sexta-feira, novembro 10, 2006

O Mercosul que não houve

por Luis Alberto Lacalle, em 05 de outubro de 2006.
MidiaSemMascara.org

A integração econômica da Iberoamérica é um antigo projeto. Em 1960 foi fundada, com sede em Montevidéu, a Associación Latinoamericana de Livre Comercio que funcionou durante vinte anos. Em 1980 o nome foi mudado para Associación Latinoamericana de Integración (ALADI).
Em 1990 nosso País (Uruguai) tomou conhecimento da intenção de Brasil e Argentina em subscrever um tratado de integração econômica que uniria as duas economias limítrofes a nosso País com as inevitáveis influências em nossa vida como Nação. Inteirados disto, o governo oriental[*] da época, que tínhamos a honra de presidir, iniciou contatos com os vizinhos para tentar tomar parte desta importante organização. O governo do Chile, convidado, declinou da oferta e finalmente foi o Paraguai que entrou como quarto sócio.
É interessante recordar que, no âmbito interno, a adesão de nosso país ao MERCOSUL foi precedida de consultas políticas do mais alto nível. Convocamos, e aceitaram comparecer para uma reunião informativa celebrada na sala de Ministros do Edifício Libertad, os Senhores Jorge Pacheco Areco, Julio M Sanguinetti, Jorge Batlle, Pablo Millor, Líber Seregni, Tabaré Vázquez, Hugo Batalha, Alberto Zumarán, Carlos Julio Pereyra e Gonzalo Aguirre, na verdade os titulares de todos os partidos e setores partidários que tinham responsabilidades políticas naquele momento. Oferecemos a participação de seus técnicos de confiança na tramitação prévia dos acordos, o que veio a ocorrer.
Portanto, na hora da ratificação parlamentar do Tratado de Assunción, o mesmo foi aprovado pela unanimidade do Senado e 97 votos da Câmara de Deputados. Podemos afirmar com fundamento que foi o Uruguai inteiro que aceitou suas condições e prosseguiu unificadamente para uma nova etapa da vida nacional.
É bom recordar os objetivos fixados pelas partes no documento principal assinado em Assunción, em março de 1991. O preâmbulo consta de oito parágrafos que tem um caráter programático e lançam uma clara luz sobre a vontade dos países signatários.
A terminologia e os conceitos utilizados são de clareza meridiana na expressão de uma vontade comercial e econômica como único objetivo da nova organização. Afirmava-se “que a ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais através da integração, constitui condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento econômico com justiça social”. As expressões de claro cunho econômico eram reiteradas. “Aproveitamento mas eficaz dos recursos disponíveis”, “coordenação das políticas macroeconômicas e complementação dos diferentes setores da economia”, “consolidação de grandes espaços econômicos”, “modernizar suas economias para ampliar a oferta e a qualidade dos bens e serviços disponíveis”. Claro que a orientação da nova entidade buscava potencializar as economias nacionais mediante a sinergia da união de mercados. O compromisso mútuo segue esta orientação em toda sua extensão.
Após um período de convergência durante o qual foi aplicada gradualmente a liberação de produtos a comercializar, no dia 1º de janeiro de 1995 cumpriu-se o tratado e nasceu o que hoje é conhecido como MERCOSUL. Do ponto de vista das negociações comerciais mundiais levou-se em conta que a nova organização teria um peso muito mais importante do que até então se previra. Deve-se ressaltar que esta era uma grande vantagem para os sócios menores, Paraguai e Uruguai.
A integração econômica não é fácil. Os interesses nacionais – legítimos – com a tradição dos países de desenvolver sua atividade em mercados menores, resistem às transformações necessárias para abrir suas economias à concorrência. Foi duro e penoso em todas as associações deste tipo que foram criadas no mundo, chamem-se NAFTA, UNIÃO EUROPÉIA, ou qualquer outra de natureza similar. Não poderíamos ser uma exceção. A integração trazia como conseqüência outra tarefa inevitável: baixar custos para sermos competitivos. Repetimos hoje o que tantas vezes já afirmamos: a integração não é uma certeza, é uma oportunidade. Para poder aproveitá-la é preciso incrementar a tecnologia, melhorar a produtividade, baixar os custos, aprender a sermos melhores.
Lamentavelmente não foi assim. Nosso país negou-se às reformas estatais necessárias e a organização não soube ou não quis encarar os conflitos derivados de barreiras não alfandegárias de exportção entre os sócios, tais como para as bicicletas e o arroz de nosso país, impedidos de ingressar nos países vizinhos.
Finalmente, e para desfigurar definitivamente a organização, surgem no horizonte tentativas de um “MERCOSUL político” que nunca esteve na mente nem nos documentos dos fundadores. A criação de um Parlamento do MERCOSUL não somente é alheia ao projeto, como é contrária aos interesses do Uruguai e contará como nossa firme oposição.
Para culminar, sem consulta nenhuma nem embasamento jurídico, criou-se a categoria de “sócio político” que ninguém sabe claramente o que quer dizer. Opomos-nos frontalmente a que qualquer país se associe nesta qualidade à organização, porém mais ainda quando a escolhida é uma nação como a Venezuela, cujo Presidente é uma personalidade tão controvertida e pouco equilibrada que só pode trazer problemas.
Lamentavelmente, hoje, em 2006, podemos dizer que o MERCOSUL com o qual um dia sonhamos, não aconteceu.
UM ACORDO HÁ MUITO ESPERADO
A assinatura, em 26 de março de 1991, do denominado Tratado de Assunción, que deu forma à constituição do Mercado Comum do Sul, MERCOSUL, entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, deixou para trás diversas experiências prévias de integração que já haviam sido tentadas na região, com resultados díspares.
Embora os primeiros esboços do processo de integração regional remontem à década de 1950, o primeiro passo concreto foi dado em 1960 com a assinatura do Tratado de Montevidéu que significou a criação da Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC). Inicialmente este grupo regional foi integrado por Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Um ano depois foram agregados Equador e Colômbia, cinco anos mais tarde a Venezuela e em 1967 a Bolívia.
O principal objetivo, que era eliminar barreiras aduaneiras através de uma lista comum, nunca chegou a ser concretizado. O estancamento do grupo, ao qual se somou o aparecimento do chamado Grupo Andino, determinou que o resto dos países concluíssem que a associação deveria adotar outra estrutura.
Foi assim que surgiu em 1980 a Associação Latino-americana de Integração (ALADI) que a priori constituiria um novo marco oficial do processo de integração.
Entrementes, na década de 70, o Uruguai aprofundou seus vínculos com os sócios mais importantes: Argentina e Brasil. Com o primeiro através do Convenio Argentino Uruguayo de Cooperación Económica (CAUCE), e com o segundo mediante o Protocolo de Expansión Comercial (PEC). Nos dois casos foram fixadas as condições para um intercâmbio justo e equilibrado.
A criação do bloco regional deu condições para a formação da quarta economia mundial, com um mercado potencial de mais de 200 milhões de habitantes, uma superfície total de 12 milhões de quilômetros quadrados e um Produto Interno Bruto superior a 1 bilhão de dólares.
Em dezembro de 1994, a assinatura do Protocolo de Ouro Preto deu personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL, abrindo a chance de negociar em bloco com terceiros países, grupos de países ou organismos internacionais.
No início o grupo operou acionando o comércio exterior entre os países membros de tal maneira que o intercâmbio entre os sócios aumentou de forma considerável. No entanto, com o passar do tempo – e depois de 15 anos de experiência – o MERCOSUL começou a acentuar suas assimetrias, terminando por favorecer as economias dos países maiores em detrimento dos menores.
O cenário atual não parece ser o mais favorável: frente à incorporação da Venezuela como sócio pleno, Uruguai e Paraguai manifestaram mais de uma vez seu desagrado com a marcha do bloco regional e, além do mais, sua intenção de gerar acordos bilaterais com os Estados Unidos ou outros países fora do MERCOSUL.
Mas isto é farinha de outro saco.

[*] Refere-se ao nome oficial de Republica Oriental del Uruguay, que historicamente pertencia ao Vice-Reinado do Prata como Banda Oriental por estar a Leste da bacia hidrográfica Paraná-Uruguai-Paraguai.

LUIS ALBERTO LACALLE foi Senador, Presidente da República Oriental del Uruguay de 1990 a 1995, um dos idealizadores e fundadores do MERCOSUL, possui a Grã Cruz da Orden do Cruzeiro do Sul (1991) e diversas outras condecorações.

Artigo publicado originalmente na Edição Especial dos 25 anos de ULTIMAS NOTICIAS
Tradução: Heitor De Paola

quinta-feira, novembro 09, 2006

Observação

Existe uma guerra cultural nos Eua que os republicanos não assumem e recusam-se a lutar.
Por que os republicanos perderam as eleições parlamentares agora?
Fatos: o presidente Bush demitiu seu ministro de defesa. Isso significa que atribui a derrota à guerra no Iraque, ou à atuacao do país no Iraque. Pergunta: será verdade que os estadunidenses votaram contra os republicanos por causa da guerra no Iraque?

quarta-feira, novembro 08, 2006

Se você ainda quer ser um estudante sério...

por Olavo de Carvalho

(...)
Os filósofos que mais estudei para encontrar as respostas (e ficam aí como sugestões para os interessados) foram Platão, Aristóteles, Sto. Agostinho, Sto, Tomás, S. Boaventura, Duns Scot, Leibniz, Schelling, Husserl, Scheler, Lavelle, Croce, Ortega, Zubiri, Marías, Voegelin, Lonergan, o nosso Mário Ferreira dos Santos e o Albert Camus de L'Homme Révolté . Os grandes historiadores da filosofia, como Gomperz, Ueberweg e Zeller, devem ser lidos com devoção. Outros autores da área de ciências humanas que muito me ajudaram foram Ibn Khaldun, Vico, Ranke, Taine, Huizinga, Weber, Böhm-Bawerk, von Mises, Sorokin, Victor Frankl, Paul Diel, Eugen Rosenstock-Huessy, Franz Rosenzweig, Lipot Szondi, Maurice Pradines, Alois Dempf, Max Dvorak, Rudolf Arnheim, Erwin Panofsky, A. D. Sertillanges, Mortimer J. Adler, Oliveira Martins, Gilberto Freyre e Otto Maria Carpeaux. Apesar de inumeráveis erros de informação, a Life of Napoleon de Walter Scott também foi de muito proveito pela acuidade da sua psicologia histórica. O maior historiador vivo hoje em dia é Modris Eksteins (sabe o que significa “tem de ler”?). Dos poetas e ficcionistas, aqueles que produziram verdadeiras descrições científicas da condição humana, muito úteis nos meus estudos, foram Sófocles, Dante, Shakespeare, Camões, Cervantes, Goethe, Dostoiévski, Alessandro Manzoni, Pío Baroja, T. S. Eliot, W. B. Yeats, Antonio Machado, Thomas Mann, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer, Julien Green, Georges Bernanos e François Mauriac. A Bíblia tem de ser relida o tempo todo (não leia o Evangelho em busca de “religião”: leia como narrativa de alguma coisa que realmente aconteceu; atenção especial para Mateus 11:1-6, onde o próprio Jesus ensina o critério para você tirar as dúvidas a respeito d'Ele; penso nisso o tempo todo). O Corão, os Vedas, o Tao-Te-King e o I-Ching, assim como os escritos de Confúcio, Shânkara e Ibn'Arabi, merecem consultas periódicas. Dos conselhos pessoais que recebi de mestres generosos, a quem incomodei por meio de cartas, telefonemas e visitas, falarei outro dia.
O importante é você não estudar por estudar, para “adquirir cultura” ou seguir carreira universitária, mas para encontrar respostas a questões determinadas, que tenham importância existencial para você, para sua formação de ser humano e não só de estudioso. É claro que as questões vão se definindo aos poucos, no curso das leituras mesmas, mas à medida que isso acontece elas vão definindo melhor o rumo dos estudos. E é essencial que, na ânsia de ler, você não deixe sua acumulação de conhecimento ultrapassar o seu nível de autoconsciência, de maturidade, de responsabilidade pessoal em todos os domínios da vida. Se você não é capaz de tirar de um livro conseqüências válidas para sua orientação moral no mundo, você não está pronto para ler esse livro. Não esqueça nunca o conselho de Goethe: “O talento se aprimora na solidão, o caráter na agitação do mundo.”

A tragédia do estudante sério no Brasil

por Olavo de Carvalho

(...)
A única solução viável, que enxergo, é a formação de pequenos grupos solidários, firmemente decididos a obter uma formação intelectual sólida, de início sem nenhum reconhecimento oficial ou acadêmico, mas forçando mais tarde a obtenção desse reconhecimento mediante prova de superioridade acachapante. Já não leciono no Brasil, mas a experiência mostrou que muito aluno meu, com alguns anos de aulas e bastante estudo em casa, já está pronto para dar de dez a zero, não digo em alunos, mas em professores da USP do calibrinho de Demétrio Magnoli e Emir Sader, o que, bem feitas as contas, é até luta desigual, é até covardia.
O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.
(...)

sábado, outubro 07, 2006

Controladores ingleses da economia mundial confirmam intenção de internacionalizar e privatizar a Amazônia

Quarta-feira, Outubro 04, 2006

Edição de Quarta-feira do Alerta Total
http://alertatotal.blogspot.com/.
Por Jorge Serrão

Para os controladores ingleses da economia mundial, pouco importa se será Lula, Alckmin ou Al Capone quem vai assumir a Presidência. Eles estão mesmo interessados na manipulação das organizações político-administrativas do Brasil para garantir a exploração econômica da Nação e dos recursos naturais do seu território. Um dos principais alvos dos controladores é Amazônia. Prova recente disto é o plano de transformar a floresta Amazônica em uma grande área privada, internacional. A idéia foi anunciada semana passada, na cidade mexicana de Monterrey, pelo secretário de Meio Ambiente britânico, David Miliband, durante um encontro que reuniu os governos dos 20 países mais poluidores do mundo.
Não é cascata, nem teoria da conspiração. Os controladores ingleses, liderados pelos banqueiros Rothschild, já têm uma estratégia bem definida para atingir o objetivo de internacionalizar a Amazônia. Eles investem na atuação de agentes de influência, que são as ONGs, a mídia e os chamados “movimentos populares”, para defenderem a tese de que o governo brasileiro não tem competência para administrar a região. Toda a trapalhada no controle do espaço aéreo, na recente tragédia do avião da Gol, será mais um fato negativo a ser explorado, comprovando que o Brasil não tem condições, sozinho, de proteger e conservar a região florestal que eles consideram “um patrimônio da humanidade”.
Outra ação inglesa, antes de chegar ao governo brasileiro, é comer o Brasil pela beirada. Não foi outro o espírito do Tratado dos Povos das Américas com Londres, assinado quase que secretamente, no dia 17 de maio, entre os ingleses e o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez (um homem que viaja mais vezes a Manaus que o Presidente da República do Brasil). Por isso, os ingleses apostam e investem na eleição de membros do Foro de São Paulo, entidade que reúne a chamada esquerda na América Latina. No planejamento inglês, Cháves será um dos latinos a lançar a idéia de se formar um “consórcio mundial”, pretensamente liderado pelo Brasil, para proteger a Amazônia.
O plano dos ingleses prevê que uma grande área da Amazônia passaria a ser administrada por um consórcio internacional. Grupos ou mesmo pessoas físicas poderiam então comprar árvores da floresta. A proposta dos empresários ingleses conta com o aval do primeiro-ministro Tony Blair. Na conversa fiada dos controladores, usando o ministro Miliband como porta-voz, a idéia visa a proteger a floresta. O ministro admitiu ao jornal "Daily Telegraph" que a idéia está em seu estágio inicial e que será preciso discutir as questões de soberania da região com o Brasil.
Outra frente em que os controladores ingleses atuam é a de apressar a regulamentação da Lei de Gestão de Florestas Públicas. Teoricamente, a Lei 11.284 prevê a possibilidade de explorar madeira, frutas, remédios e outros produtos da floresta amazônica sem prejudicar o meio ambiente. E ainda ajudar as populações ribeirinhas, os índios e os quilombolas que vivem na região. Em ação integrada com Londres, ontem, membros de organizações não-governamentais, representantes de universidades e do “setor produtivo” começaram a discutir o assunto. Divididos em dois grupos, eles reuniram sugestões sobre o que deve constar das licitações para que empresários brasileiros possam obter as concessões de terras.
Em tese, a população brasileira também vai participar dessa definição, dentro da agenda elaborada pela diretoria do Serviço Florestal Brasileiro. O órgão foi criado pela lei de Gestão de Florestas Públicas e é dirigido por Tasso Azevedo. Já existe até um Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, que os banqueiros ingleses têm a intenção de gerenciar. Até o final deste mês, tal agenda prevê visitas de técnicos do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis a oito cidades da região amazônica, onde promoverão audiências públicas para analisar sugestões. Quem quiser opinar sobre a regulamentação da lei pela internet, pode acessar o site: www.mma.gov.br.
De boas intenções...
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo,defende que a Lei de Gestão de Florestas Públicas é um processo que possibilitará a criação de emprego e renda, além da preservação.
Sérgio Leitão, da organização não-governamental Greenpeace, avalia que a lei permite que o governo federal retome o controle sobre a maior parte da Amazônia, que são terras públicas e hoje vêm sendo griladas, privatizadas de forma irregular.“A intenção dessa lei é permitir que o Estado possibilite a exploração, de forma ordenada, respeitando as regras do bom manejo florestal”.
Negativa inglesa
Na tarde de ontem, o secretário-executivo do Meio Ambiente, Cláudio Langone, chefe da delegação brasileira, foi procurado informalmente pelo ministro Miliband para desfazer o que chamou de mal-entendido.
O britânico assegurou que a imprensa inglesa distorceu suas idéias e que nunca se falou em privatização da floresta amazônica.
Segundo o secretário brasileiro, Miliband alegou defender todas as iniciativas para a redução do desmatamento e emissão de gases que causam o efeito estufa.
E reiterou que não faria nenhum tipo de proposta que ferisse a soberania brasileira sobre a Amazônia.
Pesquisa ou exploração?
Além da Lei de Gestão de Florestas Públicas e da proposta inglesa de privatizar áreas da Amazônia, os defensores da soberania brasileira na região devem ficar de olho na Instrução Normativa n° 114/06, baixada no último dia 20 de setembro, no Diário Oficial da União, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.
Tal legislação estabelece que deverão firmar o Acordo de Manejo e Empréstimo todas as instituições no exterior que desejam receber animais pertencentes à lista oficial das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Na teoria, a Instrução Normativa padroniza as normas que asseguram ao Ibama o controle sobre a integridade física e o patrimônio genético das espécies que deixam o Brasil para essa experiência em outros países.
O Ibama informa que já mantém vários convênios com entidades estrangeiras visando a reprodução de animais ameaçados de extinção.Dotadas de centros com alta tecnologia, elas arcam com os custos desse processo - que transcorre em cativeiro - e da devolução das novas populações à natureza.Resta saber como tal regulamentação vai funcionar, na prática...
Apanhando dos controladores
A Suprema Corte da Inglaterra condenou o Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, a pagar ao ex-executivo do grupo Luiz R. Demarco o equivalente a 3,5% de participação do Opportunity E. Partners, empresa de fundos de investimentos das Ilhas Caiman.
Daniel Dantas começa a sentir na pele, em proporções diferentes, o peso de fazer negócios com os controladores ingleses experimentado pelo empresário brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, o famoso Barão de Mauá, na segunda metade do século 19.
O Barão, que também era banqueiro e contrariou os sócios e financiadores ingleses de seus empreendimentos, foi levado à falência pelos controladores.
Quem tiver curiosidade em conferir essa estória, é só alugar nas locadoras, em videocassete, o filme “Mauá, o Imperador e o Rei”.
O azar maior de Daniel Dantas é que o caso dele não vai virar filme...

O Governo do Crime Organizado no Brasil

Domingo, Setembro 24, 2006

Edição de artigos de Domingo do Alerta Total
http://alertatotal.blogspot.com/
Por Jorge Serrão

O próximo governo já começa acabado, antes mesmo de começar. A previsão de desgaste é líquida e certa. Não se trata de pessimismo, mas de uma avaliação objetiva de uma realidade que parece muito subjetiva para muitos ignorantes do sistema de poder mundial que controla, realmente, o Brasil. Se Lula da Silva for reeleito, não terá condições éticas, morais e políticas de governar. Se outro adversário ganhar (Geraldo Alckmin) vai se sentir, literalmente, como um picolé de chuchu em uma “gelada institucional”.
A governabilidade da pretensa oposição ao atual grupo no poder será dificultada por três fatores: a máquina do PT no poder, que dificilmente será desmontada com a eventual derrota; a oposição radical dos chamados “movimentos sociais” que vão para a rua desestabilizar o “inimigo”; e a explosão do “quarto elemento”, que é o crime organizado, agindo contra um governo que não tem instituições preparadas para responder, de modo rápido e eficaz, a um ataque desestabilizador.
Um outro detalhe fundamental deve ser lembrado quando se desenha um cenário provável para o próximo governo (ou desgoverno). Nenhum dos candidatos favoritos à Presidência indicou caminhos objetivos para a conquista da soberania e da autodeterminação do Brasil, tendo projetos de desenvolvimento a partir destes dois pressupostos. Aliás, nenhum deles consegue “pensar” o Brasil e apresentar soluções objetivas para o País. E o motivo é simples. Nossa classe política é formada por bonecos do ventríloco. Nossos políticos profissionais são marionetes do poder mundial.
A oligarquia política brasileira (tenha o verniz ideológico de direita, centro, democrata-cristão, social-democrata ou de esquerda) obedece a um mesmo controlador externo e ocupa o governo no Brasil representando os interesses globais e anti-nacionais. Por isso, “nossos” governantes mantêm o Brasil, que é um País rico, artificialmente na miséria e sempre pronto a ter seus recursos explorados. O papel de entreguista é uma característica histórica dos nossos dirigentes políticos. Suas ideologias (oferecidas ao cidadão-eleitor-contribuinte como mercadoria político-eleitoral) são meros instrumentos de dominação daqueles que nos governam e controlam, de fato, mesmo sem direito).
Não importa quem vença a eleição no Brasil - Lula é o grande favorito -, os interesses estrangeiros estão bem amarrados nos apoios de grandes grupos de poder internacionais aos principais candidatos. O Centro Tricontinental (sediado na Bélgica) joga suas fichas em Lula e no time do Foro de São Paulo. A Comissão Trilateral (também européia) aposta em Heloísa Helena. E o norte-americano CFR (Council on Foreign Relations), que opera o Diálogo Interamericano, fecha com Geraldo Alckmin. Em comum, os membros desses grupos de poder têm o controlador de seus investimentos: os banqueiros Rothschild. Os ingleses coordenam a oligarquia financeira e petrolífera que comanda o mundo.
A banda do poder mundial toca afinadinha, há séculos. O primeiro escalão do poder é a Oligarquia Bancos & Petróleo, que age a partir da base anglo-norte-americana, tem entre seus membros os Rothschild, a British Petroleum, a Shell, os Banco Barclay´s e o HSBC (do lado inglês e europeu) e os Rockfeller, a Exxon, a Móbile e a Texaco (do lado dos EUA). O segundo escalão, que segue as ordens do primeiro, é formado pelas Bolsas de Valores que comandam os negócios mundiais: a tradicional City de Londres e a recém fundada bolsa de valores transatlântica. Esta nova empresa financeira foi o resultado da fusão da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) com o grupo europeu Euronext, que administra as Bolsas de Paris, Bruxelas, Amsterdã e Lisboa, além de derivativos em Londres.
No terceiro escalão do poder mundial, vêm os bancos centrais do Reino Unido e dos Estados Unidos. O Bank of England e o Federal Reserve Board, que é um organismo privatizado, cuja a imagem é vendida como a de “um banco central independente”. No quarto escalão do poder, estão os ministros da Fazenda destes dois países, que implementam a política monetária definida pelos controladores, impondo-a ao resto do mundo. São eles os propagadores da “religião” do Monetarismo, uma aberração do pensamento único na política econômica.
Este é o papel histórico do Chancellor Exchequer inglês e do Secretário do Tesouro norte-americano. Curioso é notar que, apenas no quinto escalão do poder, aparecem os “políticos” dos EUA e do Reino Unido. O presidente dos EUA e o Primeiro Ministro inglês seguem as ordens dos controladores, executando-as e difundindo-as para o resto do mundo. Para isso entra na jogada o sexto escalão do poder mundial, formado pelas instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial, FMI e Banco Interamericano de Desenvolvimento (no caso da América Latina).
Apenas a partir do sétimo escalão começam a aparecer os governos formais dos países em desenvolvimento. A sétima escala deste poder é formada pelo Banco Central do Brasil, cujos interesses e diretrizes controlam o oitavo escalão, formado pelo Ministério da Fazenda. O Presidente do Brasil, figura que agora vamos eleger (ou reeleger) aparece apenas no nono escalão da esfera do Poder Real. Enquanto não tivermos soberania e autodeterminação, ele será uma mera marionete que finge comandar nossas organizações político-administrativas, na verdade dirigidas pelos interesses dos controladores externos.
Eles têm pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas, políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses transnacionais. Os controladores manipulam agentes conscientes e inconscientes na esfera político e econômica. Agindo sobre as organizações político-administrativas (OPAs), os controladores atuam em quatro frentes aparentemente distintas, porém intimamente ligadas em um organograma.
A ação não segue diretamente tal ordem – aqui descrita apenas para efeito didático e expositivo. A ação dos controladores é concomitante sobre as OPAs. A primeira frente são os agentes de influência, formados pela mídia, as ONGs e os Movimentos Populares. A segunda frente, que é a força motriz do mecanismo de poder, são os partidos políticos no poder. A terceira frente é a institucional, cujos componentes funcionam como forças de sustentação da ação dos controladores. Trata-se do governo formal, formado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário.
Neste caso, como instrumentos de legitimação do controle institucional, merecem destaque o Ministério Público, as Forças Policiais e a Receita Federal. Configura-se, neste caso, o sutil controle sobre o aparelho repressivo do Estado. Aí ficam evidentes quais são os três instrumentos de dominação básicos empregados pelo controlador e seus agentes conscientes e inconscientes, nas instituições ou em torno dela, na esfera político e econômica de poder. Os instrumentos são: as ideologias; as diferenças regionais (sejam econômicas, sociais, religiosas e raciais); e, no caso extremo, a violência e sua evolução que é o terrorismo. Neste último caso, entra em cena o chamado “quarto elemento” ou a quarta frente de ação do poder controlador. Tratam-se das Forças Subterrâneas ou atividades criminosas executadas pela narcoguerrilha urbana e rural.
Quando as quatro frentes atuam coordenadas, temos o chamado “Governo do Crime Organizado”. Doutrinariamente, o GCO é a sinistra associação objetiva de criminosos formais de toda a espécie com membros dos poderes estatais, para a prática de ações delituosas. Os bandidos utilizam a corrupção sobre as instituições republicanas como o principal meio para atingir seus fins. O crime não se organiza sem a participação do Estado. Por isso, principalmente no Brasil, mas também em outras nações, podemos ironizar que estamos vivendo em um “Estado Cleptocrático sem Direito”. O crime organizado utiliza a corrupção, a violência e as sutilezas ideológicas como instrumentos de dominação da sociedade.
Em sua origem grega, a palavra Cleptocracia, significa, literalmente, "Estado governado por ladrões".Na Cleptocracia, não existe Democracia, que é definida como “a segurança do Direito”. Neste regime, impera a injustiça. Institui-se o legítimo “direito de roubar”, que é a negação de qualquer Direito. Na conjuntura cleptocrática, o poder Judiciário se transforma, na melhor hipótese, em agente inconsciente da legitimação do crime organizado, em parceria com os poderes Executivo e Legislativo. Mas a classe política, como força motriz no poder, é o principal agente consciente do crime organizado.
Conceitualmente, o governo do crime organizado ocorre quando uma nação deixa de ser governada por um Estado de Direito imparcial, com segurança, e passa a ser governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o poder político nos diversos níveis. Estes agentes conscientes do crime conseguem transformar seu poder político em valor econômico. Atinge-se o estágio cleptocrático do Estado, quando a maior parte do sistema público governamental é subjugada por sujeitos que praticam a corrupção política e econômica, nos apodrecidos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Na cleptocracia, o Estado funciona como uma máquina para a extração ilegal de renda da sociedade. Os mecanismos jurídicos e institucionais – como a Lei de Licitações, por exemplo – cumprem este papel criminoso. A corrupção se legitima como uma tática de negócio na relação entre o Estado e as empresas prestadoras de serviço ou fornecedoras de bens. Os exemplos de atuação política da organização criminosa são variados, porém bem claros no Brasil. Vejam o caso do “mensalão” (tecnicamente definido como a propina periódica paga a políticos ou aliados de um governo, resultante de participações de empresas que prestam serviços ou vendem produtos para o poder Estatal).
Depois que se entende esse complicado e nem sempre perceptível mecanismo de poder do Governo Mundial, fica praticamente banal promover qualquer debate acerca de uma previsão eleitoral para o próximo domingo. Não interessa quem vença formalmente a eleição. Os vencedores do pleito, de fato e mais uma vez, serão nossos controladores políticos e econômicos. Eles não jogam o destino de seus objetivos, interesses e negócios no Cassino do Al Capone, que tem até urna eletrônica para iludir os apostadores mais inocentes.
Se o presidente Lula da Silva não tivesse sustentado pelos controladores, já teria caído ou sido derrubado, há muito tempo, do seu aparente poder, que é o poder apenas formal do Estado brasileiro – que obedece a um Governo Real Mundial. Lembremos sempre: o presidente do Brasil aparece apenas, como um boneco do ventríloco, no nono escalão do poder. E a teoria não vale apenas para o coitado do Lula, que vive embriagado pelo poder, mas para todos os presidentes de um Brasil sem soberania e autodeterminação. FHC era apenas um boneco com o intelecto mais refinado, que fez seu dever de casa muito além das expectativas dos controladores, em tempos de grave instabilidade econômica mundial.
Sobre o destino imediato de Lula, já que os leitores do Alerta Total insistem em perguntar, vamos às previsões possíveis. Ele pode até vencer a eleição domingo que vem. Pode até ganhar no primeiro turno – o que parece cada vez menos provável. Mas seu segundo mandato será asfixiante do ponto de vista político. Lula sofrerá pressões da sua pretensa oposição, que não consegue ficar de fora do poder por muito tempo, e também terá de suportar as demandas ideológicas dos radicais que o cercam, em favor da revolução do poder no Brasil e na América Latina.
Por isso, se vencer, Lula aposta tudo no que chama de “reforma política”. Ela articula a formação de um novo partido (substituto do desgastado PT, envolvido em tantas denúncias) conta com o apoio internacional do Centro Tricontinental (grupo de poder sediado na Bélgica) que joga suas fichas em Lula e no time do Foro de São Paulo – a entidade que reúne as “esquerdas” na América Latina e Caribe. O mesmo organismo - que obedece ao grupo de banqueiros Rothschild (o controlador do mercado de derivativos e das dívidas externas dos países do terceiro mundo) – dá sustentação à recém anunciada “revolução socialista” do presidente Hugo Chávez, na República Bolivariana da Venezuela. Lula não quer ser ofuscado por Chávez que saiu na frente para herdar o legado revolucionário de Fidel Castro – em fim de carreira, por problemas de idade e saúde. Ambição, Ciúme e Vaidade são uma merda...
Ainda sobre o destino imediato de Lula, dependendo do calibre da oposição e da rearticulação dela com os controladores (também representados no Council on Foreingn Relations e no Diálogo Interamericano), o presidente pode ganhar a eleição e não emplacar o segundo mandato. O “dossiêgate” e o grampo telefônico ilegal no Supremo Tribunal Federal são batom na cueca (ora cheia de dólares ora manchada de bosta) do governo. A lei é clara quando prevê que, comprovado o uso de dinheiro ilícito na campanha, o candidato – ainda que eleito – terá o seu diploma cassado. Se Lula vencer as eleições e, depois de empossado, for considerado culpado pelo tribunal, perderá o mandato, assim como seu vice José Alencar. Novas eleições serão convocadas e o petista ficará inelegível por três anos.
O segundo parágrafo do artigo 30-A da Lei Eleitoral deixa bem claro: "Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado". O caso de Lula é gravíssimo. Ele é acusado de ser o principal beneficiário dos dois supostos ilícitos eleitorais (de abuso de poder econômico e de poder político, ambos previstos em lei complementar à Lei de Inelegibilidades).Ainda sobre o destino de Lula, vamos pensar um terceiro cenário, caso ele seja punido pela Justiça Eleitoral. O presidente ainda poderá recorrer da decisão. Lula poderá apelar ao Supremo Tribunal Federal, alegando inconstitucionalidade na decisão do TSE. Caso o STF conceda o efeito suspensivo da sentença, não haveria novas eleições e o presidente continuaria no cargo, pelo menos até o julgamento do mérito do recurso. O problema é que, como nossa Justiça é muito rápida, o julgamento poderia levar anos, e o Lula ficaria sem a menor condição de governabilidade.
Tal fato não interessa aos controladores. Eles querem um boneco obediente, que possa fazer o que eles querem. Nestes casos, quando as marionetes não funcionam direito, atrapalhando teatrinho do poder mundial, os bonecos são trocados por outros. Este é o verdadeiro risco que corre Luiz Inácio Lula da Silva. E nem vai adiantar convocar o diabinho que existe dentro de si, porque os controladores (freqüentadores de seitas satânicas, segundo revelam seus estudiosos) não têm medo de diabo e, muito menos, fazem negócio com otários.

Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://alertatotal.blogspot.com/ e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal
Posted by Alerta Total de Jorge Serrão at 11:30

terça-feira, setembro 12, 2006

"Perfection doesn´t exist"

Entrevista com Junior, o dançarino brasileiro de tango que venceu em Buenos Aires. Link em http://www.tangopulse.net

Antonio Cervila Junior
by Jackie Ling Wong
Scene: Junior left the States to perform/work in Buenos Aires so we decided to conduct the interview through email. What I enjoyed about Junior was his complete honesty and forthright responses. It was a pleasure.

Q: Do you consider yourself a tango dancer first or a dancer?
Junior: I am an artist, then a dancer, then a tango dancer. That's specialization. Besides being a tango dancer, I am a jazz, salsa, samba dancer. Besides being a dancer, I am a filmmaker.
You are a dancer when you dance many things including perhaps tango. A tango dancer dances tango but tango fusions and the globalization of tango have made it so that a dancer can dance tango and a tango dancer can tango to music that is considered tango. I like it.
There is a theory that tango was born as a dance first. It was a way to dance. They danced tango to all the music, Polka, Mazurca, etc. Afterwards, they invented a music for that way of dancing. So, dancing tango to a Nina Simone song is not only acceptable, but a blast in my opinion.

Q: I would like to expand on this point because the idea of the dance coming before the music is interesting. Those of us who are into alternative tango music always hear the comment that it's impossible to dance Tango to Piazzolla, El Arranque, Narcotango, Norah Jones etc.... (unless it is choreographed). I have always felt that Tango is a language... a tool that I can use when I dance. So if a TLC song comes on that I love, then Tango can be a part of the movement, the dialogue. It gives me a base from which I can move in and out of because the nature of Tango is improvisational. And because I am a dancer first, I can hear the possibilities of the music. ... a cross can be led to take 8 counts if the music, mood, my partner call for it. It becomes possible, in the moment, to create something that someone else may think must be choreographed to achieve. Therefore, the concept that the dance came before the music makes so make sense to me.
Junior: You can dance tango to EVERYTHING. Well, I can because I want to. Piazzolla is a genius. Great to dance, but traditionalists don't like him. So they don't want to dance to his music. Then of course, it becomes impossible. The only possible things are the ones that you believe.
I came from Copacabana and would turn tango into salsa, mixing the two dances. I loved it. And then turn Milonga into Merengue. Anyway, I don't like to say that I am right and traditionalists are wrong because there is no right or wrong. It is only what you really feel. And everybody agrees that tango is a feeling. So, if you don't feel Piazzolla, don't do it. But shut up and let other people be happy.
In the forties Julio De Caro was considered too modern and people from that time used to say that the real tango were the old ones from 1910. So the question is not what is tango, but WHEN. A 40's tango was not tango for a 1910's dancer. So a 2000's tango will never be tango for a 60's dancer. And it's not a physical age, but where in the timeline you place your head. There are teenagers that are more traditional then older people.

Q: Do you feel that tango has more follower leader dynamics than other dances?
Junior: No. Followers from the salsa or West Cost Swing clubs lead too. But the dance that has more followers that propose things is West Cost Swing. Much more than tango.

Q: Hang on... I want to go with your train of thought which I think is different than what I asked, in a moment. I'll try to first ask the question clearer. Does tango require, more than other dances, a knowledge of how to follow and how to lead? And a question about West Coast Swing. Do more followers propose things in West Coast Swing because it is tolerated better or because the dance allows it more than tango? I personally find that tango offers many ways to improvise and to propose movement as a follower if your leader is openminded.
Junior: The second question you asked and answered, so I will go on with the first one: For me, tango requires a lot of knowledge. The leader has the hard work to look good. A mediocre follower looks Ok. A mediocre leader looks very bad. So for me is not possible to dance tango with a person that never had any classes. The cross in the basic step for example. It's not natural. You can't lead a cross if she doesn't know that vocabulary. You can lead an ocho, a back walk, a front walk. And many times, if you try a molinete, she is not going to do a grapewine, but all back steps.
So I believe that both need some vocabulary to talk and understand the same language: tango.

Q: But wait, Junior. The question for West Coast Swing is, do more followers propose things in West Coast Swing because if it is tolerated better or because the dance allows it more than tango?
Junior: Yes, tango leaders thing that being "macho" is more tango. That's why in tango there are so many stories of men beating their partners. Even today. Young couples. Mid 20's have more conservative minds than old guys. Tango people are conservative. Even with sexuality. West Cost Swing and Salsa are more relaxed. So, many tango leaders don't even feel their partner. The follow is only a tool to show what he can do at the dance floor. It's not a dialogue. So, it's not that tango followers propose less. It's that many tango leaders don't listen to their partners.

Q: And your comment on mediocre followers and leaders is very interesting. You applied it to Tango. Does the same importance on the leader apply to other dances as much? or does it feel to you that leaders in tango much work harder to look good?
Junior: I think that in every dance, in my opinion, the leader's part is more complex and takes more time. That's why many men get frustrated and give up dancing. That's why there are more women then men dancing everything.
The other reason is that the society doesn't give incentives to boys to start dancing. I love how you can see it in Billy Elliot.
So when you are a teenager, the girls dance and the boys suck. So, when you are in your middle 20s, 30 or 40, you find tango. And at the milongas there are 5 guys and 40 women dancing. So these 5 guys (not so good) think that they are great. But that's not true. They are the only option that these women have.
I see it everywhere, leaders with a big ego. Many of them are not good. But they think they are tango Gods.

Q: I have danced with you to alternative music (Norah Jones) and what impressed me was how you dance. I hesitate to say that you added salsa moves or west coast moves because that's not what I experienced. It felt like "dancing" and I have never experienced such a rich dialogue. I say this because you are expressing your feelings intensely and I want to make it clear to readers that you aren't just talking about it. You live it and express it in your dance.
Junior: I will put in another way. It's not that I live what I talk. I say what I live. I don't believe in a communist that has a BMW.

Q: Excellent point. So...paint a picture of the perfect leader.
Junior: Perfection exists? Or is it just something that we invent so that we live frustrated the rest of our lives? But I think that a good leader is the one that feel his partner. Don't try to do uncomfortable moves for her just to show off. Takes care of her on the dance floor. Listen to the music. ENJOY the music and the person that is in front of you.

Q: And the "good" follower?
Junior: A good follower is the one that don't try to take the control. It not a war of who has the remote control and decides when to zap. Try to propose things but not to impose things. Wait for the lead, breath with the leader, walk by yourself after you feel the lead. Otherwise, for the leader it feels like "moving furniture". Ah, just one more thing: smell good...... oboy :-)

Q: ummm... I might add the leaders should smell good too. :-)
Junior: I think so. But I don't dance with many leaders.

