quarta-feira, março 23, 2011
domingo, março 20, 2011
É de se lamentar -- para não dizer que é uma vergonha -- que estudiosos de René Guénon não estudem o Livro de Urântia.
Jovem leitor do Livro, leia-o de trás para frente, comece pela parte IV -- ou pela parte III, se preferir --, até chegar à parte I. Consulte a introdução com freqüência para tirar dúvidas sobre conceitos.
Entre também em um grupo de discussão (veja o ELUB), para conhecer -- e quiçá depois compartilhar -- as experiências de colegas urantianos; e para tirar dúvidas, conforme você lê. Procure também um grupo de leitura.
Confie em seu amigo interior, o Ajustador do Pensamento, e converse com ele.
......
Atualização de 22/08/2011. Ler o livro de trás para frente foi como eu fiz, mas vários colegas percorreram o caminho habitual. Não vá por mim, faça como melhor se sinta.
Entre também em um grupo de discussão (veja o ELUB), para conhecer -- e quiçá depois compartilhar -- as experiências de colegas urantianos; e para tirar dúvidas, conforme você lê. Procure também um grupo de leitura.
Confie em seu amigo interior, o Ajustador do Pensamento, e converse com ele.
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Atualização de 22/08/2011. Ler o livro de trás para frente foi como eu fiz, mas vários colegas percorreram o caminho habitual. Não vá por mim, faça como melhor se sinta.
segunda-feira, março 14, 2011
segunda-feira, fevereiro 28, 2011

"Les épines, ça ne sert à rien, c'est de la pure méchanceté de la part des fleurs!"
O piloto estava errado ao dizê-lo e o pequeno príncipe o corrigiu. As flores, na verdade, tinham espinhos para se defender.
Num país distante da Terra, também as flores têm espinhos. Elas são criadas pelas pessoas para defendê-las de vizinhos hostis, jamais para atacá-los. Estão de prontidão para qualquer eventualidade, e em dias de paz se comportam como damas da sociedade, servindo buquês às namoradas ou dando pólen a beija-flores. Sua estripulia é causar espirro às formigas.
Defendem a civilização construída por ratos-estadistas, elefantes-filósofos, pumas-poetas e cientistas sabugosos. E, de quebra, aspergem o ar com suas doces essências.
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
No livro A Educacão da Vontade, Jules Payot diz que "toda percepção, mesmo a elementar, é uma interpretação de determinados signos. Eu não vejo uma laranja;", diz ele, "apena julgo por determinados signos que deva ser uma laranja. Mas com o hábito, esta interpretação se torna instantânea e automática e, por conseguinte, não é facilmente atrapalhada."
No entanto, não é assim. A forma se nos apresenta para que a conheçamos. Mas como então chegamos a confundir uma laranja com uma tangerina? A forma da laranja, sua estrutura interna, não chegou a se nos apresentar, fomos informados apenas por certos signos seus, sobretudo por sua cor, os quais, muito parecidos com os da tangerina, não foram suficientes para distinguí-la.
Os signos que a forma disponibiliza podem com razoável grau de certeza indicá-la, mas ela, a forma, pode também vir a ser conhecida, desde que tenhamos, nós e a coisa, chegado a uma relação proporcionada em que ela consegue se nos mostrar e nós podemos e queremos percebê-la. Há uma diferença de fundamento, e não de mero grau, entre os signos que uma coisa disponibiliza e sua forma, aqueles se podem perceber na agitação útil do mundo, mas essa exige-nos solene respeito.
Ademais, o hábito de reconhecer algo por seus signos só pode acontecer porque já se conheceu uma vez sua forma.
O livro de Jules Payot, entretanto, tem sido muito bom. Já me ensinou como direcionar a atenção, não a deixando ao léu das dispersões pelos menores interesses.
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
sábado, fevereiro 12, 2011
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
Cabelo cheio, dia para ir ao barbeiro,
recortam as medeixas tesoira e canivete
e eu a relaxar enquanto passa a charrete
lá fora. Pudesse cochilar, fá-lo-ia..
Pronto, toalha sacudida, espelho à nuca,
tome, pro café. Lembranças à dona Lia!
Agora um banho e depois namorar pela Urca.
Lá ra lá ra lá, mas se não tenho dinheiro?
Lá ra lá ra lá.
recortam as medeixas tesoira e canivete
e eu a relaxar enquanto passa a charrete
lá fora. Pudesse cochilar, fá-lo-ia..
Pronto, toalha sacudida, espelho à nuca,
tome, pro café. Lembranças à dona Lia!
