Que difícil é escrever, que amor ao texto pode nos prender ao texto que escrevemos, esquecendo daquele mesmo fundamento transcendente que permitiu sua redação. Há algo de demoníaco na arte de escrever, você por acaso conhece alguma pessoa que nunca quis mudar uma linha daquilo que havia escrito antes, não porque tivesse mal escrito, mas por um capricho do momento? Cada vez que relemos o nosso texto, não somos a mesma pessoa - ah doutor Heráclito - que escreveu aquelas linhas e queremos que elas sejam nossas novamente, porque elas nos pertencem. O homem nao é só mudança, mas é difícil ver essa continuidade de si mesmo, nao é mesmo?
Ricos adoradores do que possuímos, isso somos. Comigo ocorre agora que nao sei se devo mudar algo do que escrevi, e nao páro de reler este texto antes de postar de vez.
sábado, julho 22, 2006
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