.
A inversão demoníaca da idéia democrática cristã, que nasce num ambiente cultural maduríssimo, é o Comunismo. Alguns homens, eruditos quanto sejam-Lênin e Stálin eram, decidem que sabem o que é bom para o povo. A partir daí, permitem-se toda espécie de artifícios pelo bem maior do Comunismo. Na frase reveladora de Bertold Brecht: “Mentir em prol da verdade.” Chamam de democracia popular a pior tirania que houve na história humana.
A idéia democrática está presente no coração do homem Ocidental. Tantos os cristãos mais dedicados quanto os mais ferrenhos anti-cristãos aprovam a forma de governo. Empenhados em realizar a palavra do Evangelho que os manda ir pelos quatro cantos do mundo anunciar a Boa Nova, os cristãos constróem redes de solidariedade que gradualmente resvalam para a política democrática. George Soros e cia., pelo lado dos anti-cristãos, fomentam organizações pró-democráticas em tiranias mundo afora.
O presidente americano George W. Bush perde-se em meio aos dois grupos. Não é capaz de adotar uma política francamente cristã, como a praticada pelo amado Ronald Reagan, nem de trair por completo a base eleitoral que o elegeu. Fugindo da briga interna, ele assume então a política de espalhar através da força a liberdade no mundo. A liberdade conseguida pela força, que trouxe bons resultados na Alemanha Ocidental e Japão no pós-guerra, agora é testada no Iraque, conforme o programa dos neoconservadores.
O perigo é de o mundo inteiro viver numa democracia chocha. Aquela verdadeira democracia pode desaparecer, enfraquecida pela perseguição à cultura cristã e pela efeminação do homem que vai à Igreja.
Ps. No Brasil, o ranço entre Católicos e Protestantes, que existe de parte a parte, prejudica a formação de uma elite conservadora cristã.
terça-feira, fevereiro 26, 2008
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Histórias de sala de aula
Aula de direito internacional.
Discutíamos o que era genocídio. Perguntei se Osama Bin Laden poderia ser condenado por genocídio.
-Mas ele atacou apenas as Torres Gêmeas.
-Sim, mas a intenção dele é matar todos os americanos.
-Ora, matar todos os americanos eu também quero.
Discutíamos o que era genocídio. Perguntei se Osama Bin Laden poderia ser condenado por genocídio.
-Mas ele atacou apenas as Torres Gêmeas.
-Sim, mas a intenção dele é matar todos os americanos.
-Ora, matar todos os americanos eu também quero.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Furo na reportagem
Fundações são alvo de CPI das ONGs
Comissão analisa indícios de irregularidade detectados em 25 entidades ligadas à universidades públicas.
............
Essa é manchete da versão digital do Jornal do Brasil de hoje. Perceberam o erro? Não há crase antes de “universidades públicas”. Poderia haver mas o trecho final seria mudado, pois a crase teria que ficar no plural: “entidades ligadas às universidades públicas.” É pedir de mais que um jornal de grande porte, ou que o foi pelo menos, escreva em bom português sua manchete de capa?
Há um blog feito por dois jornalistas experientes que analisa furos, não de reportagem, mas na reportagem, da imprensa. xingatorio.blogspot.com
Comissão analisa indícios de irregularidade detectados em 25 entidades ligadas à universidades públicas.
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Essa é manchete da versão digital do Jornal do Brasil de hoje. Perceberam o erro? Não há crase antes de “universidades públicas”. Poderia haver mas o trecho final seria mudado, pois a crase teria que ficar no plural: “entidades ligadas às universidades públicas.” É pedir de mais que um jornal de grande porte, ou que o foi pelo menos, escreva em bom português sua manchete de capa?
Há um blog feito por dois jornalistas experientes que analisa furos, não de reportagem, mas na reportagem, da imprensa. xingatorio.blogspot.com
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Revolução parte final

Liberdade, de Delacroix, pintura símbolo da Revolução Francesa.
“Assim toda forma de iniqüidade criou raízes nos países Helênicos por causa dos problemas. A antiga simplicidade a que se juntava em grande parte a honra era desdenhada e desapareceu; e a sociedade ficou dividida em campos em que homem algum confiava em seu próximo. Para colocar um ponto final nisso, não havia esperança a que se agarrar, nem imprecação exigindo respeito; mas todos partidos lidando antes com cálculos sobre o desespero de um estado de coisas permanente, estavam mais resolvidos à auto-defesa do que capazes de passar confiança. Nessa disputa, as percepções embotadas eram mais bem sucedidas. Apreensivos de suas próprias deficiências e da esperteza de seus antagonistas, eles temiam levar a pior no debate e ser surpreendidos pelas combinações dos oponentes mais versáteis, e portanto recorriam de uma vez para a ação: enquanto seus adversários, imaginando de forma arrogante descobrir a tempo seus artifícios, e que era desnecessário garantir pela ação o que a política estabelecia, com freqüencia caíam vítimas de suas falta de precaução.”
“Nesse ínterim a Córcira deu o primeiro exemplo da maioria dos crimes a que aludimos; das represálias exigidas pelos governados que nunca haviam experienciado tratamento equitativo ou qualquer coisa menos insolência contra os governantes–quando sua hora chegou; das decisões iníquas daqueles que desejavam se ver livres de sua pobreza costumeira, e cobiçavam com ardor os bens do vizinho; e por fim, dos excessos selvagens e sem compaixão em que os homens que começaram a luta, não com um espírito de classe mas de partido, eram alimentados por suas paixões ingovernáveis. Na confusão agora reinante sobre as cidades, a natureza humana, sempre se rebelando contra a lei e agora sua mestra, mostrava-se de bom grado ingovernável na paixão, superior ao respeito pela justiça, e inimiga de toda superioridade; desde que a vingança não teria sido colocada acima da religião, e se sobreposto à justiça, não fosse o poder fatal da inveja. De fato os homens com muita freqüencia dedicam-se à perseguição de sua vingança dando o exemplo de pôr fim àquelas leis gerais a que todos podem procurar salvação na adversidade, ao invés de permitir que elas subsistam no dia de perigo em que sua ajuda será necessária.”
Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.
Tradução minha da tradução em inglês de Richard Crawley.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

As crenças gnóstico-revolucionárias crêem conhecer a essência da história. Mas aqui há um problema que surge de imediato. A história, ou melhor o tempo, se estende para o futuro, e portanto a história não é uma coisa como uma pedra ou uma vaca cuja essência pode ser conhecida. Uma colega leitora do blog lançou a questão de que a verdade mudaria sempre. Respondi-lhe que ela tem razão em parte. Um ser humano carrega consigo caracteres que permitem identificá-lo mesmo com as mudanças de aparência provocadas pelo corte de cabelo ou por mudanças imperceptíveis como a troca de células de todo o corpo. Há uma forma ou essência que dá ordem àquele conjunto de moléculas e permitem a identificação. Nem o Michael Jackson escapa disso. Com a história isso não acontece. Muitos ideólogos creram ter descoberto o sentido da história, o rumo que ela está seguindo. Eles passam a interpretar toda a história de acordo com o sentido que teriam descoberto, ao invés de buscar sentido nos fatos que realmente aconteceram. E mais: ao enxergar um sentido único para a história, acabam com o fator cultura, que é exatamente a esfera das escolhas humanas. A história aconteceu de determinado modo, porém poderia ter acontecido de outro, fossem outras as escolhas. In limine, a ideologia conduz a loucuras totalitárias. O ideólogo da história acredita ser o portador da verdade histórica–veja leitora do blog, a verdade histórica não existe se a entendemos como o significado da história, só existe com referência aos fatos que já aconteceram e que não vão deixar de ter acontecido mesmo que algum tiranete obrigue a relevá-los ou negá-los– e por isso reúne todas as forças e meios vis para realizar o sentido que deu para a história. Hitler, mais modesto que Karl Marx, disse que o Terceiro Reich duraria mil anos. Durou doze. O barbudo alemão apostou que o Comunismo era o fim da história. É por isso que em Cuba, passados quarenta e cinco anos da revolução Cubana, o coma andante Fidel Castro disse que a revolução ainda estava em curso. O Comunismo é o paraíso, como o paraíso não chegou, a culpa é do sr. George Bush.
Por isso fico com meu Jesus Cristo: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai.”
domingo, fevereiro 17, 2008
Revolução 2a parte
“(...)A Revolução portanto fez seu caminho de cidade em cidade, e os lugares onde chegou por último, de terem ouvido o que fora feito antes, levaram a um excesso ainda maior o refinamento de suas invenções, como manifestado na astúcia de suas iniciativas e na atrocidade de suas represálias. As palavras tinham que mudar seu significado ordinário e assumir aquele que lhes era dado agora. A audacidade temerária passou a ser considerada coragem de um leal aliado; hesitação prudente, covardia camuflada; a moderação foi considerada um disfarce para a fraqueza; a habilidade de enxergar todos os lados de uma questão, inaptidão para agir em algum deles. A violência desvairada tornou-se atributo da virilidade; a cuidadosa intriga, um meio justificado de auto-defesa. O advogado de medidas extremas era sempre confiável; seu oponente um homem de quem suspeitar. Para suceder numa intriga era requisito a cabeça astuta, para armar uma intriga uma mais astuta ainda; mas para tentar não precisar fazer qualquer uma das alternativas era necessário dissolver seu partido e então ficar com medo de seus adversários. Nos dias bons, evitar um futuro criminoso, ou sugerir a idéia de um crime onde ele era necessário, eram atitudes igualmente louváveis até que o próprio sangue se tornava um elo mais fraco que o do partido, pela presteza soberba daqueles unidos pelo partido a afrontar tudo sem reserva; pois tais associações não tinham em vista as bençãos derivadas de instituições estabelecidas mas eram formadas pela ambição de destruí-las; e a confiança de cada membro um no outro apoiava-se menos em alguma sanção religiosa do que na cumplicidade pelo crime. As propostas justas de um adversário eram recebidas com ciumentas precauções pelo mais forte dos dois, e não com uma confiança magnânima. A vingança também era mais bem considerada que a auto-preservação. Juras de reconciliação, proferidas por ambos os lados apenas como resposta a uma dificuldade imediata, só eram mantidas enquanto outra arma não estava a mão; mas quando a oportunidade surgia, aquele que primeiro se aventurava a agarrá-la e a surpreender a guarda do inimigo, imaginava essa vingança pérfida como mais doce do que uma vingança aberta, desde que, deixadas de lado as considerações de segurança, o sucesso pela traição rendia-lhe o triunfo da inteligência superior. De fato geralmente acontece de os homens considerarem os vigaristas mais inteligentes que honestos simplórios, e são tão envergonhados de serem o segundo como orgulhosos de serem o primeiro. A causa de todos esses males era a cobiça pelo poder nascendo da ganância e da ambição; e dessas paixões procedia a violência dos partidos ocupados na disputa. Os líderes nas cidades, cada qual munido com as confissões mais justas, de um lado com o brado da igualdade política do povo, do outro com o de uma aristocracia moderada, buscavam prêmios para si naqueles interesses públicos de que alegavam cuidar, e recaindo para a falta de meios nas suas lutas por ascensão entregavam-se aos mais tristes excessos; em seus atos de vingança foram a limites ainda maiores, não detendo-se ante o que a justiça ou o bem do estado requeria, porém fazendo do partido seu único critério no capricho do momento, e invocando com igual presteza a condenação de um veredicto injusto ou a autoridade da arma forte para saturar as animosidades do momento. Assim a religião não tinha lugar de honra em quaisquer dos partidos; mas o uso de frases justas para chegar a fins criminosos gozava de alta reputação. Enquanto isso o partido moderado dos cidadãos perecia entre os dois, seja por não entrar na disputa, seja porque a inveja não os deixava escapar.”
Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.
Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Revolução 1a parte
“Os Peloponésios assim partiram com pressa à noite para casa, margeando a costa; e puxando seus navios ao lado do Istmo de Leucas, de modo a não serem vistos dobrando-o, desta forma partiram. Os Corciranos, conscientes da aproximação da frota Ateniense e da partida do inimigo, trouxeram os Messenianos de fora das muralhas para a cidadela, e ordenaram a frota que eles haviam tripulado a navegar em volta em direção ao porto Hilaico; e enquanto o estava fazendo, matou os inimigos conforme colocava as mãos neles, despachando em seguida, ao pô-los em terra, aqueles que persuadiram a subir a bordo dos navios. Em seguida foram ao santuário de Hera e convenceram cerca de cinqüenta homens a experimentarem seu teste, e os condenaram todos à morte. A massa dos suplicantes que se recusaram a fazê-lo, vendo o que estava acontecendo, mataram-se uns aos outros no solo consagrado; enquanto alguns se enforcavam nas árvores, e outros destruíam-se do modo que eram capazes. Durante os sete dias que Eurímedo permaneceu com seus sessenta navios, os Corciranos se dedicaram a assassinar aqueles de seus conterrâneos a quem consideravam seus inimigos: e embora o crime atribuído era o de tentar derrubar a democracia, alguns foram mortos por ódio privado, outros pelos devedores por causa do dinheiro que lhes deviam. A morte pois assolava de toda maneira; e, como freqüentemente acontece em tempos como este, não havia limites aonde a violência não chegava; os filhos eram mortos por seus pais, e suplicantes arrastados para fora do altar ou mortos lá mesmo; enquanto alguns eram até mesmo emparedados no templo de Dionísio e morriam ali.”
“Então o sangue era a marcha da revolução, e a impressão que causava era maior por ser a primeira a acontecer. Mais tarde, poder-se-ia dizer, todo o mundo Helênico estava em convulsão; lutas feitas em toda parte pelos chefes populares para trazer os Atenienses, e pelos Oligarcas para introduzir os Lacedemônios. Na paz não haveria nem o pretexto nem a vontade de fazer tal convite; mas na guerra, com uma aliança sempre no comando de quaisquer das facções para prejuízo dos adversários e sua vantagem correspondente, oportunidades para trazer o estrangeiro nunca faltavam aos partidos revolucionários. Os sofrimentos que a revolução impunha às cidades eram muitos e terríveis, como ocorreram e sempre ocorrerão enquanto a natureza da humanidade for esta; embora de uma forma mais severa ou menos severa, e variando nos sintomas, de acordo com a variedade dos casos particulares. Na paz e prosperidade, estados e indivíduos têm melhores sentimentos, porque não se encontram confrontados de modo repentino com necessidades imperiosas; mas a guerra acaba com a fácil provisão das necessidades diárias, e então prova-se uma mestra bruta, que conduz o caráter da maioria dos homens para um mesmo nível junto com suas fortunas(...)”
Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.
“Então o sangue era a marcha da revolução, e a impressão que causava era maior por ser a primeira a acontecer. Mais tarde, poder-se-ia dizer, todo o mundo Helênico estava em convulsão; lutas feitas em toda parte pelos chefes populares para trazer os Atenienses, e pelos Oligarcas para introduzir os Lacedemônios. Na paz não haveria nem o pretexto nem a vontade de fazer tal convite; mas na guerra, com uma aliança sempre no comando de quaisquer das facções para prejuízo dos adversários e sua vantagem correspondente, oportunidades para trazer o estrangeiro nunca faltavam aos partidos revolucionários. Os sofrimentos que a revolução impunha às cidades eram muitos e terríveis, como ocorreram e sempre ocorrerão enquanto a natureza da humanidade for esta; embora de uma forma mais severa ou menos severa, e variando nos sintomas, de acordo com a variedade dos casos particulares. Na paz e prosperidade, estados e indivíduos têm melhores sentimentos, porque não se encontram confrontados de modo repentino com necessidades imperiosas; mas a guerra acaba com a fácil provisão das necessidades diárias, e então prova-se uma mestra bruta, que conduz o caráter da maioria dos homens para um mesmo nível junto com suas fortunas(...)”
