A tolerância religiosa é boa, claro. Mas volta e meia ela despersonaliza e esvazia Deus. Isso não é bom.
Porque a tolerância acaba fazendo um mínimo comum, e Deus é o máximo, ele é ainda maior do que a maior coisa em que você consegue pensar, como dizia Santo Anselmo. Só que isso já é um pouco de filosofia, na realidade a conversa de Santo Anselmo com Deus.
Deus é reduzido a uma noção filosófica, o criador, a razão, o grande arquiteto, ou a um de seus atributos, como o Poder etc, e se perde a noção máxima de sua personalidade, com quem podemos nos relacionar, conversar, brigar etc.
Isso para não ofender, para esvaziar as emoções, as quais podem, sim, descambar em guerrinhas religiosas, mas também são um componente da fé em Deus Pai; mais o pensamento que a emoção, mas tá no meio.
Na relação com o Islam a coisa ainda se complica, e fica mais interessante, por outro lado, porque para o muçulmano a noção de Deus pai é errada, se não absurda. Até Deus como pessoa tem muçulmano que aceita, tem muçulmano que não, ele é apenas a divindade única, não é pessoa, para esse.
Por outro lado, a tolerância é essencial a quem acredita em livre-arbítrio. A pessoa tem que acreditar, ou não acreditar, ou acreditar nisto e não naquilo, por seu livre e espontâneo pensamento. Não ser forçada.
sábado, fevereiro 22, 2020
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário