Em entrevista à Tribuna do Advogado, publicação mensal que adora dar voz a militantes de direitos humanos, o senhor Marcos Rolim omite cinicamente que os militantes contra a ditadura, longe de meramente resisistirem à sua atuação, queriam substituí-la por uma muito pior, a se dar crédito ao modelo que tinham em mente, a ditadura cubana. Comparada a esta, o regime militar brasileiro foi de fato uma ditabranda, onde morreram por volta de 300 militantes armados e 200 soldados que a defendiam.
O senhor Marcos Rolim foi um dos redatores do famigerado -- dá-lhe Guimarães Rosa! -- PNDH-3, ou Programa Nacional dos Direitos Humanos, terceira geração, que cria, entre aberrações, a Comissão Nacional da Verdade, cujo nome pomposo quase faz chorar a mãe desavisada que perdeu o filho adolescente desaparecido. A Comissão para estudar os fatos e devolver os ossos, como em circunstância distinta pediu a velha imaginada por Adonias Filho, não é ruim em si. O mal é o seu aproveitamento político pelas viúvas da revolução. O senhor Marcos Rolim quer fazer acreditar que os militantes armados eram resistentes heróicos. Balela! Se houve mocinhos durante o regime militar, esses foram os que a ele se opuseram, sem desejar, porém, radicalizá-lo sob seu comando. Gerardo Mello Mourão, o poeta e deputado federal, foi um mocinho. Marcos Rolim não. Ele é apenas um cínico fingindo estar do lado dos bons da história, dos quais por isso mesmo se pode suspeitar serem vilãos.