"É fantasiosa a imagem construída por certo revisionismo histórico de que o Paraguai pré-1865 promoveu sua industrialização a partir de "dentro", com seus próprios recursos, sem depender dos centros capitalistas, a ponto de supostamente tornar-se ameaça aos interesses da Inglaterra no Prata. Os projetos de infra-estrutura guarani foram atendidos por bens de capital ingleses e a maioria dos especialistas estrangeiros que os implementaram era britânica. (...)
Também é equivocada a apesentação do Paraguai como um Estado onde haveria igualdade social e educação avançada. A realidade era outra e havia uma promíscua relação entre os interessados do Estado e os da família Lopez, a qual soube se tornar a maior proprietária "privada" do país enquanto esteve no poder." (Doratioto, Francisco. Maldita guerra: Nova história da guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 30)
"Carlos Antonio López morreu em 10 de setembro de 1862. Momentos antes de expirar, alertou Solano López de que o Paraguai "tem muitas questões pendentes, mas não busque resolvê-las pela espada, mas sim pela caneta, principalmente com o Brasil." Carlos López agiu para obter um lugar para o Paraguai no plano internacional, mas tinha consciência da debilidade de seu país, daí o pragmatismo de sua política externa, pautada pelos limites do possível. O falecido presidente não era um aventureiro, nem um teimoso, e "como bom administrador tradicional, conhecia os limites do seu poder." Bem diferente seria a atuação de seu filho mais velho, ao ocupar a presidência paraguaia." (Idem, p. 41)
Também é equivocada a apesentação do Paraguai como um Estado onde haveria igualdade social e educação avançada. A realidade era outra e havia uma promíscua relação entre os interessados do Estado e os da família Lopez, a qual soube se tornar a maior proprietária "privada" do país enquanto esteve no poder." (Doratioto, Francisco. Maldita guerra: Nova história da guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 30)
"Carlos Antonio López morreu em 10 de setembro de 1862. Momentos antes de expirar, alertou Solano López de que o Paraguai "tem muitas questões pendentes, mas não busque resolvê-las pela espada, mas sim pela caneta, principalmente com o Brasil." Carlos López agiu para obter um lugar para o Paraguai no plano internacional, mas tinha consciência da debilidade de seu país, daí o pragmatismo de sua política externa, pautada pelos limites do possível. O falecido presidente não era um aventureiro, nem um teimoso, e "como bom administrador tradicional, conhecia os limites do seu poder." Bem diferente seria a atuação de seu filho mais velho, ao ocupar a presidência paraguaia." (Idem, p. 41)
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