Tucídides, em A História da Guerra do Peloponeso, capítulo 10, livro terceiro.
Pergunta que se quer calar

Político de um partido revolucionário discursava para uma atenta audiência:
“(...)Pois quando chegarmos ao poder, todo mundo vai poder comer sorvete de manga.”
Lá atrás, um rapaz levantou com humildade o dedo e perguntou:
“Mas siô dotô e quem não gosta de sorvete de manga?”
O político, então, arrematou:
“Meu filho, quando chegarmos ao poder, você vai gostar de sorvete de manga.”
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Os números e a realidade
Ontem assisti a uma reportagem que dizia que o número de mortos por parada cardíaca no Brasil alcançava o número de 200.000 pessoas. O telespectador pode ficar alarmado com esse número. Mas será que essa é uma atitude inteligente? A reportagem não dizia qual seria um número razoável de mortos no universo dos quase 190 milhões de brasileiros. Faltou um termo de comparação. Sem ele, os números não dizem nada e podem trazer um alarme injustificado. A reportagem poderia dizer que em outros países o número de mortos por parada cardíaca por cem mil habitantes é tanto, e então comparar com a taxa brasileira. Mas sem um ponto de referência não podemos saber se os 200.000 brasileiros mortos por parada cardíaca são um número baixo, dentro da normalidade ou alto. As medidas em geral têm a característica de não bastar por si para descrever uma realidade. Por exemplo, pode-se dizer que o estado do Paraná é um estado grande, pois é maior do que países europeus como a Suiça por exemplo. Mas em comparação com o estado do Amazonas, o Paraná é um estado de médio porte. Também as sensações do frio e do calor têm essa característica. A temperatura que faz um alemão sentir frio é mais baixa que a temperatura que faz um carioca sentir frio. Grande, pequeno, frio, calor, precisam de um termo de comparação para fazerem sentido real. Quando se diz que uma pessoa é alta, deve-se entender que ela é mais alta que a maioria das pessoas dentro de um universo-pode ser falso ou verdadeiro o enunciado, mas seu sentido é esse. Dentro de outro universo, porém, talvez ela não fosse alta. Assim, certo mesmo é dizer que uma pessoa é mais alta que outra. O Oscar Schmidt é mais alto que o Pelé, isso é real, visível e inegável.
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Vida em condomínio e a justiça
Ontem o Fantástico apresentou uma reportagem sobre a legalidade da utilização da piscina do condomínio pelas babás. Só assisti ao final da reportagem, onde um casal de senhores considerava inconstitucional a proibição do uso da piscina pelas babás mesmo que a justiça dissesse que esse assunto deva ser tratado na reunião dos condôminos e decidido por cada condomínio. Ou seja, a justiça decide que os próprios moradores resolvam a questão. Não vou aqui dizer que o casal de senhores não tem o direito de afirmar que a decisão da justiça é inconstitucional, afinal a liberdade de expressão é um direito constitucional e portanto um direito 'forte' como aprendi na Argentina, mas também tenho o direito de simplesmenete ignorar o que o casal disse. Ah, justiça brasileira, até quando acertas és criticada? As próprias pessoas envolvidas na questão do seu dia-a-dia devem tentar resolver seus problemas. Bertrand de Jouvenal ressaltava a importância dos poderes intermediários da sociedade como contraponto ao poder avassalador do estado. Os clubes, condomínios, escolas, igrejas, associações de moradores formam uma rede de colaboração que ameniza e inibe a atuação estatal.
Uma coisa é óbvia: o juiz não mora no condomínio para saber as nuanças de uma situação que afeta os moradores. Pode-se objetar que o juiz também mora em um condomínio e portanto conhece a dinâmica dessa relação. Mas ele mora com outras pessoas, em outro lugar, e terá a chance de com elas decidir o que é melhor para o seu condomínio.
Alguém ainda poderia dizer que a justiça se omitiu por fraqueza ou por não saber o que fazer. Prudência não é fraqueza, a super intensidade emocional o é. Se a justiça apenas não sabia o que fazer, agiu bem de não se meter na questão. Mas talvez soubesse bem o que estava fazendo: reconhecendo sua menor capacidade de resolver um problema do que as pessoas que estão envolvidas diretamente com a questão.
Uma das conseqüencias da badalada 'constitucionalização do direito civil' é que agora qualquer questiúncula pode ser tachada de inconstitucional. Os senhores a quem a decisão legal desagradou não eram bacharéis em direito e mesmo assim asseveraram que a decisão era inconstitucional. Isso mostra que de uns anos para cá criou-se uma certa cultura de respeito à Constituição, como aliás o professor de direito constitucional Luiz Roberto Barroso gosta de ressaltar. Mas será que a Constituição merece esse respeito todo? A Constituição é um sistema que deriva proposições de axiomas. Os axiomas, segundo o dicionário Aurélio, são premissas imediatamente evidentes que se admitem como universalmente verdadeiras sem exigência de demonstração. 'A dignidade da pessoa humana' é um axioma. Mas pergunto eu: como resolver a questão das babás tendo em vista a dignidade da pessoa humana? Difícil não é mesmo? Certas questiúnculas fogem do guarda-chuva sistemático e devem ser resolvidas segundo a conveniência política do dia. O risco é que os axiomas e as proposições de direito se tornem “tubos vazios onde cada um coloca o que quer”, que é a definição mesma de fascismo para Pirandello.
