por Bernardo Veiga
Se sonho, a natureza faz-me rei;
Acordo desejando a profecia
– Sem ter de recorrer ao que dormia –
De ser em tal futuro o que já sei.
E imploro que outro ser permute a lei,
Que salve o meu destino por magia,
Que faça por meu nome o que eu faria
Se fosse tão valente quanto amei.
Espero no que passa como eterno
E morro sem, contudo, ter a vida,
Mas vivo pelo amor que faz morrer.
Descanso na mentira concebida
De quem se mostra o céu, mas traz inferno
E faz da minha fé um falso crer.
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Quando a sorte do mundo descontenta
E o mudo pensamento implora um guia,
Invoco na memória a fantasia
De nunca no futuro ter tormenta.
Mas, eis, que a Providência me apresenta
Num vale da desgraça ou cada dia
Um doce amor que muito é tirania
E ao pobre coração me violenta.
Ó doce amor, tirano e piedoso,
Macula e causa dor de sepultura
E deixas infeliz o não ditoso;
E assim tudo é movido à formosura
Co’efeito de gemido doloroso
E ao pobre coração lhe nega cura.
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Esses dois poemas, sem título, são de meu amigo Bernardo Veiga. Bernardo tem um sítio, onde disponibiliza suas poesias, peça de teatro e notas de filosofia.
Para contato, seu endereço de email é bvoa@hotmail.com.
terça-feira, julho 08, 2008
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