terça-feira, maio 17, 2011

Desculpem, mas Schuon erra de novo ao dizer que a filosofia se esgota no que ela exprime.* Não, a filosofia é uma técnica de acesso e participação possível na realidade completa, não o discurso dessa participação. A lógica, isto é, o instrumento da filosofia, consiste na "progressão sintética da busca da verdade na unidade da fé e da razão e é baseada nas dotações de mente inerentes aos seres mortais, o reconhecimento inato de coisas, significados e valores." (Livro de Urântia) Ela não precisa provar, o que compete à ciência e seu instrumento, a razão, ela quer reconhecer. A expressão de suas descobertas pode, talvez deva, ficar sempre aquém das mesmas. Já Gödel mostrou que qualquer sistema lógico fechado não se explica a si mesmo. Pois a lógica de uma filosofia saudável reconhece esta verdade, abrindo-se aos domínios da fé, que lhe recebe generosa, e subindo e descendo pela "simetria elíptica da realidade e a curvatura essencial da relação entre todos os conceitos." (Livro de Urântia)

Essa subida e descida desde o pináculo do Um pela multiplicidade a que Ele dá início e quer totalizar em Supremacia, não precisa necessariamente ser feita simbolicamente. A revelação está aí para quem quiser ler. A dialética simbólico-analógica apenas a reconhecerá, adequando a seu mundo imaginal aquilo que já nos foi revelado objetivamente.

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*Conferir SCHUON, De l'unité transcendante des religions, préface.

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