Agora um banho e depois namorar pela Urca.
Lá ra lá ra lá, mas se não tenho dinheiro?
Lá ra lá ra lá.
domingo, janeiro 16, 2011
quinta-feira, janeiro 06, 2011
Conversation Galante by T. S. Eliot |
I OBSERVE: “Our sentimental friend the moon! |
Or possibly (fantastic, I confess) |
It may be Prester John’s balloon |
Or an old battered lantern hung aloft |
To light poor travellers to their distress.” |
She then: “How you digress!” |
And I then: “Someone frames upon the keys |
That exquisite nocturne, with which we explain |
The night and moonshine; music which we seize |
To body forth our own vacuity.” |
She then: “Does this refer to me?” |
“Oh no, it is I who am inane.” |
“You, madam, are the eternal humorist, |
The eternal enemy of the absolute, |
Giving our vagrant moods the slightest twist! |
With your air indifferent and imperious |
At a stroke our mad poetics to confute—” |
And—“Are we then so serious?” |
The poet pictures a man who talks about moon, stars, those useless things which have nonetheless poetical appealings.
But the lady with whom he talks discredits his poetical images and divagations.
In the second stanza, he is already upset with her and drop a hint saying there is music which exists to fill "our own vacuity". She feigns attention to the hint, then he gets more and more impatience until in the third stanza he explicitly says she trivializes all, "You, madam, are the eternal humorist,/ The eternal enemy of the absolute," but she minimizes the talking: "Are we then so serious?"
But the lady with whom he talks discredits his poetical images and divagations.
In the second stanza, he is already upset with her and drop a hint saying there is music which exists to fill "our own vacuity". She feigns attention to the hint, then he gets more and more impatience until in the third stanza he explicitly says she trivializes all, "You, madam, are the eternal humorist,/ The eternal enemy of the absolute," but she minimizes the talking: "Are we then so serious?"
quarta-feira, janeiro 05, 2011
Em geral tinha o corpo e o espírito moles, não indolentes, mas lassos, sempre com um sorriso a agradar e vaidoso de uma vida à parte em que seria um bon-vivant, a tocar seu violão e derreter corações, mas às vezes assumia um espírito de resistência, como se a outra pessoa -- em especial se um ente querido, porque mais próximo -- existisse para lhe interferir, e, quando pego de surpresa, um mero olhar seu era como uma patada, um olhar do qual se queria esconder, como do de Medusa, e responderia denodado e hostil -- porque desviada sua atenção -- a uma chamada inopinada.
domingo, janeiro 02, 2011
terça-feira, dezembro 28, 2010
quinta-feira, dezembro 16, 2010
Impressiona como o diálogo O Político, de Platão, tão desinteressante, para não dizer ruim, na primeira metade, com classificações estéreis, como a que mereceu zombaria de Diógenes, o Cínico -- 'Para Platão, o homem é um pássaro sem asas' --, torna-se um diálogo pujante na segunda metade, sobre o ofício do governante e o papel das leis no trabalho de governo. Valeu, Platão.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
sábado, dezembro 04, 2010
quarta-feira, novembro 17, 2010
A cidadela do espírito
Yo no soy Yo
"Jesus retratou a profunda segurança do mortal sabedor de Deus ao dizer: “Para um crente do Reino, que conhece Deus, que importa se todas as coisas terrenas entrarem em colapso?” As seguranças temporais são vulneráveis, enquanto as seguranças espirituais são inexpugnáveis. Quando as torrentes da adversidade humana, do egoísmo, da crueldade, do ódio, da malícia e da inveja afluírem à porta da alma humana, podeis manter-vos na certeza de que há um bastião interior, a cidadela do espírito, que permanece absolutamente inatingível; e isso é verdadeiro, ao menos, para todo aquele ser humano que tenha entregado a guarda da sua alma ao espírito residente do Deus eterno." (Livro de Urântia, 2007, doc. 100, II, p. 1096)
Soy este
que va a mi lado sin yo verlo
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.
(Juan Ramón Jiménez)
que va a mi lado sin yo verlo
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.
