por Daniel Lourenço
Desde seu início, o cinema tem sido considerado a sétima arte. Os efeitos do cinema no imaginário popular são reais, e ele chega inclusive a ser usado por governos totalitários desejosos de amoldar o imaginário coletivo à sua ideologia.
O cinema se estabeleceu durante os anos 20 e 30. Nesse período grandes diretores como Fritz Lang e F. W. Murnau produziram verdadeiras obras-primas. Pessoas que jamais compreenderiam a loucura satânica de um Dr. Mabuse lendo tratados de psicologia clínica agora podiam entender sua ação perigosa sobre a sociedade em apenas duas horas. Ou ainda, crianças e jovens que ouviam as histórias do Conde Drácula, ratificavam seus temores com a forte impressão deixada pelo filme Nosferatu. Casais em crise podiam enxergar no filme Aurora um farol de esperança.
No entanto, o cinema não produziu apenas histórias edificantes. Ele também foi usado por pessoas sem escrúpulos que tentavam introduzir mentiras na sociedade. Os cinemas soviético e nazista são exemplos patentes disso. Até mesmo nos EUA, durante as décadas de 40 e 50 sobretudo, houve uma série manipulação da arte por comunistas. Fato curioso foi o filme Tropa de elite, sucesso absoluto no Brasil, que arrebatou uma legião de fãs. O filme foi produzido por dois diretores que, a julgar pelas entrevistas que concederam, são esquerdistas; o filme, porém, é o mais anti-esquerdista que já houve nesse país. Às vezes a retórica e a intenção dos diretores cedem espaço ao turbilhão de imagens reais produzidas, e o filme ganha um contexto bem diferente do que foi pretendido.
O cinema é uma novidade na história da humanidade. Ele existe desde o século XX. Seu apelo imaginativo e facilidade de acesso - que o teatro infelizmente não possue - dão à arte um poderoso meio de formar o imaginário coletivo e seus efeitos, para o bem e para o mal, são reais, embora nem sempre evidentes.
domingo, novembro 11, 2007
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