O padre e a jovem freira discutem sobre caso que é tempestade em copo d'água
O filme termina como começou: A dúvida que era tema do primeiro sermão do padre concretizou-se no choro da freira interpretada por Meryl Streep, que conseguiu a transferência do padre de quem suspeitava. A jovem freira representada por Amy Adams, excelente e bela atriz, é a mais razoável na história. Segue as instruções da freira señior de prestar atenção nos passos do padre, mas depois se percebe envolta numa trama injusta de difamação forjada a partir de um acontecimento trivial.
O padre não molestou a criança. O filme é uma espécie de história de Bentinho e Capitu, com a ressalva de que na história de Machado de Assis a questão flagrante não deve ser resolvida, se Capitu traiu ou não Bentinho talvez nem mesmo Machado de Assis quis saber. No filme, ao contrário, o padre não praticou a pedofilia. O tema de Bentinho e Capitu está presente, porque a freira, no papel de Bentinho, jamais acreditará que o padre não praticou o ato criminoso, não importa o que ele diga. E o padre, no papel de Capitu, não tem fibra moral o bastante para fazer valer por sua personalidade forte e confiável a sua versão fiel aos fatos. O padre é quase um covarde, ele assume uma culpa que não tem para evitar acusações sobre culpas menores que têm. A freira possui uma sanha inquisitorial que só uma postura muito firme de um padre disposto a bater nela com uma mão e rezar por ela com a outra poderia frear. O padre não faz isso. Fica com medo de que faltas do seu passado sejam investigadas e venham à tona e por isso aceita que a freira acerte sua transferência. O padre vai para outra congregação ocupar um nível hierárquico superior. A freira señior chora de dúvidas e apenas a jovem freira sai da história íntegra, mais calejada para disputas de poder e com sua inocência a salvo.
Outra tema lateral do filme é a recompensa que o padre tem por não ter resistido a falsas acusações que lhe eram imputadas. Ele não enfrenta o Leviatã e é promovido. Às vezes, o preço a ser pago por conseguir agüentar o tranco é alto, no caso do padre sua carreira poderia ser seriamente prejudicada.
Creio, acompanhado de Rubens Ewald Filho, que a atuação de Meryl Streep foi um pouco forçada no início. Ao longo do filme, porém, ela conquista o seu personagem e consegue uma ótima atuação. Philip Seymour Hoffman, por sua vez, também está impecável como o padre que não comete o pecado de que é acusado. Amy Adams, por fim, daqui a pouco arrebatará o seu Oscar. Te cuida, Anne Hathaway!
O filme termina como começou: A dúvida que era tema do primeiro sermão do padre concretizou-se no choro da freira interpretada por Meryl Streep, que conseguiu a transferência do padre de quem suspeitava. A jovem freira representada por Amy Adams, excelente e bela atriz, é a mais razoável na história. Segue as instruções da freira señior de prestar atenção nos passos do padre, mas depois se percebe envolta numa trama injusta de difamação forjada a partir de um acontecimento trivial.
O padre não molestou a criança. O filme é uma espécie de história de Bentinho e Capitu, com a ressalva de que na história de Machado de Assis a questão flagrante não deve ser resolvida, se Capitu traiu ou não Bentinho talvez nem mesmo Machado de Assis quis saber. No filme, ao contrário, o padre não praticou a pedofilia. O tema de Bentinho e Capitu está presente, porque a freira, no papel de Bentinho, jamais acreditará que o padre não praticou o ato criminoso, não importa o que ele diga. E o padre, no papel de Capitu, não tem fibra moral o bastante para fazer valer por sua personalidade forte e confiável a sua versão fiel aos fatos. O padre é quase um covarde, ele assume uma culpa que não tem para evitar acusações sobre culpas menores que têm. A freira possui uma sanha inquisitorial que só uma postura muito firme de um padre disposto a bater nela com uma mão e rezar por ela com a outra poderia frear. O padre não faz isso. Fica com medo de que faltas do seu passado sejam investigadas e venham à tona e por isso aceita que a freira acerte sua transferência. O padre vai para outra congregação ocupar um nível hierárquico superior. A freira señior chora de dúvidas e apenas a jovem freira sai da história íntegra, mais calejada para disputas de poder e com sua inocência a salvo.
Outra tema lateral do filme é a recompensa que o padre tem por não ter resistido a falsas acusações que lhe eram imputadas. Ele não enfrenta o Leviatã e é promovido. Às vezes, o preço a ser pago por conseguir agüentar o tranco é alto, no caso do padre sua carreira poderia ser seriamente prejudicada.
Creio, acompanhado de Rubens Ewald Filho, que a atuação de Meryl Streep foi um pouco forçada no início. Ao longo do filme, porém, ela conquista o seu personagem e consegue uma ótima atuação. Philip Seymour Hoffman, por sua vez, também está impecável como o padre que não comete o pecado de que é acusado. Amy Adams, por fim, daqui a pouco arrebatará o seu Oscar. Te cuida, Anne Hathaway!