Q: Can you go into detail about "proposing" versus "imposing"?
Junior: A democrat proposes. A dictator imposes.

Q: That's very clear. The feeling and the image.
You mentioned in Tango-L and in a conversation here in the Berkshires, that you experienced prejudice because you are not Argentine. Could you elaborate on that? And do you still experience today?
Junior: I don't experience prejudice anymore because I studied a lot and now I am respected. But at the beginning I had a lot of that. The close minded Argentinians think that tango is only for people from Bs As. But they love to put foreign dollars in their pocket to teach them. Tango was created in a Bs As that had more immigrants than Argentinians. And people, not only in tango world, but in dance world, respect other people on how good they can dance. If you do 5 piruettes you will be better person than if you only can do 2.
So, I realized that I had to be good to have respect. And I studied books, watched shows, has classes, rehearsed a lot. Then one day I heard: he is good. And there was no prejudice any more.

Q: Where do you want to go with Tango? choreography? production?
Junior: Tango is so stuck in one place. I think tango can give much more than it is giving. Tangueros only have to realize that everything is changing. We can't dance exactly like in the 40's because we are not in the 40's. The world has changed and so has changed people. If a tanguero is very traditional and thinks that everybody has to dance like in the 40's ONLY, I think that he should not use TV or cellular phones. He has to live like on those days.
My choreography is modern. My dance at the milonga is calm and subtle: introspective.
My productions try to bring young people to tango.

Q: There has been a lot of discussion on Tango-L about the v frame or parallel - the differences and like all Tango-L discussions, which is better. Do you have a preference and if so, why?
Junior: It depends on the step and the style. I use the 3 frames. Parallel most of the time in choreographies. A frame, (apilado) at the milongas and some choreographies. and V frame for the colgadas.

Q: Could you describe a Tango moment that you have had? when you understood something with clarity?
Junior: When I started going to the milongas. I first learned choreographies but when I discover the improvisation and the feeling, it was a whole new world. Like Matrix.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Isto nao significa, no entanto, que o homem não tenha que tomar a sua própria cruz. A cruz de Cristo, entretanto, é só dele, só ele pode salvar os pecados do mundo, ninguém mais. Nós temos que levar uma vida boa, de sacrifícios também, claro, porém para conseguir a salvação de nossa alma, não da humanidade. Pode parecer egoísta o que escrevi, mas nao é na verdade; para lograr a nossa salvação, é necessário zelar pelo bem dos outros, pois o Cristo disse que aquele que ajuda a um coitadinho ajuda a ele mesmo. Viver bem é viver bem com os outros.

Salvação, redenção, purificação

A salvação é só pelo Cristo, o homem acha que dá mas nao dá. Ele se auto-destrói para conseguir esta redenção impossível, como se disse no texto indicado abaixo. O homem não pode voltar a ser um Adão, o homem vai ser purificado depois, depois da morte, qualquer outra coisa é gnosticismo nocivo.
Este deve ser o significado de Cristo na cruz. Ele morreu por nós, para que nós sejamos purificados. Ele se sacrificou para que nós não tenhamos que nos sacrificar. Um rei maia, ou asteca, nao sei bem qual dos dois, tinha que se submeter a dolorosos rituais de auto-sacrifício, derramando o próprio sangue, para expiar os pecados da nação, aos quais se atribuía a razão de algum desastre ocorrido. Por isso, quando os espanhóis chegaram contando a história do Cristo-Rei que sangrou na Cruz, isto fez total sentido para eles.

Indico

A batalha pelo corpo de Moisés, por Guilherme V. R. de Carvalho.
Vou deixar um trecho aqui: "só o diabo quererá negar a identidade de Moisés com o seu corpo, e o ponto é inimaginavelmente importante, a ponto de conferir proporções cósmicas à batalha por ele. Corpo é expressão temporal e material do ser; superfície na qual o interno se torna visível, o profundo na superfície, o símbolo de mim, que participa do que sou eu. Isso é o que o corpo deveria ser; para isso Deus criou o corpo."
Enjoy.

sexta-feira, setembro 08, 2006

comentário ao artigo Muito além do Código da Vinci

Aqui o que escrevi sobre o artigo Muito além do Código da Vinci, de Caio Rossi, disponível no site midiasemmascara.org.
"Bom, vocês já devem ter recebido vários emails sobre o artigo de Caio Rossi. Na medida em que creio entender do assunto, gostaria de comentar uma idéia do artigo.
Jesus Cristo nao está no mesmo patamar que Maomé. Os hadiths citados pelo autor não significam que Maomé tivesse sido uma espécie de Verbo incarnado, que é o Cristo Jesus. Apenas a "luz" de Maomé, a partir da qual todas as coisas foram feitas, poderia ser associada ao Verbo, o qual, encarnado, é o Cristo. Mesmo assim, seria necessário considerar em termos figurados a frase de que a Luz foi criada, pois o Verbo divino cristão nao foi criado, mas sempre esteve com o Pai. É o "EU SOU", preexistente a Abraão, como Jesus afirma de si no evangelho de João. Se a Luz de que fala Maomé foi criada, então ela não pode ser o Verbo divino.
Além disso, Maomé nao poderia ser a luz que desceu ao mundo em forma humana. Nao é isso o que ele afirma, ele diz que é da luz de Allah, nao que é a Luz de Allah. Jesus Cristo não era do Verbo Divino, Jesus Cristo era o Verbo Divino. Por sua vez, a própria história de vida dos dois homens mostra que eles não são semelhantes. Jesus Cristo não cometeu pecados, Maomé sim."

frase de Cristovam Buarque

"É um fenômeno esquisito em que o coração não casa com o dedo. O coração mostra que o povo está descontente e o dedo quer apertar a tecla do presidente Lula", do presidenciável Cristovam Buarque, sobre a liderança de Luis Inácio nas pesquisas de intençao de voto.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pela restauração intelectual do Brasil

Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 4 de setembro de 2006

Os artigos que aqui publiquei em 13 e 27 de fevereiro (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060213dc.htm e http://www.olavodecarvalho.org/semana/060227dc.htm) rendem até hoje cartas e perguntas que não posso responder uma a uma. Elas refletem não só o anseio inatendido de conhecimento por parte de tantos estudantes brasileiros, mas uma necessidade mais profunda e geral. Um país não pode sobreviver por muito tempo sem alguma vida intelectual na qual ele se enxergue e se reconheça como unidade histórica, cultural e espiritual. Isso falta totalmente no Brasil de hoje. As discussões públicas entre pessoas supostamente letradas perdem-se em fatos isolados, em tagarelice ideológica sem nenhum proveito ou na exteriorização fortuita de impressões grupais totalmente alienadas. Já não apreendem nem a nação como conjunto, nem muito menos a sua situação no mundo, na civilização, na História. O Brasil tornou-se invisível a si mesmo, e na treva geral crescem monstros. Talvez o mais feio deles seja justamente a esperança cretina de livrar-se de todos os outros a curto prazo, mediante ações práticas na esfera política, saltando sobre a necessidade prévia da restauração intelectual. Nenhum ser humano ou país está mais louco do que aquele que acredita poder resolver todos os seus problemas primeiro, para tornar-se inteligente depois. A inteligência não é o adorno do vitorioso, é o caminho da vitória. Não é a cereja do bolo, é a fórmula do bolo. Quando chegarão os brasileiros a compreender uma coisa tão óbvia? Quando chegarão a compreender que nem tudo pode ser resolvido com formulinhas prontas, com pragmatismos rotineiros, com improvisos imediatistas ou mesmo com técnicas da moda, por avançadas que sejam, se não há por trás delas uma inteligência bem formada, poderosa, capaz de transcendê-las infinitamente e por isso, só por isso, capaz de manejá-las com acerto? A sólida estupidez do petismo triunfante é a culminação de pelo menos cem anos de desprezo ao conhecimento. A aposta obsessivamente repetida no poder mágico da ignorância esperta levou finalmente ao resultado inevitável: a bancarrota cultural, moral e política.
Não há nada, nada mais urgente, neste país, do que criar numa geração de estudantes à altura das responsabilidades da inteligência. Ao dizer isso, estou consciente de pedir urgência para uma tarefa que, por sua natureza, é de longuíssimo prazo. A vida intelectual não se improvisa: ela resulta da confluência feliz de inumeráveis trajetos existenciais pessoais numa nova linguagem comum laboriosamente construída com materiais absorvidos, a duras penas, de tradições milenares. Quando a urgência imperiosa vem amarrada à demora invencível, o espírito humano é testado até o máximo da sua resistência. Nada mais difícil do que aliar a intensidade do esforço contínuo à longa espera de resultados incertos. Contra o desespero em tais circunstâncias, o único remédio está na fórmula de Goethe: “É urgente ter paciência.”
Aos leitores deste jornal, empresários na maioria, digo sem rodeios: a responsabilidade de vocês nisso é enorme. As universidades tornaram-se instrumentos do crime organizado, empenhados em tapar bocas, paralisar consciências, destruir talentos, perverter vocações, secar todas as fontes de uma restauração possível e, é claro, gastar dinheiro público. Custam caro e só servem para o mal. É preciso inventar o quanto antes novas formas de estruturação social da vida intelectual e torná-las economicamente viáveis. Só o empresariado pode tomar essa iniciativa. Só ele tem capacidade de organização e de aglutinação de recursos para isso. O sistema dos think tanks talvez funcione, se assimilado com a devida seriedade e adaptado eficazmente às condições brasileiras. Os modelos da Heritage Foundation, da Atlas Foundation, do Hudson Institute estão aí para ser estudados. Nos EUA eles tornaram-se centros irradiantes de energia positiva capaz de contrabalançar, e com freqüência vencer, o ativismo imbecilizante dos comissários-do-povo universitários.

Enquanto isso, posso sugerir, aos candidatos a membros de uma hipotética intelectualidade brasileira do futuro, algumas normas gerais que talvez os ajudem, na escuridão ambiente, a encontrar o caminho.
A formação da inteligência se dá em dois planos simultâneos: o propriamente intelectual, ou cognitivo, e o espiritual, ou inspiracional. O que você sabe depende de quem você quer ser; o modelo do que você pode ser depende do que você sabe. A ligação entre os dois planos é ignorada pelo ensino atual porque ele nem mesmo entende que existe uma dimensão espiritual, embora às vezes fale dela, até demais, confundindo-a com o simples culto religioso, com a moral ou com a psicologia.

***

No plano intelectual, o estudante deve esforçar-se para obter a mais alta qualificação possível, adotando como modelos da sua auto-educação as práticas melhores registradas historicamente: as da Academia platônica, do Liceu aristotélico, da universidade européia no século XIII (com seus ecos residuais na filosofia cristã moderna, por exemplo La Vie Intellectuelle de A. D. Sertillanges e Conseils sur la Vie Intellectuelle de Jean Guitton), da intelectualidade superior alemã no século XIX e austríaca no começo do século XX (tal como descrita, por exemplo, nos depoimentos de Eric Voegelin, Otto Maria Carpeaux e Marjorie Perloff) e, last not least, da tradição americana de liberal education (v., além do clássico How to Read a Book de Mortimer J. Adler, The Trivium, de Sister Miriam Joseph, Another Sort of Learning, de James V. Schall, e The House of Intellect, de Jacques Barzun).
O objetivo primeiro da educação superior é negativo e dissolvente: consiste em “desaculturar”, no sentido antropológico do termo: desfazer os laços que prendem o estudante à sua cultura de origem, às noções consagradas do “nosso tempo”, à ilusão corrente da superioridade do atual, e fazer dele um habitante de todos os tempos, de todas as culturas e civilizações. Não se pode chegar a nada sem um período de confusão e relativismo devido à ampliação ilimitada dos horizontes. Não basta saber o que pensaram Abrahão e Moisés, Confúcio e Lao-Tseu, Péricles e Sócrates, ou os monges da Era Patrística: é preciso um esforço para perceber o que eles perceberam, imaginar o que eles imaginaram, sentir o que eles sentiram. Não se preocupe em arbitrar, julgar e concluir. Em todas as idéias que resistiram ao tempo o bastante para chegar até nós há um fundo de verdade. Apegue-se a esse fundo e faça sua coleção de verdades, não se impressionando muito com as contradições aparentes ou reais. Aprenda a desejar e amar a verdade como quer que ela se apresente. Acostume-se a conviver com as contradições, já que você não terá tempo, nesta vida, para resolver senão um número insignificante delas.
A educação universitária brasileira é toda ela anti-educação, já que visa somente a inculcar no aluno a mentalidade dominante da classe acadêmica atual ( quando não o slogan partidário da semana), julgando o passado à luz do presente e nunca o presente à luz do passado. Isso é prender o estudante num provincianismo temporal -- ou cronocentrismo, como costumo chamá-lo -- ainda mais lesivo do que qualquer etnocentrismo geográfico, racial, religioso ou político. “Todas as épocas são iguais perante Deus”, ensinava Leopold von Ranke. A inteligência humana tende poderosamente à universalidade, mas só se aproxima dela vencendo as barreiras culturais do espaço e do tempo, uma por uma. Resista ao triunfalismo presunçoso da atualidade. Quando ler o que algum pensador de hoje acha de Platão, pergunte o que Platão acharia dele. Em noventa e nove por cento dos casos você verá que o suposto progresso do conhecimento veio amplamente neutralizado por um concomitante progresso da ignorância. Jean Fourastié, em Les Conditions de l’Esprit Scientifique, observava que, ao lado da história do saber, seria preciso escrever a história do esquecimento. Comece já.
Não digo isso genericamente. É de uma norma muito prática que estou falando. Quando ler os clássicos, use tudo, absolutamente tudo o que vier a aprender com eles como instrumento analítico para a compreensão do presente, incluída nisso a sua própria vida pessoal. Fora o conteúdo filosófico e sapiencial mais geral, há tesouros de sociologia, de psicologia e de ciência política em Confúcio, em Shânkara, em Platão, em Aristóteles, em Dante, em Sto. Tomás, em Shakespeare. Uma longa convivência com esses sábios lhe dará uma idéia do que seja a verdadeira autoridade intelectual, da qual seus professores na universidade são caricaturas grotescas. Não se deixe iludir por erros de detalhe que a ciência moderna se gaba de ter “superado”. Quase sempre a superação é ilusória e só serve para, logo adiante, ser superada por sua vez. Você lê nos manuais, por exemplo, que Galileu “superou” a física de Aristóteles. Durante quatro séculos essa bobagem foi repetida como verdade terminal. Só por volta de 1950 os estudiosos perceberam que a física de Aristóteles não era uma física, mas uma metodologia científica geral, bem mais sutil do que Galileu poderia jamais ter percebido, e muito bem adequada às necessidades da ciência mais recente. Os famosos erros assinalados por Galileu existiam, mas eram detalhes secundários que não afetavam de maneira alguma o conjunto da proposta.
Qualquer que seja a questão em estudo, busque atender a três condições: (1) a abrangência máxima da informação básica, (2) o conhecimento do status quaestionis (já explico) e (3) a variedade das perspectivas.
A abrangência da informação obtém-se trocando a absorção casual pela pesquisa sistemática das fontes. Uma lista bibliográfica o mais completa possível é o melhor começo em qualquer investigação. Se você souber somente os títulos e datas dos livros publicados sobre determinado assunto, já terá uma visão inicial bem apropriada do problema antes mesmo de ler o primeiro deles. Não se perca, porém, na multidão de trabalhos acadêmicos atuais, a maioria deles produzida só por exigência administrativa ou carreirismo. Comece com as obras mais antigas, e isso facilitará a seleção das mais recentes.
O status quaestionis, “estado da questão” é a evolução dos debates sobre um determinado ponto desde a origem da discussão até hoje. O conhecimento do status quaestionis distingue o erudito profissional do palpiteiro amador. (Todos os professores universitários que conheço no Brasil, com exceções que não chegam a meia dúzia, são palpiteiros amadores. Esqueça-os. Aprenda três ou quatro línguas e só use o português para ler material universitário de Portugal, que é muito bom em todas as áreas. Se não puder sair do Brasil fisicamente, saia intelectualmente. O que há de valioso na nossa cultura passada assimila-se em dois anos no máximo, com exceção da obra de Mário Ferreira dos Santos, que leva uma vida inteira, mas que você pode carregar debaixo do braço na sua fuga para fora do país ou para dentro de si mesmo.)
A variedade das perspectivas consiste na habilidade de pensar um problema exatamente como o pensaram os diversos autores que trataram dele. Isso exige algo mais que leitura inteligente. Exige a capacidade de você se identificar imaginativamente com a visão de cada um enquanto a está estudando, sem se preocupar em julgá-la ou contestá-la, mas sabendo que mais cedo ou mais tarde ela será julgada e contestada automaticamente quando você passar à leitura de outros autores. Deixe que a discussão, na sua mente, vá se montando sozinha, aos poucos, com os vários materiais contraditórios que você colhe das leituras. No momento em que a acumulação de material chegar a abranger o campo inteiro do status quaestionis, você terá uma experiência intelectual maravilhosa: quando os vários ângulos pelos quais você enxerga um problema não refletem apenas a sua imaginação, mas tudo aquilo que de melhor e mais inteligente se escreveu a respeito ao longo dos tempos, as conclusões a que você chega já não são meras opiniões pessoais – elas já são conhecimento em sentido pleno. Isso não quer dizer que você descobriu “a verdade”, é claro, mas significa que se aproximou dela tanto quanto possível à parte mais dedicada e mais séria da humanidade. Seu horizonte já não será o da subjetividade individual, será o do conhecimento humano. Você talvez ainda seja um anão. Mas já estará sentado sobre os ombros de gigantes.

Para avançar no plano espiritual, o estudante deve estar aberto à realidade do transcendente e do infinito, tendo ante essa dimensão a atitude gnoseologicamente apropriada e psicologicamente obrigatória de admiração contemplativa, temor reverencial e confiança existencial.
Para muitas pessoas hoje em dia, sobretudo os ditos “intelectuais”, essa percepção é inacessível e até inconcebível. Não por coincidência, são as pessoas que mais opinam a respeito, umas teorizando a sua própria incapacidade sob a forma de tagarelice materialista, cientificista, agnóstica etc., outras tratando de disfarçá-la por meio de conversas estereotipadas sobre religião, estados místicos, esoterismo, alquimia etc. Essas duas modalidades de tergiversação podem requerer muito estudo, e vidas inteiras se gastam no seu cultivo. O estudante deve aprender a reconhecer ambas à distância e fugir delas mais que depressa.
Caso pertença a alguma confissão religiosa, o estudante deve tomar seus ensinamentos como mistérios simbólicos cujo conteúdo não é fácil de discernir e cujo influxo vivificante pode secar pela adesão prematura a interpretações dogmáticas e receituários morais prontos. A religião não é uma doutrina para ser “acreditada” ou uma tábua de mandamentos morais exteriores como um código civil. Ela é um conjunto de acontecimentos de ordem histórico-espiritual cuja notícia nos chega pelas escrituras sagradas e pela tradição. Esses acontecimentos podem, em parte, ser confirmados historicamente, mas não podem ser historicamente compreendidos, pois prosseguem até hoje e seu sentido só se elucida nesse prosseguimento, na medida em que você toma ciência de que eles o envolvem pessoalmente. Você pode participar deles através dos ritos, da prece, da fé e sobretudo dos milagres. A fé não significa adesão a uma doutrina, mas confiança numa Pessoa em cuja humanidade transparece, de maneira ao mesmo tempo auto-evidente e misteriosa, a presença do transcendente e do infinito. Milagres acontecem o tempo todo, mas a maioria das pessoas é estúpida, distraída ou fechada demais para percebê-los (leiam James Rutz, Megashift). Mesmo a experiência reiterada das preces atendidas, carregada do inevitável desconforto cognitivo da desproporção entre a causa aparente e o efeito real, pode ser neutralizada ex post facto por meio de racionalizações de um puerilismo atroz, que muitos chamam de “ciência”. Mas talvez pior do que a falta de experiência, ou do que a experiência neutralizada, é a substituição da experiência objetiva do milagre por um sucedâneo psíquico – uma emoção, um subjetivo não-sei-quê -- a que alguns dão o nome pomposo de “meu encontro com Jesus”, “minha fé” ou coisa assim, sem entender que com isso sobrepõem os seus estados de alma à realidade suprema do próprio Deus. Deus se manifesta nos fatos do mundo, da natureza, da história, e no curso objetivo da vida de cada um, não fazendo afagos na alma de quem quer que seja. Por incrível que pareça, são esses afagos o máximo que alguns esperam encontrar na religião, enquanto outros, ateus ou até sacerdotes, acreditam piamente que ela consiste nisso na melhor das hipóteses e tiram daí conseqüências que lhes parecem muito científicas, como fez o clássico da cretinice antropológica americana, Edward Sapir, ao definir a religião como busca da “paz de espírito”, que se também pode alcançar com um comprimido de Valium. O estudante tem de aprender a fugir dessas vulgaridades, mesmo ao preço de colocar entre parênteses toda a questão “religiosa” até melhor entendimento.
***
Num próximo artigo, se nada acontecer nesse ínterim que exija mudança de assunto, exporei algumas condições da ordem moral e política para o desenvolvimento da vida intelectual.

