sexta-feira, março 25, 2016

Estudos com o Livro de Urântia debaixo do braço.

Publiquei na Amazon um livro com o título acima.

Trata de filosofia, religião, profecia, história, tudo com o Livro de Urântia a mão.

Você pode pegar uma amostra e comprá-lo aqui:

Abaixo, uma palinha:

"(...) Caligástia correu de Deus, de Gabriel; Adão e Eva foram sinceros. Esconderam-se no início, mas voltaram. Não fizeram a mentira da mentira. Conquistaram-na. A mentira não fez parte de sua constituição psicológica, a ponto de não saberem mais o que era mentira, o que era verdade, porque tudo seria mentira cínica.
A idéia do verdadeiro é necessária para qualquer conhecimento. Sem a idéia do verdadeiro o homem aceitaria bovinamente todo seu conhecimento, não perceberia grau algum de veracidade naquilo que chegasse a conhecer.
A mentira tem como referência a verdade, escondida por razões táticas num lugar da mente, mas ainda assim sabida. Que se passe a acreditar na mentira, significa, para quem acredita no pensamento mentiroso, uma nova verdade. Se não, não acreditava nela.
Na neurose, a mentira não esconde conscientemente a verdade, mas como que a apaga, perde a referência com ela, a mentira se torna a verdade, não porque a pessoa acredita nela, mas porque se instalou no lugar de uma verdade esquecida, que não pode suportar. Essa, porém, faz pressão para subir ao consciente, enquanto o mecanismo de defesa tenta mantê-la ali, subconsciente, pelo custo emocional que causaria seu reconhecimento. Numa crise essa verdade emerge semiconsciente, e a pessoa deve então entender os motivos que a levaram a rejeitá-la, revivendo a dor da experiência que a ensejou, para integrá-la em sua personalidade, perdoando-se talvez pela sua anterior rejeição.
A mentira patológica, porém, não rejeita a verdade por medo emocional apenas; se num primeiro momento errou ao acreditar numa mentira, agora que percebe a verdade, porque não quer voltar atrás, mente dizendo-se que ela, a verdade, é uma farsa criada para dominá-lo, permitindo-se enxotá-la de sua consciência. Detesta-a por ter se enxerido inadvertidamente em seu erro e a desdenha por sua falta de apelo psicótico, por sua atratividade sem coação, por sua opressão de pedir tão apenas o querer, ao invés de estabelecer-se pela força, o que lhe daria pretextos vitimistas genuínos. A mentira patológica troca o elã da personalidade pela máscara da morte; o farsante faz de conta que o mundo duro é uma maquinação contra si, quando ele é apenas ruim.
O mentiroso patológico vive dialeticamente entre a verdade e a mentira, essa se alimentando daquela, sempre lhe dando chance de mentir de novo e de novo (muito para si e mais um pouco para os outros). Ele conhece muito bem aquilo que gostaria que não existisse. Como o psicopata, se alimenta dos sentimentos morais de sua vítima, os quais ele próprio não tem, mas cujo funcionamento conhece muitíssimo. Sabe da verdade, portanto, apenas a rejeita a cada vez, porque é orgulhoso demais para aceitá-la. É a diferença entre Caligástia e Adão. Odeia, sem odiar a ponto de esgotar o som e a fúria da vida, antes manipula seu ódio com um riso sardônico. Ele é mau.
“Seu sorriso se desvaneceu lentamente e ele nada disse. Limitou-se a acender outro cigarro e a me observar com ar petulante. Pela primeira vez, senti que seu olhar traía a frieza de um psicopata. Aquilo me perturbou. Se antes ele parecia apenas querer me sacanear, agora parecia realmente convicto do que falava. Um arrepio me percorreu dos pés à cabeça”. (Yuri Vieira, em O machista feminista)"

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