(Juan Ramón Jiménez)
"Jesus retratou a profunda segurança do mortal sabedor de Deus ao dizer: “Para um crente do Reino, que conhece Deus, que importa se todas as coisas terrenas entrarem em colapso?” As seguranças temporais são vulneráveis, enquanto as seguranças espirituais são inexpugnáveis. Quando as torrentes da adversidade humana, do egoísmo, da crueldade, do ódio, da malícia e da inveja afluírem à porta da alma humana, podeis manter-vos na certeza de que há um bastião interior, a cidadela do espírito, que permanece absolutamente inatingível; e isso é verdadeiro, ao menos, para todo aquele ser humano que tenha entregado a guarda da sua alma ao espírito residente do Deus eterno." (Livro de Urântia, 2007, doc. 100, II, p. 1096)
domingo, novembro 14, 2010
Poder Próprio e Poder Alheio
por Shinran
Poder próprio é o esforço para alcançar o nascimento, seja invocando nomes de Budas outros que o de Amida e praticando bons atos outros que o nembutsu, de acordo com suas circunstâncias particulares e oportunidades; seja esforçando-se para torna-se merecedor (do nascimento) consertando a confusão em seus atos, palavras e pensamentos, confiante em seus próprios poderes e guiado por seu próprio cálculo.
Poder alheio é confiar-se ao décimo oitavo entre os votos de Amida Tathagata, o Primeiro Voto de nascimento através do nembutsu1 , que Amida selecionou e adotou dentro de todas as outras práticas. Uma vez que esse é o voto de Tathagata, Honen disse: "No Poder Alheio, nenhum trabalho é trabalho verdadeiro.""Trabalho" [que é negado] é um termo indicando cálculo. Uma vez que o cálculo da pessoa em busca de nascimento é poder próprio, ele é "trabalho." Poder Alheio é nos confiarmos ao Primeiro Voto, é nosso nascimento ficar firmemente assentado; logo também é sem o trabalho de alguém. De sorte que, por outro lado, você não deve ficar ansioso de que Tathagata não o receberá porque você pratica erros. Um ser idiota possui por natureza paixões cegas, logo você precisa admitir-se como um ser de mal cármico. Por outro lado, você não deve imaginar que merece alcançar nascimento porque você é bom. Você não pode nascer na terra verdadeira e realmente realizada por meio desse cálculo de poder próprio. Foi-me ensinado que com o shinjin de poder próprio uma pessoa só pode alcançar o nascimento no reino da indolência, na terra limítrofe, no palácio-matriz, ou na cidade da dúvida. [Lamp for the Latter Ages, Letter 2, I, pp. 525-526; See also The Virtue of the Names of Amida Tathagata, I, p. 658]
......
Retirado do livro The Essential Shinran, A Buddhist Path of true Entrusting, compilado e editado por Alfred Bloom, World Wisdom, 2007, pp.87-88.
1 A verdade de que somos seres limitados e imperfeitos, que nos toca transformando nossa insegurança existencial em profunda gratidão pela vida, "é trazida a realidade vívida dizendo-se o nembutsu -- "Namu-amida-butsu" --, o profundo desejo, chamado de Primeiro Voto de Amida, tocando cada um de nós, de modo a podermos ser liberados da auto-ilusão. Ao se dizer o nembutsu, afirma-se que este eu limitado, "namu", (...) é sustentado por "amida-butsu", a Luz e a Vida ilimitadas, sem fronteiras." (Unno, Taitetsu. Disponível em: http://www.livingdharma.org/Tannisho/TannishoHowToRead.html. Tradução minha)
Tradução minha.
Shinran (1173-1263) foi um reformador da tradição budista. Como vemos na passagem acima, ele acentuou a doação a Amida sobre práticas determinadas que se acreditava conduziriam o fiel ao nascimento na Terra Pura. Não deixamos de notar que seu ensinamento muito se assemelha ao do próprio Jesus, que acentuou o amor ao Pai em lugar do mero cumprimento da lei.
sábado, novembro 06, 2010
Um bastardo de Tarantino
No filme Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino, faltou aparecer a bondade. Nada a dizer do personagem de Brad Pitt, um carniceiro vocacionado, que tem ainda humor, o que nunca será ruim. Havia possibilidade de um encontro de bondade entre o soldado alemão travestido de ator e a dona judia do cinema na Paris ocupada, porém ela não se verifica. O único momento de atenção que a rapariga lhe dedica surge de um encantamento estético por vê-lo na tela de cinema, quando o tinha estatelado no chão próximo de si, após ferí-lo de morte. Ele tampouco aceitará essa atenção derradeira, cravejando-lha de balas em seguida. Ambos morrem sem amor entre si.
O cineasta que passeia pelo absurdo como se ele fosse corriqueiro não fez seu melhor filme. Bastardos inglórios não acena com a possibilidade de redenção, como Pulp Fiction, nem justifica sua violência pelo instinto materno, como Kill Bill. É apenas a expiação do bode nazista. Mas chega a ser engraçado nas participações do personagem de Brad Pitt.
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