quinta-feira, agosto 31, 2006

segunda-feira, agosto 28, 2006

estou estudando agora o Mercosul pois fiz uma matéria de pós graduaçao sobre direito da integracao ( o nome da matéria era Derecho internacional y de la integración ).
Existe agora o perigo de o bloco regional se transformar em instituicao política servidora da causa particular de presidentes esquerdistas e desligar-se dos objetivos de integração boa e sadia entre povos com espíritos de certo modo complementares que são o brasileiro e o argentino. É uma pena que isso ocorra, e para evitá-lo é necessário saber o que se passa. Por isso, aqui vai o link para o texto de Graça Salgueiro sobre a influencia do Foro de Sao Paulo sobre o Mercosul. (http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5102).
Em breve publicarei o meu trabalho sobre as estruturas do Mercosul e o modo como funcionam.
O futuro do Brasil está ligado às decisões, resoluções, ou seja lá o que forem desta organização, e para saber em que consistem exatamente estas decisões e de que modo afetam o destino político do país, é necessário estudar o Foro.
Difícil é deixar de lado a dor em ver as coisas acontecendo e para onde estão indo. Graça Salgueiro, a brava Graçca Salgueiro, nao é capaz de dissimular uma certa tristeza e desespero por ver o rumo das coisas e nao poder mudá-lo. Os brasileiros somos guerreiros mesmo se sabendo incapaz de mudar as coisas. É algo quase que ligado à honra, parece uma derrota, mas não é. Como disse a música do espetáculo do Grupo Corpo a que assisti esta sexta aqui em Buenos Aires: "eu encontrei o Cordeiro de Deus no ovo vazio". No Brasil você é testado até o fim, sem uma regrinha, um mísero ambiente razoável para te ajudar. O sertão é isso, e aí está a religiosidade do povo brasileiro ( pelo menos a que vem a cabeça como imagem ).

segunda-feira, agosto 21, 2006

Teodanza

Reportagem no jornal La Nación

Domingo 16 de Julio de 2006
Se promueve en algunas iglesias
Teodanza, un nuevo modo de acercarse a Dios

Busca asociar el cuerpo a las prácticas de espiritualidad

No es un espectáculo. Los que danzan no son bailarines profesionales ni buscan entretener, divertir o gustar a quienes los miran. Es una forma de rezar, conocida como danza litúrgica o teodanza, que con los ejercicios de relajación y respiración son recursos a los que los creyentes recurren cada vez con mayor frecuencia.

También los católicos porteños que, dicen, buscan “reconciliarse con el cuerpo” después de tantos siglos de haber rechazado los sentidos como instrumentos para la oración. Si bien no está incluido en el rito latino de las celebraciones litúrgicas, la Iglesia no desestima este recurso como una posibilidad más de “acercarse a lo invisible a través de lo sensible, a lo espiritual a través de lo material”.

Los participantes de estos talleres leen pasajes de la Biblia, reflexionan y expresan el fruto de su meditación por medio de movimientos que siguen una determinada música.

“Es oración profunda, teología encarnada”, explica a LA NACION María Bestani, quien acuñó el término “teodanza” para aplicar la metodología que un sacerdote jesuita le enseñó en los Estados Unidos durante un máster de Pastoral. Bestani dirige talleres de teodanza en el Centro de Espiritualidad Santa Catalina, en pleno microcentro porteño, donde también se ofrecen talleres de artes visuales y música como parte del programa Espiritualidad y las Artes.

“Esto no es una experiencia cultural, sino una aplicación espiritual de las formas artísticas", aclaró Bestani, y agregó: "Generalmente, nuestra religiosidad queda en la cabeza; con la danza, en cambio, salen todas las emociones. Es un proceso de sanación y aceptación de uno mismo".
Además de estudiarse en algunas universidades de EE.UU., esta modalidad se aprende en monasterios como el de las religiosas trinitarias de Cantabria, en España, y se practica en Colombia e Italia, entre otros países.

En la Argentina, la danza no llegó aún a las parroquias a nivel general. Es un recurso usado por católicos del Movimiento de Renovación Carismática y otros que siguen una espiritualidad más personalizada.

Y hay quienes se escandalizan un poco cuando se enteran de su existencia. Así lo contó a LA NACION Katja Löhner, que participa del taller del Centro Catalina desde hace cuatro años. Para ella, el asombro que produce esta modalidad de oración está fundado en la gran disociación que existe aquí entre cuerpo y alma.

Löhner considera que, a diferencia de las formas tradicionales de rezar, que considera pasivas, porque repiten un esquema prefijado, esto integra el espíritu, el cuerpo y la mente. "Participar de la clase de teodanza es muy enriquecedor, pero bailar frente al santísimo es otra cosa. No es algo que se ensaye previamente, es un movimiento espontáneo que provoca el soplo del Espíritu Santo", agrega.

"La danza litúrgica es un camino de ayuda para recuperar la percepción que se ha perdido con los años; despertar primero los sentidos corporales que se hacen puerta para despertar luego los sentidos espirituales", dijo a LA NACION Inés Ordóñez de Lanús, fundadora y directora del Centro de Espiritualidad Santa María, en Palermo. Ella creó también, en 1993, el servicio de acompañamiento espiritual para quienes se acercan buscando ayuda, que generalmente están atravesando una crisis. Hoy son 191 los laicos que escuchan, aconsejan y enseñan a rezar a otros laicos.

Para todos los gustos

"La Iglesia tiene 2000 años y corrientes de espiritualidad para todos los gustos; cada personalidad encuentra su lugar", dijo Inés Braun, religiosa de la congregación Franciscanas Misioneras de María.

Hermana del padre Rafael Braun, rector de la iglesia Santa Catalina y ex director de la revista Criterio, Inés dirige el grupo Francisco y Clara que ofrece acompañamiento espiritual en la iglesia conducida por su hermano y dicta talleres de sanación en las parroquias donde se lo solicitan desde que volvió a la Argentina, hace tres años, después de vivir en diferentes países del sudeste asiático y Europa durante 47 años. Asisten a sus talleres unas 250 personas, y ya tiene programados cursos hasta fin de año.

"Para las misioneras, la teodanza no es novedad porque en Africa o la India todo es danza", dijo Braun, quien recomienda hacer estos talleres. "Sobre todo a los jóvenes o a quienes han vivido experiencias de violencia familiar o sufren carencias afectivas", dijo la religiosa, que aplica en sus encuentros el tradicional método de una disertación seguida de un diálogo.

La danza litúrgica es diferente de la gimnasia yoga, de la que también muchos católicos se valen desde hace tres décadas. "La meditación cristiana es un diálogo con Dios y su hijo hecho hombre, y no un alejarse de todo y meterse dentro de uno mismo, donde lo único que se encuentra es vacío, como proponen las técnicas orientales", dijo Braun.

Tampoco es lo mismo que la biodanza. Lo aclara otra religiosa, la hermana Ana María Romero, instructora de talleres de biodanza en Congreso, Moreno y González Catán. "Uso la técnica de la biodanza no como oración sino como sistema integrador de la persona, como posibilidad de religarla con lo sagrado", explicó Romero a la consulta de LA NACION.

Posición de la Iglesia

"La danza no está incorporada a las misas en el rito latino, pero sí en países de Africa o Asia", dijo a LA NACION el padre Ariel Torrado Mosconi, secretario ejecutivo de la Comisión para la Liturgia del Episcopado argentino y párroco de San Isidro Labrador. Según Torrado, hay que diferenciar la oración personal o grupal de la oración litúrgica, es decir, la aplicada en celebraciones oficiales de la Iglesia.

"Sin duda, estos intentos de expresar la realidad espiritual a través de la danza pueden ser sumamente lícitos para rezar fuera de las celebraciones litúrgicas", dijo, y agregó: "La introducción de una nueva modalidad supone la aprobación de la Iglesia, que es muy cuidadosa, porque su liturgia es maestra de oración para el hombre".

Según explicó el sacerdote, las conferencias episcopales deben pedir a la Santa Sede la autorización para incorporar cambios en la liturgia.

Torrado destacó: "Generalmente se desconoce la valoración que la Iglesia hace del cuerpo", y añadió que estas expresiones tienen sus raíces en textos bíblicos tales como éste: "David y toda la casa de Israel bailaba delante de Yahvé con toda su fuerza" (2, Samuel 6,5).

"La corporeidad es una dimensión constitutiva de la persona humana; por lo tanto, el expresarse corporalmente siempre fue muy valorado por la liturgia", dijo el sacerdote, y ejemplificó con los gestos que, en los rituales de los sacramentos, apelan a los sentidos (agua, fuego, incienso, vino y otros). "Hay un acercamiento del hombre a través de lo sensible a lo invisible, de lo material a lo espiritual", dijo.

Por Silvina Premat De la Redacción de LA NACION

Link: http://www.lanacion.com.ar/823765
Reportagem no Jornal MIMULUS, número 06.

