Que difícil é escrever, que amor ao texto pode nos prender ao texto que escrevemos, esquecendo daquele mesmo fundamento transcendente que permitiu sua redação. Há algo de demoníaco na arte de escrever, você por acaso conhece alguma pessoa que nunca quis mudar uma linha daquilo que havia escrito antes, não porque tivesse mal escrito, mas por um capricho do momento? Cada vez que relemos o nosso texto, não somos a mesma pessoa - ah doutor Heráclito - que escreveu aquelas linhas e queremos que elas sejam nossas novamente, porque elas nos pertencem. O homem nao é só mudança, mas é difícil ver essa continuidade de si mesmo, nao é mesmo?
Ricos adoradores do que possuímos, isso somos. Comigo ocorre agora que nao sei se devo mudar algo do que escrevi, e nao páro de reler este texto antes de postar de vez.
sábado, julho 22, 2006
Lembro-me do episódio em que os apóstolos começaram a falar línguas, depois de receberem o poder do Espírito Santo. Houve quem acreditasse neles e quem não acreditasse, dizendo que eram uns bêbados. Quem não virou os olhos, nao é que acreditou, assim de cara, mas pelo menos quis saber como aquilo era possível. Aos poucos, para os que permaneceram fiéis nesse desejo de saber como esta e outras coisas aconteceram, a crença no Cristo Jesus vai surgir naturalmente.
Que construção de linguagem ruim fiz no post anterior: "É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, melhor dizendo, é Deus, para evitar confusões."
Ficaria melhor assim: "É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, ou melhor ainda - para evitar confusões -, Deus."
Ficaria melhor assim: "É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, ou melhor ainda - para evitar confusões -, Deus."
Quando Jesus Cristo diz a um enfermo ou a um paralítico curados que a sua fé os salvou, ele não está dizendo, obviamente, que a fé dos sujeitos, por si só, causou a sua cura. É uma figura de linguagem, quem realiza o milagre em verdade é ele, ou o Pai, melhor dizendo, é Deus, para evitar confusões. Isso torna-se claro no episódio em que o leproso pede que Jesus lhe cure: "Senhor, se queres, podes curar-me", ao que ele responde: "Quero, fica limpo." Aqui Jesus não fala por figura de linguagem, ele nao está dando explicação de por que foi feito o milagre. Quando fala, Jesus está respondendo ao pedido do leproso. Nas outras histórias Jesus como que explica por que realizou o milagre, não para o curado apenas, mas principalmente para as outras pessoas, chamando-as à fé. Na história do leproso, isto não ocorre. As pessoas vêem o que aconteceu e crêem se quiserem, ou então fingem que nada aconteceu. Nao há "explicacao" para a cura, que na verdade é um chamamenneto das pessoas à fé, a partir da demonstração do que pode ser feito por quem crê nele. Na cura do leproso, ele não chama ninguém à fé, nem explica nada, está muito na cara o seu poder, é preciso começar a crer, ainda que isso seja um processo. Ou então finja que nada aconteceu, siga sua vidinha, como se não houvesse mistério no mundo.
quinta-feira, julho 13, 2006
Recomendo o texto A perfeita liberdade (http://normabraga.blogspot.com/2006/07/perfeita-liberdade-jornal-palavra.html), escrito por Norma Braga.
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