Uma coisa é óbvia: o juiz não mora no condomínio para saber as nuanças de uma situação que afeta os moradores. Pode-se objetar que o juiz também mora em um condomínio e portanto conhece a dinâmica dessa relação. Mas ele mora com outras pessoas, em outro lugar, e terá a chance de com elas decidir o que é melhor para o seu condomínio.
Alguém ainda poderia dizer que a justiça se omitiu por fraqueza ou por não saber o que fazer. Prudência não é fraqueza, a super intensidade emocional o é. Se a justiça apenas não sabia o que fazer, agiu bem de não se meter na questão. Mas talvez soubesse bem o que estava fazendo: reconhecendo sua menor capacidade de resolver um problema do que as pessoas que estão envolvidas diretamente com a questão.
Uma das conseqüencias da badalada 'constitucionalização do direito civil' é que agora qualquer questiúncula pode ser tachada de inconstitucional. Os senhores a quem a decisão legal desagradou não eram bacharéis em direito e mesmo assim asseveraram que a decisão era inconstitucional. Isso mostra que de uns anos para cá criou-se uma certa cultura de respeito à Constituição, como aliás o professor de direito constitucional Luiz Roberto Barroso gosta de ressaltar. Mas será que a Constituição merece esse respeito todo? A Constituição é um sistema que deriva proposições de axiomas. Os axiomas, segundo o dicionário Aurélio, são premissas imediatamente evidentes que se admitem como universalmente verdadeiras sem exigência de demonstração. 'A dignidade da pessoa humana' é um axioma. Mas pergunto eu: como resolver a questão das babás tendo em vista a dignidade da pessoa humana? Difícil não é mesmo? Certas questiúnculas fogem do guarda-chuva sistemático e devem ser resolvidas segundo a conveniência política do dia. O risco é que os axiomas e as proposições de direito se tornem “tubos vazios onde cada um coloca o que quer”, que é a definição mesma de fascismo para Pirandello.
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Aquecimento global
A China está passando pelo inverno mais rigoroso em cinqüenta anos. Ano passado nevou em Buenos Aires, fato que não acontecia há noventa anos.
Os metereologistas muitas vezes erram sobre a previsão de chuva no dia de amanhã. Por que depositar tanta confiança em cientistas que afirmam que a onda de aquecimento na Terra é causada pelo ser humano, sendo este um fenômeno muito mais complexo do que aquele? Há um vasto desejo de tornar o mundo num grande laboratório, onde tudo pode ser medido, explicado e alterado. Só esqueceram de contar para a natureza, que sem saber de nada, continuará funcionando com um fator chamado indeterminação. Certo tipo de homem pode ter tanto medo da natureza. Mais fácil seria se ele reconhecesse sua incapacidade estrutural de conhecer tudo e se abrisse confiante ao desconhecido. A despeito de querer mudar o mundo, o mundo é que está mudando o homem, cada dia mais burrinho e ambicioso (aqui no Brasil, nossa!). Lembra o personagem Cérebro do desenho animado Pinky e Cérebro, que todas as noites executa um plano para tentar dominar o mundo, os quais malogram invariavelmente, ao invés de bolar um plano mais modesto para escapar do laboratório. Ou o personagem Jack do seriado LOST, que tendo conseguido sair da ilha em que estava perdido agora não sabe como conduzir sua vida e quer voltar para lá. Um ratinho de laboratório voluntário é o que o homem vem se tornando. E falam tanto de liberdade... Mas a natureza humana, como a natureza de qualquer coisa, não muda, inventem as técnicas de manipulação comportamental que inventarem. O homem novo só pode existir desde uma perspectiva transcendental, que renova o espírito (lembrem o Cristo dizendo: “Eu torno todas as coisas novas”). Os credos de cunho escatológico imanentista, que inclui desde o Nacional Socialismo e o Comunismo até o liberalismo progressista de tipo anglo-saxão, o qual se diferencia daqueles pelo grau de moderação mas não na essência de pretender transformar a natureza humana, continuarão dando com os burros n'água, produzindo pelo caminho porém muita destruição e aflição geral.
E o aquecimento global? Ora, assista ao vídeo a seguir: A grande farsa do aquecimento global, produzido pela TV britânica.
O jornalista Jerry Carlson chegou a dar muita atenção à “New Little Ice Age” dos anos 30 aos 70, porém dados mais apurados mostraram se tratar de um pequeno ciclo aquele esfriamento. Nessa época havia políticos querendo controlar a emissão dos aerosóis poluentes, que estariam causando o esfriamento...
Aqui, o jornalista americano Glenn Beck apresenta Climate of fear.