Quer se comunicar?
Entre na dança!
Comunicar-se não é fácil e a má comunicação resulta em perdas e desencontros que destroem a alegria de viver. A deficiência da comunicação está presente nas relações familiares e no trabalho, bloqueando o caminho do sucesso. Quantas vezes sabemos o que queremos mas não sabemos transmitir e, por isso, não conseguimos adesão à nossa idéia. No desejo de que tudo saia bem, entramos no espaço do parceiro criando áreas de desentendimento. Por não sabermos fazer bom uso do nosso tempo e espaço, dificultamos a conclusão de nossas tarefas e impedimos a do outro. A inibição e insegurança faz com que as pessoas não trabalhem bem em equipe.
Diante de tudo isso, fica difícil acreditar que uma das características que distingue o homem dos animais é a capacidade de comunicar-se das mais diversas formas. Palavras, desenhos, canções, dança, tudo exprime sentimentos e emoções e facilita a compreensão e o bom entrosamento entre as pessoas. No entanto, para que esses canais possam ser desenvolvidos têm que ser aprendidos.
Podemos mudar em qualquer idade e de modo positivo se formos expostos a ambientes estimuladores. Entrar em contato com a dança é participar de um ambiente que estimula o aprendizado de relacionamentos e melhora a qualidade de vida. Aprender a dançar produz bem-estar, pois libera a endorfina que é responsável pelo prazer, estimula a vontade de viver gerando ótimos resultados nos tratamentos que utilizamos para a depressão. É fácil, portanto, imaginar o que a dança é capaz de fazer por cada um de nós, quando aliada a uma abordagem psicológica. Ela pode transformar-se num rico instrumento para o auto-conhecimento ao descobrirmos a correspondência emocional de cada gesto que executamos e do seu significado em nossas vidas.
Nossos movimentos são comandados pelo cérebro. Portanto, quem dança não são os nossos pés, mas nosso cérebro. Toda informação adquirida passa pelos seus comandos, que irão ordenar sua execução de acordo com os valores aprendidos no decorrer da vida. Por exemplo: ao dançar, se nos sentimos constrangidos com o toque, pelo medo de sermos mal interpretados, mesmo que os passos exijam uma aproximação maior do parceiro, nos mantemos à distância. Podemos até tentar nos adaptar, desde que nossos valores pessoais sejam preservados. Ao tomarmos consciência da dificuldade e entendermos nossa atitude ficamos livres para registrar no cérebro os movimentos adequados à perfeição do passo.
Todo dançarino, então, tem maturidade? Não necessariamente. A ação, sem consciência do emocional e das causas que a motivaram, não conduz à transformação. Conduz à disciplina, à técnica, à relaxação, não ao amadurecimento emocional. O que foi aprendido fica restrito àquela atividade e nem sempre se estende às atitudes de nossa vida. Para resultados mais profundos na capacidade de ouvir o outro, de nos conduzir, de tomar decisões, de vencer inibições, de ter ritmo sem estresse, de conviver harmoniosamente, é preciso um trabalho integrado que envolva a mente, a emoção e o corpo. Este pode ser desenvolvido com sucesso numa boa parceria de profissionais especialistas em psicologia e dança que vêem na arte não apenas lazer e descontração, mas uma forma de aperfeiçoar o ser humano.

Vânia Martha Portela

Residente em Recife, Vânia atua como psicóloga clínica e organizacional há mais de 20 anos com a proposta de desenvolver a competência emocional das pessoas de forma lúdica. Acreditando que o prazer quebra a resistência e facilita a assimilação de novos conhecimentos, incorporou aos seus instrumentos de trabalho o desenho, o canto, a modelagem, os jogos e a dança de salão. Está em estudo a possibilidade de Vânia vir partilhar, com a Mimulus e seus alunos, as suas experiências. Pessoas interessadas em maiores esclarecimentos poderão fazer contato conosco.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Que artigo bom esse: O paradoxo esquerdista ( http://www.olavodecarvalho.org/semana/060807dc.html ).

sábado, julho 22, 2006

Que difícil é escrever, que amor ao texto pode nos prender ao texto que escrevemos, esquecendo daquele mesmo fundamento transcendente que permitiu sua redação. Há algo de demoníaco na arte de escrever, você por acaso conhece alguma pessoa que nunca quis mudar uma linha daquilo que havia escrito antes, não porque tivesse mal escrito, mas por um capricho do momento? Cada vez que relemos o nosso texto, não somos a mesma pessoa - ah doutor Heráclito - que escreveu aquelas linhas e queremos que elas sejam nossas novamente, porque elas nos pertencem. O homem nao é só mudança, mas é difícil ver essa continuidade de si mesmo, nao é mesmo?
Ricos adoradores do que possuímos, isso somos. Comigo ocorre agora que nao sei se devo mudar algo do que escrevi, e nao páro de reler este texto antes de postar de vez.
Lembro-me do episódio em que os apóstolos começaram a falar línguas, depois de receberem o poder do Espírito Santo. Houve quem acreditasse neles e quem não acreditasse, dizendo que eram uns bêbados. Quem não virou os olhos, nao é que acreditou, assim de cara, mas pelo menos quis saber como aquilo era possível. Aos poucos, para os que permaneceram fiéis nesse desejo de saber como esta e outras coisas aconteceram, a crença no Cristo Jesus vai surgir naturalmente.
Que construção de linguagem ruim fiz no post anterior: "É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, melhor dizendo, é Deus, para evitar confusões."
Ficaria melhor assim: "É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, ou melhor ainda - para evitar confusões -, Deus."
Quando Jesus Cristo diz a um enfermo ou a um paralítico curados que a sua fé os salvou, ele não está dizendo, obviamente, que a fé dos sujeitos, por si só, causou a sua cura. É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, melhor dizendo, é Deus, para evitar confusões. Isso torna-se claro no episódio em que o leproso pede que Jesus lhe cure: "Senhor, se queres, podes curar-me", ao que ele responde: "Quero, fica limpo." Aqui Jesus não fala por figura de linguagem, ele nao está dando explicação de por que foi feito o milagre. Quando fala, Jesus está respondendo ao pedido do leproso. Nas outras histórias Jesus como que explica por que realizou o milagre, não para o curado apenas, mas principalmente para as outras pessoas, chamando-as à fé. Na história do leproso, isto não ocorre. As pessoas vêem o que aconteceu e crêem se quiserem, ou então fingem que nada aconteceu. Nao há "explicacao" para a cura, que na verdade é um chamamenneto das pessoas à fé, a partir da demonstração do que pode ser feito por quem crê nele. Na cura do leproso, ele não chama ninguém à fé, nem explica nada, está muito na cara o seu poder, é preciso começar a crer, ainda que isso seja um processo. Ou então finja que nada aconteceu, siga sua vidinha, como se não houvesse mistério no mundo.

quinta-feira, julho 13, 2006

Recomendo o texto A perfeita liberdade (http://normabraga.blogspot.com/2006/07/perfeita-liberdade-jornal-palavra.html), escrito por Norma Braga.

sábado, junho 24, 2006

A Argentina acaba de vencer o México em jogo super difícil. Um golaco de Maxi Rodriguez, pegando de fora da área na prorrogacao, deu o resultado final de dois a um . Os carros nao páram de buzinar e as pessoas estao em festa no Obelisco. Agora eles pegam a Alemanha. E eu vou dancar a noite na milonga organizada pelo pessoal do estúdio de danca, com apresentacoes, música ao vivo e projecao de imagens de Gardel em homenagem ao aniversário de seu falecimento. Hoje choveu bastante, acordei com uma goteira que caía na ponta superior esquerda do meu travesseiro. Acordei, mas nao me levantei. Fiquei pensando, como costumo - e gosto - de fazer. Nao fui ao estúdio de danca a tarde porque achei que ninguém ia estar lá a causa da chuva. Comprei a carne, paleta, a melhor que tem para fazer em casa, e tb um carré de cerdo pela primeira vez. Preparei a comida, fiz tudo e depois guardo o que nao comer na ocasiao, e depois de almocar assiti ao jogo.
Um abraco ao leitor inexistente,

terça-feira, junho 20, 2006

Invasão do Congresso

Foi mais mais uma amostra do poder de força da união de organizações legais e ilegais dispostas a fazer a revolução continental, sendo o Brasil o alvo principal. Se essa gente quisesse, tomava o país agora mesmo. Suponho que eles devam ter medo de alguma reação feroz que chame a atenção dos Estados Unidos, embora este país não esteja nem um pouco disposto a interferir, ou então esperam um momento de maior necessidade para o uso da força - agora ela nao existe porque o Lula é presidente da nação - ou quando tenham um pretexto claro.

O líder do MLST é membro da Executiva nacional do PT, e claramente, para nao dar muito na vista, foi afastado dela depois do evento. Afastado, mas não expulso. Enquanto isso, o juiz federal de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira, verdadeiro herói nacional, é obrigado a dormir na própria sede forense da cidade, tendo sua sala vigiada por agentes fortemente armados, porque sua cabeça está a prêmio por R$ 300.000,00. Ele prendeu vários traficantes de drogas que atuam na região, incluindo o braço direito de Fernandinho Beira-Mar, além de ter tornado público para todo o país o treinamento de guerrilhas das Farc a membros do MST. Naquela região de fronteira com o Paraguai ocorre de tudo, desde lavagem de dinheiro para o terrorismo islâmico até encontros entre os líderes de cada organização subversiva participante do Foro de São Paulo, incluindo o PT, para definir a próxima ação da guerra continental, que a cada dia fica mais "quente". Mas como sabe o próprio líder do PCC, leitor de a Arte da guerra, de Sun Tzu, não se deve bater na vítima que está se debatendo porque ela pode reagir violentamente. É preciso escravizar aos poucos. Por isso, depois de um fim de semana de terror, Marcola mandou parar a revolta em SP.

O brasileiro não sabe quem é seu inimigo, não consegue enxergá-lo devido a uma legião de agentes de desinformação na mídia ou em ONGs ouvidos por ela, e aos poucos vai perdendo seu instinto de sobrevivência ao ponto de se entregar gostosamente nos braços de seus algozes, como os seqüestrados que depois de tanto tempo em cativeiro passam a amar os seus seqüestradores.