"Portanto, eu pecava quando criança, ao antepor todos aqueles conhecimentos vãos dos poetas a estes mais úteis, ou antes, quando simplesmente detestava a estes e amava àqueles." (Agostinho, Confissões, I, 13)
Não, Agostinho, preferir as aventuras de Enéas à alfabetização da tenra idade não é pecado. Denota um menino desejoso de aventuras que de quebra fertiliza sua imaginação moral. Aprender a ler e a escrever claro que é necessaríssimo, mas gostar mais de Virgílio do que do professor primário não é ruim. Faça como você fez depois, reconheça o seu trabalho; não rejeite a "ficção mais verdadeira que a vida."
Menosprezas o "espetáculo vão" do poeta mas não consegues deixar de citar-lhe "a sombra de Creusa", porque o amas, porque é bom que o ames.
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