segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.



















As crenças gnóstico-revolucionárias crêem conhecer a essência da história. Mas aqui há um problema que surge de imediato. A história, ou melhor o tempo, se estende para o futuro, e portanto a história não é uma coisa como uma pedra ou uma vaca cuja essência pode ser conhecida. Uma colega leitora do blog lançou a questão de que a verdade mudaria sempre. Respondi-lhe que ela tem razão em parte. Um ser humano carrega consigo caracteres que permitem identificá-lo mesmo com as mudanças de aparência provocadas pelo corte de cabelo ou por mudanças imperceptíveis como a troca de células de todo o corpo. Há uma forma ou essência que dá ordem àquele conjunto de moléculas e permitem a identificação. Nem o Michael Jackson escapa disso. Com a história isso não acontece. Muitos ideólogos creram ter descoberto o sentido da história, o rumo que ela está seguindo. Eles passam a interpretar toda a história de acordo com o sentido que teriam descoberto, ao invés de buscar sentido nos fatos que realmente aconteceram. E mais: ao enxergar um sentido único para a história, acabam com o fator cultura, que é exatamente a esfera das escolhas humanas. A história aconteceu de determinado modo, porém poderia ter acontecido de outro, fossem outras as escolhas. In limine, a ideologia conduz a loucuras totalitárias. O ideólogo da história acredita ser o portador da verdade histórica–veja leitora do blog, a verdade histórica não existe se a entendemos como o significado da história, só existe com referência aos fatos que já aconteceram e que não vão deixar de ter acontecido mesmo que algum tiranete obrigue a relevá-los ou negá-los– e por isso reúne todas as forças e meios vis para realizar o sentido que deu para a história. Hitler, mais modesto que Karl Marx, disse que o Terceiro Reich duraria mil anos. Durou doze. O barbudo alemão apostou que o Comunismo era o fim da história. É por isso que em Cuba, passados quarenta e cinco anos da revolução Cubana, o coma andante Fidel Castro disse que a revolução ainda estava em curso. O Comunismo é o paraíso, como o paraíso não chegou, a culpa é do sr. George Bush.

Por isso fico com meu Jesus Cristo: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai.”

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