domingo, outubro 06, 2013

René Guénon: o ser e o não-ser

Falando sobre o ser e o não-ser, René Guénon faz uma confusão dos diabos, você não sabe se o não-ser, como o próprio nome aponta, não seria de maneira alguma, nada seria, portanto, ou se é um não-ser que está além da manifestação, que é, mas não se manifesta.
 
Se o segundo caso, por que ele usa a palavra não-ser ao invés de ser, para designar uma realidade, transcendente por excelência, que escolásticos já disseram se tratar do ser necessário, aquele que subsiste para além de toda e qualquer manifestação ou possibilidade de manifestação?

Porque o não-ser incluiria, além do ser necessário, possibilidades de não-manifestação, diz Guénon.

Ele se atrapalha aqui. Que raios vem a ser isso?
 
......

"A onipotência da Deidade não comporta o poder de fazer o não factível."
 
As possibilidades que não podem se manifestar não são possibilidades, são impossibilidades: hipóteses mentais irrealizáveis, cuja realidade deriva apenas do fato de poderem ser pensadas, jamais daquilo a que se referem.
 
"Mesmo o Deus infinito não pode criar quadrados circulares." René Guénon sabe que isso é imanifestável e o chama de possibilidade de não-manifestação. O que ele faz é dizer que é possível que algo seja impossível. Ora, tenha santa paciência!
 
Toda possibilidade é possibilidade de não-manifestação, tal como o copo meio cheio está meio vazio, a possibilidade pode ser como pode não ser. O unicórnio não é impossível, ele apenas não existe. Mas o círculo quadrado é impossível. René Guénon sabe disso, e chama-o de possível.

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