Os metereologistas muitas vezes erram sobre a previsão de chuva no dia de amanhã. Por que depositar tanta confiança em cientistas que afirmam que a onda de aquecimento na Terra é causada pelo ser humano, sendo este um fenômeno muito mais complexo do que aquele? Há um vasto desejo de tornar o mundo num grande laboratório, onde tudo pode ser medido, explicado e alterado. Só esqueceram de contar para a natureza, que sem saber de nada, continuará funcionando com um fator chamado indeterminação. Certo tipo de homem pode ter tanto medo da natureza. Mais fácil seria se ele reconhecesse sua incapacidade estrutural de conhecer tudo e se abrisse confiante ao desconhecido. A despeito de querer mudar o mundo, o mundo é que está mudando o homem, cada dia mais burrinho e ambicioso (aqui no Brasil, nossa!). Lembra o personagem Cérebro do desenho animado Pinky e Cérebro, que todas as noites executa um plano para tentar dominar o mundo, os quais malogram invariavelmente, ao invés de bolar um plano mais modesto para escapar do laboratório. Ou o personagem Jack do seriado LOST, que tendo conseguido sair da ilha em que estava perdido agora não sabe como conduzir sua vida e quer voltar para lá. Um ratinho de laboratório voluntário é o que o homem vem se tornando. E falam tanto de liberdade... Mas a natureza humana, como a natureza de qualquer coisa, não muda, inventem as técnicas de manipulação comportamental que inventarem. O homem novo só pode existir desde uma perspectiva transcendental, que renova o espírito (lembrem o Cristo dizendo: “Eu torno todas as coisas novas”). Os credos de cunho escatológico imanentista, que inclui desde o Nacional Socialismo e o Comunismo até o liberalismo progressista de tipo anglo-saxão, o qual se diferencia daqueles pelo grau de moderação mas não na essência de pretender transformar a natureza humana, continuarão dando com os burros n'água, produzindo pelo caminho porém muita destruição e aflição geral.
E o aquecimento global? Ora, assista ao vídeo a seguir: A grande farsa do aquecimento global, produzido pela TV britânica.
O jornalista Jerry Carlson chegou a dar muita atenção à “New Little Ice Age” dos anos 30 aos 70, porém dados mais apurados mostraram se tratar de um pequeno ciclo aquele esfriamento. Nessa época havia políticos querendo controlar a emissão dos aerosóis poluentes, que estariam causando o esfriamento...
Aqui, o jornalista americano Glenn Beck apresenta Climate of fear.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Rolando Lero
Lição para o estudantado brasileiro: quando forem metidos e puxa-sacos, usem de garbo e elegância, pois além de não baixarem o nível, podem ainda conseguir arrancar risadas acolhedoras dos colegas (falo da vida real).
Abaixo, reportagem do Jornal Nacional na morte do saudoso Rogério Cardoso.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Os marcianos atacam

“O Planeta Terra tem 4 bilhôes e 600 milhões de anos.
Faça de conta que a Terra é uma pessoa com 46 anos de idade. Fazendo a conversão das escalas de tempo, teremos o seguinte quadro comparativo:
(...)
. Três dias antes de completar 46 anos, a Terra sofreu a última era glacial em todo o planeta.
. O homem moderno surgiu nas últimas quatro horas.
. Há apenas uma hora o homem descobriu a agricultura e se fixou à terra como sedentário.
. A revolução industrial ocorreu no último minuto.
. Nos 60 segundos seguintes, o homem conseguiu transformar um paraíso num lixo.
. Multiplicou-se como uma praga em todas as regiões, causando a extinção de mais de 500 espécies de animais, e devastou o planeta, à procura de combustíveis fósseis e riquezas minerais.
. Não medindo as conseqüencias, como a criança que só enxerga a si própria, já inviabilizou muitas formas de vida. Agora está afetando todo o conjunto, prejudicando a si próprio.
. Há apenas alguns poucos segundos, parte da humanidade começou a perceber que o problema mais sério a ser resolvido é restabelecer a harmonia com a natureza.”
.................
Isso foi extraído do livro de estudos para tirar a primeira habilitação, da seção Meio Ambiente. Quando digo que a ideologia ambiental é a mais forte que existe não posso estar falando bobagem. Eric Voegelin diria se tratar de uma teologia civil, a mais poderosa acrescento eu. A teologia civil são as crendices de massas (mass beliefs) presentes em toda e qualquer sociedade mas que em algumas ameaçam reduzir a vida da razão a enclaves sociais insignificantes ou até mesmo suprimí-la. A vida da razão é a vida do amor à sabedoria e da intentio animi para com Deus no sentido agostiniano, e que só alguns indivíduos, sempre minoria dentro de uma sociedade, realizam.
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Farsa

O teatro Sesc Ginástico, na rua Graça Aranha, 187, aqui no Rio de Janeiro abrigou até domingo a peça Farsa, uma coletânea de quatro peças cômicas breves. Duas peças me chamaram atenção, O urso, de Tchekov (que se lê Tchêrrav em russo, tendo sido mal traduzido para o alfabeto latino), e Os ciúmes de um pedestre, de Martins Penna. Na primeira, um grosseiro fazendeiro exige que uma viúva pague as dívidas de seu marido e recusa-se a arredar pé de sua casa enquanto a dívida não for paga. Entre discussões e acusações contra as mulheres, o credor rude diz que chamaria a viúva para um duelo se ela não fosse mulher. A viúva indignada não se faz de rogada, e mesmo sem nunca ter manejado uma arma aceita o embate. O fazendeiro cheio de ódio no coração enxerga na viúva uma mulher com força e disposição para enfrentá-lo e cai de amores por ela. Na segunda peça, um capitão-do-mato se vê às voltas com a traição de sua esposa. Imaginando haver cometido crimes contra a esposa e seu amante o capitão-do-mato interna-se num convento. Nas duas peças, há a presença do homem durão e violento. A diferença é que na primeira o homem violento redime-se e na segunda ganha um prêmio de consolação. Tchekov se preocupa bastante com o homem violento da primeira peça enquanto Martins Penna utiliza o homem violento como bode expiatório. A peça de Tchekov é cheia de vai-e-vens, amores e ódio. Engraçadíssima. A peça de Martins Penna tira sua graça da tapeação do capitão-do-mato violento.
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Zeus foi deposto, agora quem manda é o Turbilhão

Alguém leu o artigo do Olavo de Carvalho de hoje no JB? É impressionante como algumas pessoas quando não gostam de alguma coisa fazem o máximo para vê-la completamente longe de si, e tentam cortar qualquer alusão à coisa em questão como se falar nela fosse tomar partido por ela ou defendê-la. No artigo anterior, Como ler a Bíblia, Olavo apenas ensinava a maneira com que se deve abordar o objeto de uma leitura, que é torná-lo parte de nossa imaginação, viver imaginativamente a história contada. No final do artigo, depois de falar das histórias ficcionais e das histórias de fatos reais, Olavo falou sobre a Bíblia, cujo personagem principal traz um complicador a mais, porque o próprio Deus está muito além de nossa imaginação. Durante a semana muitos ateus devem ter entendido o artigo como uma defesa de Deus. Ora, meu Deus do céu, absolutamente não foi isso que aconteceu. Ensinar alguém a tornar-se íntimo de um personagem não significa brigar pela existência dele. Essa gente parece que entende tudo como pró ou contra, como se estivessem num tribunal. Falar por exemplo no unicórnio, ou no Pinóquio, não significa dizer que eles existem de fato. Existem como personagens de ficção, e assim devem ser conhecidos. Se existem na realidade ou não, já é outra história. Da mesma forma, ao ler o Gênesis, é preciso imaginar Jacó brigando com um homem que depois veio dizer a ele tratar-se do próprio Deus que o estava provando. Imaginada essa situação, não significa pari passu que Deus existe, significa apenas que você conseguiu imaginar essa situação. Alguns ateus têm tanto pavor de Deus, que sequer se permitem pensar nele. Eles se tornam ateus militantes. Não querem nem ouvir falar de Deus que têm calafrios. Daqui a pouco a própria palavra Deus vão querer transfigurar para designar outro objeto qualquer, e não o Todo-Poderoso, ops, ops, nem fale nele, nem fale nele...
Quem acabou com a escravidão?

Escravos produzindo farinha
(Jean Victor-Frond)
por Dinesh D'Souza
Considere o ateu Sam Harris, que culpa o Cristianismo por apoiar a escravidão. Harris está com a razão quando diz que a escravidão existia entre os judeus do Antigo Testamento, e Paulo até orienta escravos a obedecerem seus mestres. Durante a Guerra Civil[1] ambos os lados citavam a Bíblia. Nós sabemos disso.
Mas a escravidão precedia o Cristianismo em centenas e até milênios de anos. Segundo lemos no trabalho do sociólogo Orlando Patterson, todas as culturas conhecidas tiveram escravidão. Por séculos, a escravidão não precisou de defensores porque não tinha críticos. Ateus que exaltam a Grécia Antiga e a Roma pré-cristã de algum modo parecem esquecer que aqueles impérios se baseavam na escravidão em larga escala.
O ateu Michael Shermer diz que os cristãos chegaram por último ao movimento contra a escravidão. Mas se isso é verdade, quem chegou primeiro? Não havia ninguém. Shermer provavelmente acredita que os cristãos só começaram a se opor a escravidão na era moderna.
Errado. A escravidão foi praticamente extinta da civilização ocidental – então chamada de Cristandade – entre os séculos quarto e décimo. As instituições escravocratas greco-romanas deram lugar à servidão. A servidão tem lá seus problemas mas ao menos o servo não é uma “ferramenta humana” e não pode ser comprado e vendido como uma propriedade. Então a escravidão foi abolida duas vezes no Ocidente, a primeira vez na era Medieval e depois novamente na era Moderna.
No sul dos Estados Unidos, o Cristianismo provou ser a consolação dos oprimidos. Como o historiador Eugene Genovese documenta em Roll, Jordan, Roll, quando os escravos negros buscaram dignidade durante a noite escura da escravidão, eles não a procuraram em Marco Aurélio ou David Hume; eles a procuraram na Bíblia. Quando buscaram esperança e inspiração para libertação, eles a encontraram não em Voltaire ou D’Holbach mas no Livro do Êxodo.
Os movimentos anti-escravistas liderados por Wilberforce na Inglaterra e abolicionistas na América eram dominados por cristãos. Eles acreditavam que como somos todos criados iguais aos olhos de Deus, ninguém tem o direito de subjugar outro sem o seu consentimento. Essa é a base moral não só da anti-escravidão mas da democracia.
Jefferson foi de algumas maneiras o menos ortodoxo e o mais cético dos Fundadores dos Estados Unidos da América. Mesmo assim quando condenou a escravidão se viu usando linguagem bíblica. Nas Notes on the State of Virginia Jefferson advertiu que aqueles que fossem escravizar pessoas deveriam refletir que “o Todo-Poderoso não tem qualquer atributo que possa servir para essa causa.” Jefferson acresentou, “E podem as liberdades de uma nação serem tidas por seguras quando retiramos sua única base firme, a convicção na mente das pessoas de que essas liberdades são o presente de Deus? Que elas não devem ser violadas causando sua ira? De fato eu tremo pelo meu país quando reflito que Deus é justo: que Sua justiça não pode adormecer para sempre.”
Mas não era Jefferson também um homem de ciência? Sim ele era, e foi com base na mais recente ciência de seus dias que Jefferson expressou suas convicções sobre a inferioridade negra. Citando as descobertas da ciência moderna, Jefferson notou que “há variedades na raça do homem, distinguidas por seus poderes tanto de corpo como de mente... como noto ser o caso com as raças de outros animais.” Aos negros, continuou Jefferson, faltam os poderes da razão que são evidentes nos brancos e até nos índios nativos. Enquanto os ateus de hoje gostam de posar como exemplos da dignidade, o olhar científico e cético de Jefferson contribuiu não para seus sentimentos anti-escravistas mas para seu racismo. De alguma forma Harris e Shermer falham em apontar isso.
No final permance o fato de que os únicos movimentos que se opuseram à escravidão foram mobilizados no Ocidente, e foram em sua maioria absoluta liderados e constituídos por cristãos. Infelizmente o Ocidente teve que usar a força para acabar com a escravidão em outras culturas, como o tráfico muçulmano de escravos na costa da África. Em alguns lugares a campanha para erradicar a escravidão continua.
Então quem acabou com a escravidão? Os cristão acabaram com a escravidão, enquanto todo mundo parou pelo caminho e olhou.
...
[1]N. do T. A Guerra Civil americana foi uma guerra de grandes proporções entre Estados do Norte contra Estados do Sul nos anos de 1861 a 1865 que resultou na morte de 970.000 pessoas.
Dinesh D'Souza é autor do livro What's so great about Christianity(O que há de tão formidável no Cristianismo). Sua página web pode ser acessada em dineshdsouza.com
tradução Daniel Lourenço.
terça-feira, janeiro 15, 2008
Reportagem sobre a China na GloboNews
O canal de Tv por assinatura Globo News está anunciando uma reportagem sobre a prosperidade da “economia socialista de mercado” e de sua emergente classe média. Considero uma falta de escrúpulos do jornalista ou de seu superior dentro da empresa, ou dos dois, em fazerem uma matéria sobre a China exaltando sua prosperidade econômica, que é restrita a algumas cidades, sem falarem na miséria que grassa no campo, como se a China tivesse de repente se tornado modelo de desenvolvimento para outros países, o Brasil por exemplo. Muita gente acredita nisso mesmo. Talvez algum intelequitual queira trabalhar na fábrica da Nike para ganhar um salário que dê para pagar o almoço. Mas isso não importa, o importante é que a China se ergueu e faz frente aos EUA.. Bom, a própria prosperidade chinesa, que é nada se comparada à miséria do país, é movida pelos investimentos de empresas ocidentais e americanas em particular.
Sobre a China, é importante também comentar sobre a proibição dos casais de terem mais de um filho, o que aliás faz com que o infanticídio cresça, pois famílias preferem ter apenas um filho macho e matam o bebê do sexo feminino. O Tibet parece estar saindo da moda, agora que até o líder do país, o sr. Dalai Lama, quer entregar os pontos para a ditadura comunista. De qualquer modo, o segundo líder espiritual do país, o décimo primeiro Panchem Lama, foi raptado pelo governo de Pequim e é o prisioneiro político mais jovem do planeta. A censura à Internet continua, claro.. O governo chinês até ensaiou a proibição de entrada de Bíblias no país, mas parece que a política não pegou, haja vista que em 2008 o país abrigará as Olimpíadas.
Sobre a China, é importante também comentar sobre a proibição dos casais de terem mais de um filho, o que aliás faz com que o infanticídio cresça, pois famílias preferem ter apenas um filho macho e matam o bebê do sexo feminino. O Tibet parece estar saindo da moda, agora que até o líder do país, o sr. Dalai Lama, quer entregar os pontos para a ditadura comunista. De qualquer modo, o segundo líder espiritual do país, o décimo primeiro Panchem Lama, foi raptado pelo governo de Pequim e é o prisioneiro político mais jovem do planeta. A censura à Internet continua, claro.. O governo chinês até ensaiou a proibição de entrada de Bíblias no país, mas parece que a política não pegou, haja vista que em 2008 o país abrigará as Olimpíadas.
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Indios Tabajaras
Os indios tabajaras tocam uma valsa de Chopin. Um celular malinha aparece no meio da música, mas nada que atrapalhe..
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Confusão computadorizada
Thomas Sowell, sobre como os engenheiros de computador podem complicar nossas vidas. Aqui.
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