quinta-feira, agosto 20, 2020

A unidade do Cristianismo

 O Livro de Urântia prega a unidade do cristianismo, mas rejeita sua uniformidade. A tentativa de uniformidade foi o que causou sua divisão. Seria um sinal verde para o liberou geral, cada um acredita na sua versão do que Jesus significou, seja o Filho de Deus; um “Jesus histórico”, como se o Jesus que pregou a boa-nova, fez milagres, ressuscitou, não tivesse acontecido historicamente; uma figura espiritual especial, tal como Buda; um profeta, mas nada mais, etc? Não, não é isso. Se fosse, o LU não faria a menção, raríssima a uma figura depois de Cristo, a Santo Atanásio, que "levantou-se corajosamente para desafiar a assembléia, e tão destemidamente o fez que o concílio não ousou obscurecer o conceito da natureza de Jesus; pois a verdade mesma da auto-outorga havia estado em perigo de ser perdida para o mundo".

Então, a unidade do cristianismo não se daria ao preço de obscurecer a natureza e a verdade de Jesus e sua missão.

Os protestantismos que surgiram no século XVI não arriscariam, entretanto, essa verdade. Talvez o principal ponto de discordância entre católicos e protestantes seja o da natureza da Eucaristia. Neste ponto, porém, o LU é bem liberal. Ele diz que o sacramento da Eucaristia foi, ao longo do tempo, matematizado numa fórmula e perdeu seu significado simbólico-real original. “Essa ceia da lembrança”, diz o LU, “quando compartilhada por aqueles que são crentes dos Filhos e conhecedores de Deus, não precisa ter quaisquer das interpretações malfeitas e pueris dos homens ligadas ao seu simbolismo, a respeito do significado da divina presença, pois em todas essas ocasiões o Mestre está presente realmente”.

Cabe então distinguir o que são as verdades cuja negação comprometeria a natureza de Jesus e sua missão e o que são interpretações que não só não comprometeriam, mas enriqueceriam a simbologia de sua presença.