sexta-feira, dezembro 28, 2007

Um novo tipo de amor














Essa é uma mensagem para a oitava de Natal. O texto foi escrito por Dinesh D'Souza, que é autor do livro What's so Great About Christianity (O que há de tão formidável no Cristianismo), o qual pode ser adquirido na livraria virtual amazon.com. A página de Dinesh é dineshdsouza.com e já consta na seção de links ao lado.
....

Em seu belo livro Os quatro amores, C. S. Lewis descreve os quatro tipos distintos de amor. Três deles são universais e portanto familiares a todos. Primeiro há o STORGE ou amor familiar. Essa é a afeição que sentimos por parentes, vizinhos e as pessoas que convivem conosco. O amor entre pais e filhos provavelmente é o caso clássico de amor familiar. Curiosamente não escolhemos aqueles que serão objeto de amor familiar; por conseqüência, Storge nos introduz a pessoas com quem talvez não tivéssemos escolhido para conviver e cujas virtudes talvez jamais aprendamos a apreciar.

Segundo, há EROS ou o amor romântico. Tão poderosa é sua força que as pessoas feqüentemente se descrevem enamoradas[1], como se estivessem presas a uma força externa. Os personagens Paolo e Francesca de Dante buscam justificar seu adultério argumentando, de fato, que “Eros nos fez fazer isso.” O amor romântico parece encarnar uma espécie de altíssima moralidade que derruba as regras convencionais. O apelo de Eros é que ele nos dá aquela consciência momentânea de transcendência. Traz consigo a sugestão e até a explícita alegação de eternidade: “Eu sempre te amarei.” No entanto sabemos por experiência que Eros pode ser muito volúvel. Lewis escreve, “Eros é levado a prometer o que Eros não pode cumprir.”

A seguir há a FILIA ou amizade. A amizade não é um amor natural no sentido de que não necessitamos dela para sobreviver. Ao contrário dos pais e vizinhos, os amigos são realmente escolhidos. Os amigos não estão unidos muito por um interesse um no outro mas porque compartilham interesse em outra coisa: xadrez quem sabe ou a arte ou uma percepção comum daquilo que é importante na vida. Enquanto os amantes podem ser flagrados olhando intensamente um para o outro, os amigos podem ser flagrados lado a lado olhando intensamente na mesma direção.

Em seu máximo, argumenta Lewis, essas três formas de amor exigem de nós o mais alto compromisso. Cada um faz exigências que procura sobrepujar o outro e qualquer afeição competidora. Lewis mostra ainda que cada um contém severas limitações. O amor familiar pode ser tão forte a ponto de nos cegar para as necessidades dos outros fora desse atrativo círculo. Eros é um famoso mentiroso. A amizade pode se degenerar rapidamente em exclusividade mesquinha. Os três amores universais, escreve Lewis, devem ser integrados, reconciliados e governados por um quarto tipo de amor.

Esse amor é AGAPE ou a caridade. É o amor que temos para com aqueles que não são nada para nós. É o menos egoísta de todos os amores e também o menos natural. Simplesmente não há explicação darwinista sobre por que as pessoas se preocupam e procuram ajudar aqueles que são completos estranhos. Agape é quem mais se aproxima do amor de Deus por nós. Deus nos amou por nenhuma outra razão a não ser porque Ele escolheu nos amar. Nós somos chamados a experimentar e nos aproximar desse amor na maneira com que tratamos os outros. Nenhuma outra religião ensina Agape, que é uma invenção toda do Cristianismo. Pouco se dão conta as pessoas seculares de que quando fazem coisas boas que não as beneficiam de maneira alguma, estão agindo de acordo com o legado do Cristianismo.

Esse é o amor que o menino Jesus trouxe ao mundo, uns dois mil anos atrás. Ateus pugilistas como Richard Dawkins e Sam Harris brigam longe de Jesus, não acertando nele um golpe sequer e revelando no processo sua ríspida insignificância. De modo que se todas as pessoas - incluindo cristãos professos - tomassem com mais seriedade os ensinamentos de Cristo, e buscassem incorporar em suas vidas a virtude cristã por definição, Agape, não seria essa terra um lugar mais doce e amável?

...................................
[1] Nota do tradutor: no original, “in love”.

tradução de Daniel Lourenço

4 comentários:

Marc Spector disse...

Ótimo post,um bom livro,mas visto pela ótica do Cristianismo,não?

C.S.Lewis,grande autor cristão.

Abraço.

Danielhenlou disse...

Olha, Demian, não li o livro, mas posso te dizer que o Dinesh é um autor católico, catolicaço. Esse livro parece que foi traduzido pela Thomas Nelson editores.

Assisti hoje às Crônicas de Nárnia. C. S. Lewis é um membro da tríade católica britânica: ele, Chesterton e Tolkien.

Abraço.

Marc Spector disse...

Li algumas coisas do C.S. e tenho aqui comigo algumas outras.

Mais vale ler do que assistir as Crônicas.

Descobri G.K. através de Neil Gaiman,in Sandman.Ele era um lugar lá: Fidlers Green.

Li toda a obra de Tolkien,falta a biografia.

Foi C.S. que converteu Tolkien.Gandalf é a mostra disso.

C.S. e Tolkien eram muito amigos, membros dos "Roedores de carvão".

É isso aí.

Danielhenlou disse...

Não sabia que C. S. convertera o Tolkien. Lerei Crônicas de Nárnia, mas há outras obras na frente. Por que o Gandalf representa a conversão de Tolkien pelo C. S. Lewis?

Você lê o Livro de Urântia também?

Nas Crônicas de Nárnia, Pedro e seus irmãos representam a Igreja, não é mesmo? Enquanto o príncipe Cáspio representa o poder temporal, correto? Aslan é o Cristo. Algo a acrescentar?

Um abraço.