Uma vez fui à Bahia conhecer o candomblé,
as crioulas gordas giravam ao redor de si,eu, que não tou morto, não fiquei parado.
Fui atrás da crioula e derrubei-a sem
querer. Ela levantou e me disse: "Malvado."
Na roda de macumba, também tava lá o Zé,
gente boa ele, seu pé não parava no chão,
ele rodopiava com a baiana, e passava a mão,
o assanhado, mas a baiana não queria nada
com ele. Mandou embora o danado,
que foi chorar num bar. Chamou o garçom
e o moço chegou com ar indulgente:
o Zé disse que queria a marrom-bombom
mas que aceitava (já que não tinha opção)
uma pinga das boas, veja lá homem!
Noite de lua-cheia, mas não houve lobisomem,
houve briga à toa. Alguém tropeçou
nas pernas de um sonâmbulo encachaçado
e o enluarado se foi: Pau pra todo lado.
Ao fim a vitória do sonâmbulo, carregado
por seus amigos até o cais de Iemanjá:
E eu, então, ouvi o Caymmi cantar
com vozeirão: É doce morrer no mar.
Foi o que eu vi na Bahia. Adeus, Bahia! Fui-me
embora com uma stella-guia, numa jangada.
Fomos bem, com velocidade de dez nós
em direção à lua de Copacabana,
onde está a sós o meu Senhor.
3 comentários:
Gostaria de pedir a você a autorização para publicar em outro blog (www.apologia.com ) o texto traduzido por você do Dinesh D'Souza sobre a escravidão. Obrigado. Osmar Neves.
Claro, Osmar, fique à vontade. Só não esqueça de colocar a referência do saite e do tradutor.
Obrigado pelo interesse.
Um abraço,
Lindo, Lindo! O poema me emocionou. Você descreveu aspectos bem típicos da Bahia. Já enviei para vários amigos. Gracias. Stella Caymmi
Postar um comentário