segunda-feira, agosto 21, 2006

Reportagem no Jornal MIMULUS, número 06.

Quer se comunicar?
Entre na dança!
Comunicar-se não é fácil e a má comunicação resulta em perdas e desencontros que destroem a alegria de viver. A deficiência da comunicação está presente nas relações familiares e no trabalho, bloqueando o caminho do sucesso. Quantas vezes sabemos o que queremos mas não sabemos transmitir e, por isso, não conseguimos adesão à nossa idéia. No desejo de que tudo saia bem, entramos no espaço do parceiro criando áreas de desentendimento. Por não sabermos fazer bom uso do nosso tempo e espaço, dificultamos a conclusão de nossas tarefas e impedimos a do outro. A inibição e insegurança faz com que as pessoas não trabalhem bem em equipe.
Diante de tudo isso, fica difícil acreditar que uma das características que distingue o homem dos animais é a capacidade de comunicar-se das mais diversas formas. Palavras, desenhos, canções, dança, tudo exprime sentimentos e emoções e facilita a compreensão e o bom entrosamento entre as pessoas. No entanto, para que esses canais possam ser desenvolvidos têm que ser aprendidos.
Podemos mudar em qualquer idade e de modo positivo se formos expostos a ambientes estimuladores. Entrar em contato com a dança é participar de um ambiente que estimula o aprendizado de relacionamentos e melhora a qualidade de vida. Aprender a dançar produz bem-estar, pois libera a endorfina que é responsável pelo prazer, estimula a vontade de viver gerando ótimos resultados nos tratamentos que utilizamos para a depressão. É fácil, portanto, imaginar o que a dança é capaz de fazer por cada um de nós, quando aliada a uma abordagem psicológica. Ela pode transformar-se num rico instrumento para o auto-conhecimento ao descobrirmos a correspondência emocional de cada gesto que executamos e do seu significado em nossas vidas.
Nossos movimentos são comandados pelo cérebro. Portanto, quem dança não são os nossos pés, mas nosso cérebro. Toda informação adquirida passa pelos seus comandos, que irão ordenar sua execução de acordo com os valores aprendidos no decorrer da vida. Por exemplo: ao dançar, se nos sentimos constrangidos com o toque, pelo medo de sermos mal interpretados, mesmo que os passos exijam uma aproximação maior do parceiro, nos mantemos à distância. Podemos até tentar nos adaptar, desde que nossos valores pessoais sejam preservados. Ao tomarmos consciência da dificuldade e entendermos nossa atitude ficamos livres para registrar no cérebro os movimentos adequados à perfeição do passo.
Todo dançarino, então, tem maturidade? Não necessariamente. A ação, sem consciência do emocional e das causas que a motivaram, não conduz à transformação. Conduz à disciplina, à técnica, à relaxação, não ao amadurecimento emocional. O que foi aprendido fica restrito àquela atividade e nem sempre se estende às atitudes de nossa vida. Para resultados mais profundos na capacidade de ouvir o outro, de nos conduzir, de tomar decisões, de vencer inibições, de ter ritmo sem estresse, de conviver harmoniosamente, é preciso um trabalho integrado que envolva a mente, a emoção e o corpo. Este pode ser desenvolvido com sucesso numa boa parceria de profissionais especialistas em psicologia e dança que vêem na arte não apenas lazer e descontração, mas uma forma de aperfeiçoar o ser humano.

Vânia Martha Portela

Residente em Recife, Vânia atua como psicóloga clínica e organizacional há mais de 20 anos com a proposta de desenvolver a competência emocional das pessoas de forma lúdica. Acreditando que o prazer quebra a resistência e facilita a assimilação de novos conhecimentos, incorporou aos seus instrumentos de trabalho o desenho, o canto, a modelagem, os jogos e a dança de salão. Está em estudo a possibilidade de Vânia vir partilhar, com a Mimulus e seus alunos, as suas experiências. Pessoas interessadas em maiores esclarecimentos poderão fazer contato conosco.

Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado