terça-feira, setembro 04, 2007

O riso

por Roger Scruton

A razão se mostra em todas as nossas tentativas de entender o mundo e em todas as meneiras de nos relacionarmos uns com os outros. Está presente nas nossas escolhas, e também nas nossas reações involuntárias. Apenas um ser racional é capaz de chorar ou corar, mesmo que essas duas reações estejam fora do alcance de nossa vontade. E apenas o ser racional é capaz de rir. Hienas fazem um som como de riso, mas não se trata na realidade de um sinal de contentamento, nem tem a função social que o riso tem – que é iluminar as nossas diferenças e alegrar-se com o que compartilhamos. O riso não é somente regozijo e confôrto, é a principal maneira de aceitarmos os defeitos de nossos semelhantes. E o riso, embora restrito aos seres racionais, deve ser espontâneo caso se pretenda real. O riso programado é uma espécie de zombaria; a risada espontânea é uma aceitação daquilo que a provoca, mesmo quando, rindo de alguém, jogamos no chão sua auto-confiança.

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trecho do artigo O declínio do riso, que pode ser acessado no site do autor, com link aqui ao lado.

A tradução do trecho é minha.

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